Raciocínio do vice-procurador-geral eleitoral leva à interpretação de que seu irmão, o governador Flávio Dino, está na “antessala da corrupção”
Dois Dinos; duas visões Nicolao segue a carreira jurídica, condenando práticas que Dino já julgou e hoje é acusado de praticar
O vice-procurador-geral eleitoral, Nicolao Dino, voltou a comparar o caixa 2 eleitoral à corrupção e pregou punições mais severas contra a prática.
Nicolao é irmão do governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB), delatado na Operação Lava Jato por ter recebido R$ 200 mil em Caixa 2, na campanha de 2010.
Pelo raciocínio do irmão procurador, Flávio Dino está “na antessala da corrupção”.
– O caixa dois favorece em muito o abuso de poder econômico e as práticas de corrupção eleitoral. E pode escamotear uma relação de troca de favores. É destinação a uma campanha mas, na realidade, se trata de uma retribuição por favor já feito ou a ser feito – disse Nicolao Dino, em entrevista ao jornal Folha de S. Paulo.
O irmão do governador maranhense propõe regras claras para evitar a corrupção eleitoral…
O advogado Ulisses Martins sonhava ser presidente da OAB-MA; O procurador Nicolao Dino trabalha para comandar o Ministério Público Federal. De uma forma ou de outra, ambos estão enredados nas teias da Operação Lava Jato
Ulisses Martins e Nicolao Dino estão, ainda que de forma diferentes, enlaçados na Lava Jato
Controverso desde sua passagem pela Procuradoria-Geral do Estado, no governo José Reinaldo Tavares, o advogado Ulisses de Sousa Martins construiu, mesmo assim, uma rede de relacionamentos que o levou a patamares nacionais.
E sonhava ser o próximo presidente da seccional da OAB maranhense.
Sua citação na Operação Lava Jato trouxe de volta as questões que ele já enfrentara em 2007, e que sempre ficaram mal resolvidas.
Irmão do governador Flávio Dino (PCdoB), o procurador Nicolao Dino é o principal nome na linha de sucessão do Ministério Público Federal.
Ele é o candidato do próprio procurador-geral Rodrigo Janot.
Mas as informações privilegiadas dos inquéritos da Lava Jato a Flávio Dino põem Nicolao na linha de suspeição do vazamento.
Tanto Ulisses Martins quanto Nicolao Dino ainda podem pleitear os postos com os quais sonham.
Procurador-geral da República, Nicolao Dino afirma que “caixa 2 é crime grave”; comunista é acusado de receber, por fora, R$ 400 mil da Odebrecht para a campanha de 2010
Flávio Dino foi delatado por receber R$ 400 mil em Caixa 2; seu irmão, Nicolao Dino, entende que isso é corrupção…
Se depender do irmão Nicolao Dino, que é vice-procurador-geral da República, o governador Flávio Dino (PCdoB) será condenado por corrupção no Superior Tribunal de Justiça.
Dino, o governador, foi delatado pelo ex-executivo da Odebrecht, José de Carvalho Filho, por ter pedido propina de R$ 400 mil, de caixa 2, para a sua campanha eleitoral de 2010.
Em troca, segundo relatório da Procuradoria-Geral da República, o comunista aprovaria um projeto de interesse da construtora.
Para o outro Dino, o procurador, “caixa 2 é crime tão grave quanto corrupção”.
– Caixa 2 é crime, que precisa ser adequadamente punido na legislação – afirmou Dino, em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, em 27 de março. (Leia aqui)
Se depender do irmão procurador, portanto, Flávio Dino deve ser condenado por corrupção…
Documento encaminhado ao procurador-geral da República desde fevereiro mostra não haver nada contra a ex-governadora do Maranhão no processo da Lava Jato, mas o chefe do Ministério Público esconde o inquérito, o que força notícias negativas contra ela na mídia nacional, um escândalo de posicionamento político
O grifo em vermelho mostra o Ofício encaminhado para a PGR
Relatório da Polícia Federal encaminhado em 26 de fevereiro ao procurador-geral da República, Rodrigo Janot, pede o arquivamento do inquérito contra a ex-governadora Roseana Sarney (PMDB) no caso da Lava Jato.
O Ofício nº 0210/2016-RE 0010/2015-1 DPF/MJ-GINQ/STF/DICOR, é assinado pelo delegado Felipe Alcântara de Barros Leal e pormenoriza cada um dos itens da acusação, explicando a falta de provas.
O documento chegou à PGR em 29 de fevereiro, mas até hoje o procurador-geral da República Rodrigo Janot se manifestou sobre o caso.
Em destaque a data em que o procurador Janot recebeu o Ofício e nunca despachou
É preciso ressaltar que Janot tem como principal assessor o procurador Nicolao Dino de Castro e Costa, irmão do governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB), adversário político de Roseana.
O próprio Dino recebeu doações de empresas investigadas na Lava Jato, mas o MPF jamais abriu qualquer tipo de investigação para esclarecer as circunstâncias desta doação.
O inquérito em que Roseana Sarney é citada é o de número 3977.
No pedido de arquivamento, a Polícia Federal deixa claro que a ex-governadora jamais foi investigada no caso, por absoluta falta de provas.
Desde então, os advogados de Roseana tentam esclarecer por que Rodrigo Janot jamais despachou o pedido do delegado Felipe Alcântara, mas o chefe do Ministério Público tem dado de ombros às investidas da defesa.
Blog Atual 7 divulgou partes do relatório que mostram o conhecimento dos delegados da operação “Sermão aos Peixes” sobre as operações do Instituto Cidadania e Natureza desde 2004
Os delegados e procuradores federais e dois dos citados nos relatórios da PF: Helena Duailibe e José Reinaldo Tavares: poupados? (imagem: Atual 7)
A operação “Sermão aos Peixes”, da Polícia Federal, pode ter sido direcionada politicamente para atingir apenas o ex-secretário de Saúde, Ricardo Murad, poupando aliados do governador Flávio Dino (PCdoB), como os ex-governadores José Reinaldo Tavares (PSB) e Jackson Lago (PDT).
Trecho do relatório da PF confirma: investigação vem desde 2004, ao contrário do que afirmaram o delegados
A suspeita foi levantada nesta segunda-feira, 30, pelo blog Atual 7, que publicou partes do relatório da investigação, dando conta do conhecimento da polícia sobre as operações do Instituto Cidadania e Natureza desde o governo José Reinaldo Tavares (PSB), em 2004.
As revelações do Atual 7 corroboram coma s suspeitas já levantadas em posts deste blog. (Releia aqui e aqui)
Na entrevista coletiva da operação “Sermão aos Peixes, os delegados federais Sandro Jansen e Alexandre Saraiva, e os representantes da Controladoria-Geral da União (CGU) e do Ministério Público Federal (MPF), afirmaram que o suposto esquema teria sido criado e comandado pelo ex-secretário de Saúde Ricardo Murad, adversário político do governador Flávio Dino (PCdoB), que tem o irmão Nicolao Dino como sub-procurador Geral da República.
Mas o que mostra o relatório da investigação da própria Polícia Federal é outra coisa.
De acordo com Atual 7, o documento confirma que a Polícia Federal tinha conhecimento que o ICN e dois de seus donos – Péricles Silva Filho e Raimundo Sacramento Mendes – operavam desde maio de 2004 nos cofres da Secretaria de Estado da Saúde (SES).
– Desde o início da década passada o ICN foi contratado pela Secretaria Estadual de Saúde para administrar algumas unidades hospitalares da rede pública estadual. Desde então até os dias atuais sérias denúncias de desvio de verba pública através da citada OSCIP são veiculadas na Internet, apontando o Instituto como um ‘propinoduto’ por onde escoaria a verba pública desviada – afirma o relatório da investigação, ainda em seu volume 01.
Ou seja, os documentos oficiais da Polícia Federal desmentem os próprios chefes da Polícia Federal no Maranhão…
Deputado federal diz suspeitar que Flávio Dino seja um dos dois governadores comunistas beneficiados com o “propinoduto da lava jato”. E diz mais: que seu irmão, o procurador Nicolao Dino, pode estar atuando para abafar sua participação no caso
Nicolao Dino com Rodrigo Janot: por que só um governador divulgado?
O deputado federal Hildo Rocha (PMDB) fez ontem forte denúncia contra o governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB), e seu irmão, o procurador-geral adjunto Nicolao Dino.
Em discurso na Câmara, Rocha disse haver motivos para suspeitar que Dino seja um dos dois governadores do PCdoB que receberam propina da UTC – segundo afirmou seu próprio presidente, em delação premiada – e que o nome dele esteja sendo omitido nos vazamentos do caso pelo irmão, que é o mais influente assessor do procurador-geral da República Rodrigo Janot.
– Não quero acreditar que o procurador Rodrigo Janot, e muito menos o Nicolao Dino, estejam escondendo o nome de Flávio Dino do propinoduto da lava Jato – afirmou o parlamentar, na tribuna da Câmara.
Em seu discurso, Hildo Rocha citou matéria da revista Veja, baseada na delação premiada do dono da UTC, Ricardo Pessoa, listando as doações legais e ilegais aos candidatos do PCdoB, via deputada Jandira Feghali (RJ), muito próxima de Dino. (Veja vídeo acima)
Para reforçar seu argumento, Rocha citou matéria do jornal Folha de S. Paulo, que aponta para o recebimento de propina por dois candidatos a governador do PCdoB, mas cita o nome de apenas um.
– Eu oficiei à Procuradoria-Geral da República, pedindo o nome do outro governador. E a resposta deles foi a de que não podiam revelar por que ainda estava em sigilo. Não quero acreditar que estejam escondendo o nome de Flávio Dino – ponderou Hildo Rocha.
As denúncias de Hildo Rocha tornam-se mais graves pelo fato de que há mesmo uma relação próxima entre Flávio Dino e a UTC, doadora das suas campanhas em 2010 e 2014. Ocorre que o próprio dono da empresa afirma ter dado dinheiro de forma legal e de forma ilegal nessas campanhas.
Flávio Dino durane a campanha: propinoduto abasteceu contas do PCdoB, segundo delator
É grave acusação do deputado federal de que um procurador da República possa estar agindo para proteger interesses do irmão governador.
É grave também que o Ministério Público divulgue o nome de um candidato a governador listado no propinoduto da lava jato e esconda o nome de outro.
E todas essas ações suspeitas, como disse o próprio Hildo Rocha, acabam por levar a Flávio Dino.