Dois fatores contribuem para o renascimento eleitoral do ex-prefeito de São Luís: a sensação do eleitor de ter sido enganado pelo projeto da mudança e o reconhecimento de que o tucano fez mais obras que todos os seus antecessores juntos
A consistente aparição do ex-prefeito João Castelo (PSDB) como principal adversário da deputada Eliziane Gama (PPS) na disputa pela Prefeitura de São Luís – segundo pesquisa Exata/TV Guará – acendeu a luz amarela no grupo do governador Flávio Dino (PCdoB), que tem o prefeito Edivaldo Júnior (PTC) como candidato.
Pela primeira vez desde a implantação da reeleição, um candidato no cargo corre risco de ficar fora de um eventual segundo turno na capital maranhense.
Mas muito da ressurreição de Castelo tem a ver com um reconhecimento tardio do próprio eleitorado.
O ex-prefeito foi vítima de uma intensa campanha de desconstrução – com a contribuição inclusive deste blog – fruto da arrogância de sua filha, a ex-deputada Gardeninha Castelo (PSDB), que levou ao afastamento da classe política nas eleições de 2012.
A desconstrução midiática de Castelo – com a colaboração deste blog, repita-se – influenciada pelo projeto da mudança encarnado pelo comunista Flávio Dino, resultou no esconderijo de obras importantes.
Esse bombardeio midiático escondeu a recuperação da avenida Santos Dumont, da Mário Andreazza, da Daniel de la Touche, Jerônimo de Albuquerque, e da Estrada da Vitória; a urbanização do Caratatiua e a construção de avenidas como a Santo Antonio do Calhau, a Carlos Vasconcelos, no João de Deus, e o prolongamento da Avenida Litorânea.
Olhado agora, sem a contaminação da paixão política ocasionada pelas campanhas, este conjunto de obras já é suficiente para por João Castelo num patamar quilômetros acima de Holandinha, no que se refere ao que foi feito na capital nas duas gestões.
Mas, na época, era necessário desconstruir Castelo ao máximo, para que o projeto de mudança de Flávio Dino fosse iniciado, a partir da eleição de Edivaldo Holanda.
E até o grupo Sarney e seus mídias caíram no conto do vigário.
E o que ficou de Castelo foram o caos, o VLT, o atraso no salário do servidor e um suposto “rombo” na prefeitura, resultando na eleição da incógnita chamada Edivaldo Júnior.
Mas a mudança não se efetivou como o eleitor esperava, o que leva, hoje, o eleitor a raciocinar mais dentro da lógica – sem a paixão construída por projetos mirabolantes de mudança política.
E é exatamente por isso que Castelo ressurge como opção.
Simples assim…