Gestão Holandinha

O governo Flávio Dino já admitiu que não conseguiu fazer um carnaval “‘para todos”; mas tem a justa desculpa de que não teve tempo hábil para isso. E o que dizer de Edivaldo Júnior, que, desde 2013 vem acabando com  a tradicional festa popular na capital maranhense?

Imagem de 2013, no primeiro carnaval sob Holandinha…

A lembrança ainda dói entre os carnavalescos.

A estreia de Edivaldo Júnior (PTC) no comando do carnaval de São Luís, em 2012, foi patética.

Ele simplesmente recusou-se a construir a Passarela do Samba e, pela primeira vez em anos, a capital maranhense ficou sem desfile de escolas de samba. (Leia aqui)

No ano seguinte, o prefeito continuou demonstrando que não sabia o que fazer com a festa.

E este ano foi a coroação da destruição do carnaval de rua de São Luís.

Totalmente avesso à folia – assim como vários de seus secretários – o prefeito não sabe o que fazer no Carnaval, não tem projeto para a festa e sequer se importa em planejar o período.

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E como nenhum de seus secretários das áreas afins tem cacife para dizer o que pensa ao prefeito, o carnaval da capital maranhense precisou de apenas três anos para ser destruído por Holandinha.

Neste quesito, é preciso se fazer justiça ao governador Flávio Dino (PCdoB), por dois motivos.

1 – o comunista já mostrou que, pelo menos, se diverte no período carnavalesco, e demonstra sincero gosto pela festa popular, apesar da postura aristocrática;

2 – sua secretária de Cultura, Ester Marques, justificou que não teve tempo para a festa, mas admitiu, com sinceridade, que não conseguiu fazer um carnaval “para todos”. (Leia aqui)

É esta sinceridade que falta a Holandinha e aos seus religiosos auxiliares: precisa reconhecer, de uma vez por todas, que, por ele, o carnaval que vá para lá.

E tem mais Holandinha em 2016…

Governador tentou ser popular abraçando membros de brincadeiras e de escolas, foi também ao Laborarte, mas não foi visto na área vazia do Centro, por onde deveriam passar os blocos; o prefeito Holandinha continua em lugar incerto e não sabido

Flávio Dino, sem o prefeito, no camarote…

Após fortes críticas pelo fiasco que foi o circuito criado pelo governo e pela prefeitura para o carnaval de rua de São Luís, o governador  Flávio Dino (PCdoB) interrompeu a viagem para fora do estado e veio ontem à capital maranhense.

Marcou presença no baile do Laborarte, o tradicional “Carnaval de Segunda”, e foi também à Passarela do Samba.

Tentando ser popular, Dino desceu do camarote da prefeitura, comprou cerveja de isopor e abraçou Deus e o mundo, tirando fotos com brincantes e parentes de brincantes que ocuparam as arquibancadas da passarela.

…Com Bira do Pindaré, em meio a populares…

Chegou a pular alguns sambas abraçado com o jornalista Pergentino Holanda, colunista social de O EstadoMaranhão.

Segundo apurou o blog, Flávio Dino estava em Brasília, desde sexta-feira, mas resolveu vir a São Luís após o fracasso do circuito criado para o carnaval de rua, fruto da primeira parceria com a Prefeitura de São Luís; e que não agradou aos blocos.

…E com Pergentino: tudo é festa

E nem o próprio governador passou por este circuito.

Ele se restringiu à passarela do Samba, na segunda noite do Carnaval.

Evangélico, o prefeito Edivaldo Júnior (PTC), por outro lado, continuou em lugar incerto e não sabido.

Longe da pressão e do desgaste popular…

Corredor oficial da folia, vazio em plena noite de sábado

Por Aquiles Emir

Não se sabe quando, nem quem, por quais critérios, elegeu o carnaval de São Luís o terceiro melhor do Brasil, mas a explicação mais próxima da realidade, teria sido um comentário feito pelo empresário italiano Francisco Matarazzo, o Conde Matarazzo, dono de uma das maiores fortunas do Brasil até os anos 1930, como empreendedor em São Paulo.

Numa de suas viagens de negócios pelo Nordeste, coincidiu que passasse os dias carnaval em São Luís, e ele de tão encantado com os bailes de máscaras, desfile de fofões, o ritmo dos blocos etc, teria dito que aquele foi o terceiro melhor carnaval que já tinha visto no Brasil, pois ficava atrás apenas do Rio de Janeiro e de Pernambuco.

O comentário ganhou repercussão e transformou-se numa verdade.

Matarazzo elegeu o carnaval do Maranhão e o terceiro melhor do Brasil

Certo é que São Luís teria tudo para ter um bom carnaval, pela criatividade do seu povo, pela diversidade dos ritmos aqui existentes, porém o que se percebe é que esta manifestação está diminuindo ano após ano, principalmente por conta de interferência do poder público, que acaba atravessando o samba para privilegiar não quem é de bamba, mas é bom de votos, e isto vem de uns anos para cá.

A foto que ilustra esta postagem, copiada de O Estado do Maranhão, mostra um exemplo disto, pois numa noite de sábado um dos principais corredores de folia criado pelo Governo do Estado e Prefeitura está vazio, sem animação dos poucos que foram tentar se divertir.

A continuar assim, daqui a alguns anos o carnaval de São Luís vai estar para os brasileiros igual ao de Fortaleza (CE), Teresina (PI), Palmas (TO), Brasília (DF) e outras cidades em que quase não se vê animação, até porque quando alguém pensa em diversão no período do Reinado de Momo, os lugares que vêm em mente são Rio de Janeiro (RJ), Recife (PE), Olinda (PE), Salvador (BA), Ouro Preto (MG) e até mesmo São Paulo (SP).

O pior é que a cidade não se apresenta sequer como opção alternativa para quem não quer folia, sendo prova disto o esvaziamento da rede hoteleira, que está com apenas 50% dos leitos ocupados.

Mesmo fora do circuito oficial, por decisão do governo e da prefeitura, brincadeira atai foliões de toda a São Lu´[is para o seu barracão e mostra que Carnaval é festa para quem sabe e gosta de fazer

Brincantes do Bicho Terra se misturam a populares, em cortejo que movimenta a madre Deus e salva o carnaval de São Luís (imagem: facebook/bichoterra)

O Bicho Terra, brincadeira da Companhia Barrica específica para o Carnaval, não teve nenhuma apresentação contratada pelo poder público neste período carnavalesco.

Nem o governo, nem a prefeitura, marcados pelo ódio das querelas políticas, quiseram o Bicho em sua programação.

Pior para eles.

Com um circuito montado por gente que nada entende de carnaval, de comunicação e de cultura, a festa conjunta Governo/Prefeitura fez um “carnaval para ninguém” e é um fracasso de público.

Enquanto isso, o Bicho Terra se apresenta em sua própria casa, na Madre Deus, leva convidados e atrai uma multidão de foliões.

O ponto alto da brincadeira, desde sexta-feira, é o cortejo do Bicho, espécie de arrastão, no encerramento da programação.

Os brincantes saem em meio aos foliões na Madre Deus e faz um verdadeiro bloco popular.

O bicho terra, portanto, está salvando o carnaval de São Luís, mesmo esnobado pelo poder público.

E a Madre Deus, mais uma vez, mostra quem sabe fazer carnaval…