Documentos mostram que a cadeia sucessória da gleba onde será construído o Porto São Luís passou do Governo Federal para o estadual, que cedeu aos moradores e depois desapropriou em favor da empresa; mas a empresa insiste em mostrar documento de compra
A cada dia surgem documentos que levam a entender o episódio envolvendo as terras do povoado Cajueiro como um grande esquema com participação de agentes públicos e espertalhões de toda sorte.
O advogado Abdon Marinho publicou no blog Atual7 artigo em que faz a linha do tempo da cadeia sucessória da gleba onde a empresa WTorre pretende construir o Porto São Luís. (Leia aqui)
E o que se extrai do contundente texto – e dos documentos apresentados – leva a quatro perguntas:
1 – A WTorre comprou a área ou foi beneficiada com a desapropriação do governo maranhense?
2 – Se a empresa já havia comprado, por que o governo teve que desapropriar?!?
3 – Se o governo desapropriou, porque a WTorre teve que comprar?
4 – Se as terras já haviam sido desapropriadas em favor da WTorre, no governo Arnaldo Melo (MDB), em 2014, por que Flávio Dino (PCdoB) decidiu cassar essa desapropriação, em 2015, e depois voltar atrás, já em 2018?
As dúvidas se fazem pertinente por que há duas linhas de raciocínio distintas na tentativa do governo comunista e da empresa de justificar a expulsão, na marra, dos moradores da área.
A WTorre emitiu nota sobre o episódio, mas em momento algum fala da desapropriação; a empresa afirma e reafirma que comprou as terras, embora admita que seus documentos não possam ser periciados.
Já o governo diz que a terra foi desapropriada em favor da WTorre e que a desapropriação seguiu rito judicial.
Há uma mentira coletiva, um mal entendido sobre venda e desapropriação ou uma picaretagem envolvendo agentes públicos e empresariais?
Só a investigação minuciosa do Ministério Público poderá esclarecer todas essas questões.
E quanto mais se mexe, mais fedor exala daquilo que vem à tona…