PDT ressente-se de Eduardo Braide, mas Brandão nem quer ouvir falar do PDT…

Presidente regional da legenda, senador Weverton Rocha resiste a uma aproximação do prefeito de São Luís por que imagina-se imposto pelo presidente Lula na chapa com os atuais governador e vice-governador em 2026, situação que enfrenta resistências declaradas do próprio Palácio dos Leões

 

Para ver esta bandeira, de novo, tremulando firme em 2026, Weverton precisa definir os rumos como líder, sem mágoas, ressentimentos, sentimentalismos ou frustrações

Análise de conjuntura

Com a candidatura do ex-vereador Fábio Câmara mantendo-se em 2024, corajosamente, como terceira via na tentativa de polarização entre o prefeito de São Luís, Eduardo Braide (PSD), e o deputado federal Duarte Júnior (PSB), o PDT, partido do senador Weverton Rocha, tem uma difícil projeção eleitoral para 2026.

Os pedetistas ressentem-se fortemente de Eduardo Braide, mas são rechaçados abertamente pelo governador Carlos Brandão (PSB).

Weverton sonha desde o início de 2023 que o presidente Lula irá impor seu nome na eventual chapa do vice-governador Felipe Camarão (PT) e do atual governador Carlos Brandão (PSB) como um dos postulantes ao Senado; o próprio Weverton deixou claro isso na matéria do jornal O Estado de S. Paulo, que teve forte repercussão na mídia maranhense.

– Minha ideia é tentar reconduzir o mandato de senador em 2026, com apoio do Lula – admitiu o senador pedetista. Mas a resposta a ele veio no mesmo dia, por intermédio do deputado federal Rubens Pereira Júnior (PT).

– Tem gente que traiu Flávio Dino, rompeu com ele, tentou derrotá-lo e agora, vejam só, tenta ser herdeiro político dele. É cada uma hahahahaha!!! – provocou o neopetista.

Pereira Júnior tem quase nenhum peso político no Maranhão, mas fala como uma espécie de boneco de ventríloquo do governador, que abriga o seu pai, Rubens Pereira, na Secretaria de Articulação Política; é, portanto, um recado direto do Palácio dos Leões à primeira tentativa do senador do PDT de figurar na mesma chapa de Brandão em 2026.

Rocha e o seu PDT ressentem-se de Braide pelo papel que o prefeito não desempenhou nas eleições de 2022: apoiado incondicionalmente pelo partido em 2020, ele simplesmente ignorou as eleições de 2022, levando o senador a um vexatório terceiro lugar, inclusive em São Luís.

Mas se o PDT resiste a uma aproximação com Braide, tampouco tem espaço no grupo de Brandão, que já tem suas próprias dores de cabeça para montar sua chapa de 2026 com o ministro André Fufuca (PP) e a senadora Eliziane Gama (PSD) postulando as vagas no Senado, como este blog Marco Aurélio d’Eça revelou no post “Brandão e a difícil equação para o Senado em 2026…”.

Weverton Rocha tem dois anos para construir um caminho próprio rumo às eleições de 2026, mas precisa se definir se gravitará em torno dos remanescentes do dinismo, esperando a imposição da vaga por Lula na chapa de Brandão – e ouvindo provocações e rechaços – ou se constrói uma alternativa que abra-lhe outros caminhos como líder.

Mas para isso, deve curar-se da mágoa, do revanchismo e do ressentimento…

Espólio político de Flávio Dino põe Weverton e Eliziane em disputa por 2026…

Senadores eleitos em 2018 na chapa do próprio futuro ministro do Supremo Tribunal Federal alfinetam-se mutuamente na tentativa de ocupar uma das vagas na chapa que deve ter o vice-governador Felipe Camarão como candidato ao governo e o atual governador Carlos Brandão em uma das vagas ao Senado, com apoio do presidente Lula

 

Eleitos juntos em 2018 com a força de Flávio Dino, Weverton e Eliziane sabem que em 2026 só haverá espaço pra um deles na chapa majoritária

Os dois senadores eleitos em 2018 pela força do então governo Flávio Dino – Weverton Rocha (PDT) e Eliziane Gama (PSD) – nem aguardaram a posse do futuro ministro no Supremo Tribunal Federal para disputar publicamente seu “espólio” político no Maranhão; reportagem do jornal O Estado de S. Paulo, nesta terça-feira, 16, põe os dois para brigar abertamente.

No desenho imaginado pelo Estadão na era pós-Dino, a chapa de 2026 – apoiada pelo presidente Lula (PT) – estaria definida com o hoje vice-governador Felipe Camarão (PT) disputando o governo e o atual governador Carlos Brandão (PSB) como candidato a uma das vagas de senador, possibilidade já apontada neste blog Marco Aurélio d’Eça nos posts “Encruzilhada à frente para Brandão em 2024…”, ainda do mês de agosto, e “O papel de Eliziane Gama no grupo Dino/Brandão em 2026…”, publicado em outubro.

É justamente a segunda vaga para o Senado o motivo da “disputa” antecipada entre Weverton e Eliziane.

– [Após ida de Dino para o STF] o governador Carlos Brandão, juntamente conosco, passa a liderar com mais protagonismo. Weverton rompeu com nosso grupo político; na última eleição ele teve vice do PL, mas ficou distante. Ele saiu muito enfraquecido da eleição – ponderou Eliziane Gama ao jornal Paulista.

– Dino ficou neutralizado politicamente pelo cargo, o que é natural, e não credenciou ninguém para falar por ele. Caberá às lideranças políticas do Estado preencherem essas lacunas. Claro que quem tem sintonia com as pautas terá mais naturalidade nesse processo – rebateu Weverton, na mesma matéria.

O que o senador pedetista entende por “pauta” também foi exposta neste blog Marco Aurélio d’Eça ainda em 2021, no post “Pauta de centro-esquerda tende a aproximar agenda de Weverton e Flávio Dino…”. 

Nesta peleja entre Eliziane Gama e Weverton Rocha – que não leva em conta o ministro dos Esportes André Fufuca, que tem a simpatia do próprio Carlos Brandão (PSB) para a vaga – Eliziane mostra-se mais à vontade por estar tanto na base de Lula quanto na de Brandão, espaço que Weverton tem dificuldades de entrar.

O próprio Weverton Rocha admitiu ao Estadão que depende exclusivamente de Lula para viabilizar-se como opção ao Senado em 2026 – ele nem fala mais em governo – fato que este blog Marco Aurélio d’Eça vem dizendo desde 2022. (Relembre aqui, aqui e aqui)

– Minha ideia é tentar reconduzir o mandato de senador em 2026, com apoio do Lula – admitiu o pedetista.

Para isso, Weverton busca aliança com os próprios dinistas, numa espécie de oposição ao governador Carlos Brandão.

Este movimento, no entanto, ainda não consegue ser visto a olho nu…

André Fufuca cresce na base de Brandão…

Ministro dos Esportes chega a 2024 como o nome mais citado entre aliados do governador maranhense como opção para o Senado Federal em 2026, o que impõe dificuldades de articulação à senadora Eliziane Gama e, sobretudo, ao senador Weverton Rocha, ainda indefinido quanto ao caminho a tomar para viabilizar sua reeleição

 

Fufuca tem a confiança de Flávio Dino e Carlos Brandão; e já é a opção de uma ampla base de prefeitos, deputados federais e estaduais no Maranhão

Análise de conjuntura

Qualquer deputado federal ou deputado estadual ligado à base do governador Carlos Brandão (PSB) ouvido sobre a disputa de senador em 2026 cita, naturalmente, o nome do ministro dos Esportes, André Fufuca (PP).

Deputado federal no terceiro mandato, Fufuca incluiu-se naturalmente na lista de pretendentes ao Senado desde 2022, quando decidiu apoiar a reeleição de Brandão; e ampliou significativamente este projeto ao assumir o ministério no governo Lula (PT).

É óbvio que o nome de Fufuca ao Senado impõe dificuldades aos atuais dois senadores cujos mandatos se encerram nas eleições de 2026, Eliziane Gama (PSD) e Weverton Rocha (PDT), o ue já foi abordado neste blog Marco Aurélio d’Eça no post “A difícil equação de Brandão para o Senado em 2026…”.

Eliziane tem uma garantia de apoio do próprio Brandão, o que só deve ocorrer se o governador permanecer no cargo até o final; se ele decidir ser candidato a uma das vagas, ela terá a difícil missão de convencer a base a abrir mão de Fufuca em seu favor.

Situação ainda mais difícil é a do pedetista Weverton Rocha.

Ainda indefinido quanto aos rumos políticos a serem tomados em 2024 e 2026, o senador recuperou força no final de 2023, mas aposta unicamente numa articulação nacional envolvendo o presidente Lula para garantir uma das vagas na chapa majoritária que ele entende será encabeçada pelo atual vice-governador Felipe Camarão (PT).

O próprio Brandão rejeita a hipótese de dividir essa chapa com Weverton – ainda que apoie Camarão – e já trabalha para afastar as chances de ter que conviver com o adversário do PDT.

Afável no trato, leal nas alianças e cumpridor de acordos, André Fufuca é querido entre parlamentares e secretários; recentemente, foi até surpreendido ao ser ovacionado como senador até pela presidente da Assembleia Legislativa, Iracema Vale (PSB).

O que amplia ainda mais a sua base de aliados…

Duarte Jr. vê frustrada operação que levaria o PDT, de Weverton, ao seu palanque…

Federação que vinha sendo articulada entre o PSB, do deputado federal que vai disputar a Prefeitura de São Luís e o partido do senador maranhense, perdeu força com a briga entre os irmãos Cid e Ciro Gomes, do Ceará, o que inviabiliza os planos dos socialistas e pressiona o líder pedetista por uma posição mais efetiva na capital maranhense

 

Briga dos irmãos Gomes, no Ceará, frustra planos de Rocha e Duarte por palanque automático em São Luís

Caiu por terra nesta quarta-feira, 3, o sonho do deputado federal Duarte Júnior (PSB) de ter o PDT, do senador Weverton Rocha, em seu palanque na disputa pela Prefeitura de São Luís.

Duarte apostava que a federação entre os dois partidos levaria, obrigatoriamente, ao seu palanque o partido de Weverton – que tem como pré-candidato o ex-vereador Fábio Câmara; mas nesta quarta-feira, 3, um movimento do senador Cid Gomes, irmão do presidenciável Ciro Gomes – de se transferir com todo o seu grupo para o PSB – inviabilizou a aliança.

A articulação nacional entre PSB e PDT garantiria a Ciro Gomes o apoio dos socialistas à candidatura do seu aliado José Sarto à Prefeitura de Fortaleza (CE); com a ida e Cid par ao PSB, isso se torna inviável, o que inviabiliza também a federação em todo o país.

Duarte sairia fortalecido por que nem precisaria negociar com os pedetistas nenhum tipo de presença na chapa, cuja vice já está garantida à federação entre PT, PCdoB e PV.

A frustração de Duarte Júnior também joga pressão sobre o senador Weverton Rocha.

Sem a desculpa da federação partidária com o PSB, ele terá que descer do muro e se posicionar mais claramente sobre os rumos eleitorais do PDT na capital maranhense.

Mas esta é uma outra história…

PDT tem votação média em São Luís na casa dos 15%, mostra estudo…

Partido que venceu todas as eleições na capital maranhense desde 1988 alcançou nas duas últimas eleições – por suas próprias forças – pouco mais de 80 mil votos, o que põe a candidatura do ex-vereador Fábio Câmara – com seus cerca de 12 mil votos em 2022 – em condições de quebrar a polarização que o governador Carlos Brandão deseja no pleito de 2024

 

Em 2020, Neto Evangelista enfrentou as duas máquinas e, com apoio do PDT, alcançou mais de 83 mil votos na capital maranhense

Ensaio

As eleições de 2024 tendem a se afunilar entre quatro ou cinco candidatos, sobretudo com a tentativa de polarização que o governo Carlos Brandão (PSB) tenta impor ao prefeito Eduardo Braide (PSD) com a candidatura do deputado federal Duarte Júnior (PSB).

Esta tendência de afunilamento, já mostrada neste blog Marco Aurélio d’Eça, aponta para o enxugamento de candidaturas, sobretudo na base do governo, o que deixa a disputa restrita ao prefeito, ao candidato do Palácio dos Leões, às candidaturas chamadas “de menor influência”, e a do candidato do PDT, ex-vereador Fábio Câmara.

Neste estudo, este blog Marco Aurélio d’Eça faz um recorte analítico para mostrar o potencial do PDT – partido que venceu todas as eleições na capital maranhense desde 1988 – no caso de se confirmar a tendência de polarização e enxugamento das candidaturas desejada pelo Palácio dos Leões.

Nas duas últimas eleições as candidaturas majoritárias do PDT – em 2020, para prefeito, com a do deputado estadual Neto Evangelista (DEM); e a de 2022, com o senador Weverton Rocha ao governo – alcançaram uma média de 15% dos votos em São Luís, mesmo em condições adversas, concorrendo contra máquinas poderosas.

Em 2020, Evangelista foi apoiado pelo PDT, que indicou a vice, mas não teve o apoio do então prefeito Edivaldo Júnior, mesmo este ainda filiado ao partido do senador Weverton;  Ao fim do primeiro turno, o deputado democrata ficou em terceiro, com 16,24% dos votos, ou 83.138.

Nas eleições de 2022, Weverton entrou na disputa pelo governo também em condições adversas; enfrentou, apenas com a militância pedetista, a força do hoje presidente Lula (PT), do agora ministro do STF Flávio Dino, e a máquina do governador Carlos Brandão (PSB); e foi engolido pela polarização do então presidente Jair Bolsonaro (PL) com Lula, que favoreceu Lahésio Bonfim (PSC).

Mesmo assim, Weverton registrou em São Luís exatos 14,73%, ou 82.744 votos. Agora preste atenção nos números:

  • Em 2020, só com sua força pessoal e o apoio do PDT, Neto Evangelista teve mais de 83 mil votos em São Luís;
  • Em 2022, só com sua força pessoal e o apoio do PDT, Weverton Rocha teve mais de 82 mil votos em São Luís.

Candidatura pedetista pode ser fiel da balança em 24

Enfrentando várias máquinas e a polarização entre Lula e Bolsonaro, Weverton teve mais de 82 mil votos em São Luís apenas com apoio da militância pedetista

Em 2024, o PDT apresenta à disputa o ex-vereador Fábio Câmara, suplente de deputado federal e também ex-candidato a prefeito.

Self-made-men, Câmara é um representante das camadas mais populares na política; e assim como o PDT, seus números também são consolidados na capital maranhense.

Eleito vereador em 2012, entrou na disputa pela Prefeitura de São Luís em 2016 pelo MDB, também em condições adversas, sem apoio da própria legenda, abandonado pelas lideranças do partido e enfrentando estruturas poderosas das máquinas estadual e municipal; o ex-vereador registrou 19.045 votos, ou 3,63% do total.

Em 2022, já no PDT, o ex-vereador concorreu a deputado federal; ficou entre os 10 mais votados na capital maranhense, obtendo 12.462 votos (2,14%).

  • Em 2016, com sua força pessoal e amigos, Câmara alcançou como candidato a prefeito quase 20 mil votos em São Luís;
  • em 2020, como candidato a deputado federal pelo PDT, o ex-vereador registrou em São Luís mais de 12 mil votos.

Como se vê, historicamente, o PDT é o partido com votação mais consolidada em São Luís, graças à força da legenda e à militância historicamente aguerrida, capaz de sair das condições mais adversas.

Este blog Marco Aurélio d’Eça tem mostrado desde meados de 2023 que apenas o PDT – com seu candidato Fábio Câmara e a liderança do senador Weverton Rocha – são capazes de quebrar a polarização desejada em São Luís pelo governador Carlos Brandão.

Os números da história estão aí para mostrar.

E eles não mentem, jamais… 

O reposicionamento de Weverton Rocha…

Após um início de ano de mergulho na derrota de 2022, senador pedetista se realinhou ao grupo do ainda ministro da Justiça Flávio Dino, solidificou sua aliança com o presidente Lula, viu o PDT se recolocar no debate eleitoral e chega ao fim de 2023 com cacife para correr em faixa própria, independentemente das escolhas do governador Carlos Brandão para 2026

 

Weverton fecha 2023 bem mais próximo do agora ministro do STF Flávio Dino e com o prestígio em alta no governo Lula

Ensaio

Se o governador Carlos Brandão (PSB) cumprir o compromisso que tem com o ainda ministro da Justiça Flávio Dino e sair do cargo em 2026 para concorrer ao Senado – abrindo o mandato para o vice-governador Felipe Camarão (PT) – terá, fatalmente, o senador Weverton Rocha (PDT) como companheiro de chapa.

Se, por outro lado, Brandão decidir mandar às favas o acordo com Dino – que já estará no Supremo Tribunal Federal – e deixar Camarão fora do governo para apoiar outro nome à própria sucessão, fatalmente enfrentará uma chapa apoiada pelo presidente Lula (PT), com o próprio Camarão e… Weverton.

Após um ano de mergulho para juntar os cacos de uma derrota fragorosa, que ele próprio reconhece fruto de alguns erros estratégicos de sua campanha, o senador pedetista chega ao final de 2023 com o cacife renovado, força política em franca ascensão e potencial para agregar uma legião de desgarrados na era pós-Dino no Maranhão. 

Weverton reconstruiu as condições para voltar a pensar no jogo de poder.

Quando lideranças e jornalistas o apontavam como “morto” no debate político, ele lambeu as feridas de guerra, mergulhou na reconstrução dos laços históricos com a esquerda e com o presidente Lula (PT), refez as pontes com Flávio Dino e foi fundamental na articulação que garantiu ao ministro a vaga no Supremo Tribunal Federal.

Esta movimentação foi registrada neste blog Marco Aurélio d’Eça ainda em setembro, no post “Weverton ganha força de articulador em Brasília…”.

Por outro lado, enquanto se rearticulava em Brasília, o senador viu seu PDT ressurgir das cinzas com uma candidatura a prefeito que – mesmo com toda má-vontade da mídia e dos políticos fecha o ano como uma das remanescentes na disputa pela Prefeitura de São Luís; a candidatura pedetista é uma espécie de terceira via, capaz de mudar o resultado eleitoral de 2024.

É a partir da sucessão municipal – e não apenas na capital, mas em todos os municípios – que Weverton trabalha para reagregar aliados e ex-aliados, desde os dinistas mais empedernidos até os brandonistas decepcionados, além de desgarrados de todos os lados.

Há quem diga no Palácio dos Leões que o governador  Carlos Brandão dá de ombros para qualquer tentativa de reaproximação de Weverton, por que já definiu seu projeto eleitoral de 2026.

Mas há também entre os próprios aliados do governador Brandão, quem diga que, para desenhar os cenários de 2026, é preciso olhar com atenção para a atual formação da bancada maranhense no Senado Federal.

Seja por qual aspecto que se queira ver…

Weverton põe dúvidas sobre necessidade de empréstimo pretendido por Brandão…

Senador pedetista questionou a aprovação da Assembleia Legislativa para uma operação de crédito da ordem de R$ 350 milhões no mesmo momento em que o governador  cria mais despesas com aumento do número de secretarias e vai garantir aumento da arrecadação com elevação de taxas e impostos

 

Na articulação em favor de Dino, Weverton conseguiu apoio até de Sérgio Moro; agora, se posiciona como líder da oposição no Maranhão

O senador Weverton Rocha (PSDT) voltou à carga contra o governador Carlos Brandão, criticando, sobretudo, a operação de empréstimo autorizada pela Assembleia Legislativa, de cerca de 350 milhões.

– Eu tenho as minhas dúvidas se o Maranhão vai realmente precisar desse empréstimo. Primeiro, porque quem está com dificuldades não cria mais despesas. O governador acabou de criar novas secretarias, então não me parece que ele esteja precisando de mais recursos – falou o senador, em entrevista ao jornalista Elias Lacerda.

Para Weverton, o Maranhão terá forte aumento de arrecadação em 2024, após o próprio Brandão aumentar significativamente a alíquota de impostos e as taxas de vários serviços no estado.

– O Maranhão deve arrecadar bem a partir do ano que vem, porque ele (Brandão) acabou de aumentar os impostos estaduais consideravelmente. Isso deve dar uma robustez no caixa, ele deve melhoras as condições para continuar investindo no Maranhão, para continuar fazendo o trabalho que se espera dele – ressaltou.

Em junho, após seis meses de silêncio em relação ao governo, Weverton Rocha já havia criticado o interesse de Brandão em um empréstimo, à época na casa dos R$ 3,5 bilhões; ele criticou duramente o governador, como revelou este blog Marco Aurélio d’Eça no post “Vou estar atento e acompanhar de perto…”.

A postura dura de Weverton em relação ao governador se dá após sua atuação em defesa da indicação do ministro Flávio Dino para o Supremo Tribunal Federal; e indica que o senador  pedetista deve mesmo assumir o contraponto político ao Palácio dos Leões, como líder da oposição.

Mas esta é uma outra história…

A era pós-Dino: seria Weverton o herdeiro do dinismo na esquerda?!?

Com estrutura política própria, partido estabelecido em todo o estado e influência no Maranhão e em Brasília, senador do PDT é o único nome entre os aliados do ministro da Justiça com capacidade para seguir o seu legado; mas precisa demonstrar poder de aglutinação e de manutenção de grupo ainda não claramente consolidado em sua trajetória

 

Weverton precisou de Flávio Dino em seu melhor momento, mas não obteve apoio; Agora é Dino quem recebe o apoio de Weverton em seu “pior” momento

O senador Weverton Rocha (PDT) viveu uma espécie de ano sabático em 2023.

Duramente derrotado nas eleições de 2022 para o Governo do Estado – após uma sequência histórica de vitórias desde 2010, quando disputou a primeira eleição – precisou de meses para recuperar o fôlego e manteve no primeiro semestre um incômodo silêncio, registrado neste blog Marco Aurélio d’Eça no post “O Silêncio da oposição maranhense…”.

Mesmo afastado do Maranhão, porém, manteve-se ativo em Brasília, onde tem forte influência política e articulação com todas as correntes ideológicas.

Se reaproximou de Flávio Dino em setembro, numa visita ao Palácio dos Leões na ausência do governador Carlos Brandão (PSB), episódio também registrado no blog Marco Aurélio d’Eça, no post “O cachimbo da paz entre Flávio Dino e Weverton Rocha…”.

Weverton e Dino vinham montando uma agenda comum para 2024 e 2026, que poderia ou não contemplar o próprio Brandão, dependendo das circunstâncias políticas; e é exatamente por causa desta agenda que Weverton surge como principal herdeiro do legado político do dinismo nesta era pós aposentadoria política do ministro.

Ao contrário do vice-governador Felipe Camarão (PT), cuja agenda eleitoral está amarrada à do governador.

Como mostrou o blog Marco Aurélio d’Eça no segundo documentário da série “A era pós-Dino”, intitulado “O papel de Felipe Camarão…”, Weverton tem agenda própria, tem partido e tem aliados em todo o Maranhão, o que lhe dá peso na mesa de negociações.

Seus mais de 20% de votos nas eleições estaduais – que pareceram pouco em 2022 – são significativos e orgânicos, uma vez que, na campanha, ele não conseguiu se identificar com a direita e acabou perdendo parte dos votos da esquerda pela pressão da dupla Flávio Dino/Lula em favor de Brandão.

Pode-se dizer, desta forma, que os votos de 2022 são totalmente seus.

Mas Weverton ainda precisa superar um obstáculo indissociável de seu perfil político: a incapacidade de construir grupo sólido e manter aliados para além de um círculo íntimo, que lhe influencia para o bem e para o mal.

Das eleições de 2010, quando alcançou a primeira suplência de deputado federal, até agora em 2022, passaram pelo entorno do senador  pedetista nomes como o ex-prefeito Edivaldo Júnior (sem partido), os ex-vereadores Ivaldo Rodrigues, Bárbara Soeiro e seu filho, o atual parlamentar Octávio Soeiro, os ex-deputados Julião Amin e Rubem Brito, o vereador Nato Júnior, os irmãos Gil e Glalbert Cutrim, os deputados Othelino Neto, Osmar Filho, Francisco Nagib, Zito Rolim e Rafael, os prefeitos Hilton Gonçalo, de Santa Rita, e sua mulher, Fernanda; o de Pinheiro Luciano Genésio e sua ex-mulher Drª Thaiza, além de diversos outros políticos Maranhão a fora.

A mesma capacidade de aglutinar demonstrada nos momentos de exibição de força, mostra-se refratária quando no exercício do poder ou nos momentos de intervalo eleitoral.

Muito próximo do senador pedetista desde os idos de 2007, o titular deste blog Marco Aurélio d’Eça ouviu dele, certa feita, que uma de suas características principais é o empoderamento de aliados.

Além de empoderar, porém, é preciso evitar afastamentos.

Sem isso, é impossível alcançar o poder…

“Nem precisa votar, basta não atrapalhar”, disse Weverton, sobre contrários a Dino

Relator do processo de indicação do ministro da Justiça ao Supremo Tribunal Federal, senador pedetista disse que tem conversado com oposicionistas e bolsonaristas para que atuem dentro das quatro linhas na sabatina do dia 13 de dezembro, para que “as batidas sejam apenas na canela”

 

Weverton tem acompanhado a movimentação de Flávio Dino no Senado e é o principal articulador dos votos em favor do ministro

O senador Weverton Rocha (PDT) mostrou-se otimista em relação à aprovação do nome do ministro da Justiça Flávio Dino para o Supremo Tribunal Federal; Weverton conversou com o titular deste blog Marco Aurélio d’Eça sobre a movimentação por Dino.

– Não é que esteja sendo fácil, mas tudo segue um trabalho de articulação prévia; nós esperamos alcançar o patamar de votos necessários – afirmou o senador, que projeta cerca de 55 votos favoráveis; o mínimo para a aprovação é 41 votos.

Em relação aos bolsonaristas, Weverton explicou que não trabalha necessariamente pelo voto deles, mas que pelo menos não gerem confusões durante a sabatina.

– Se não criar empecilhos já é o bastante – afirmou.

A base do ex-presidente Jair Bolsonaro tem se manifestado contra a indicação de Flávio Dino ao STF, mas de forma respeitosa, levando em conta apenas questões ideológicas, não pessoais.

– Se for pra bater, que se bata apenas na canela – brincou o senador pedetista.

A sbatina de Fla´vio Dino ocorre no dia 13 de dezembro…

Perfil de Weverton criticado por dinistas vai ajudar o próprio Flávio Dino no Senado…

Senador do PDT é um dos mais hábeis articuladores do Congresso Nacional e circula com desenvoltura em todas as alas políticas, incluindo o bolsonarismo, o que levou a críticas do ainda ministro da Justiça, agora precisando de votos no Senado para ter o nome aprovado para o STF

 

Da esquerda histórica, Weverton tem perfil conciliador e vai ajudar Flávio Dino na busca por votos bolsonaristas, incluindo Flávio Bolsonaro

Aliados do ainda ministro da Justiça na imprensa maranhense bateram, duramente, durante a campanha de 2022, em um perfil que deveria ser visto com respeito na personalidade do senador Weverton Rocha (PDT): sua capacidade de diálogo com todas as correntes políticas.

Apoiando a candidatura do então candidato a governador Carlos Brandão (PSB) Flávio Dino condenava a relação de Weverton com o senador Flávio Bolsonaro (PL)-RJ), filho do então presidente Jair Bolsonaro (PL), e com outros senadores da direita bolsonarista no Senado.

Influenciados pelo então ex-governador, blogs alinhados chegaram a bater forte em Weverton por causa deste perfil. (Relembre aqui, aqui, aqui e aqui)

O tempo passou, tanto Brandão quanto Dino elegeram-se, Dino chegou ao ministério de Lula, inviabilizou-se na política até ser indicado para o Supremo Tribunal Federal pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Agora precisa de 41 votos no Senado para ter essa indicação aprovada.

Por ironia do destino, é a relação de Weverton Rocha com os senadores da direita bolsonarista que deve garantir a aprovação do nome de Dino; há possibilidade de que até mesmo Flávio Bolsonaro acabe acatando a indicação do ex-comunista.

Weverton sempre teve relações com o presidente Lula, antes mesmo até de o próprio Flávio Dino entrar na política.

Mas isso não o impediu de mostrar-se um hábil articulador no Congresso Nacional, mantendo-se próximo de todas as correntes políticas, como já mostrou este blog Marco Aurélio d’Eça no post “Weverton ganha força de articualdor em Brasília…”.

O senador do PDT conta com um mínimo de 55 votos favoráveis no Senado ao nome de Flávio Dino.

Mas espera aumentar essa votação para mais de 60 nos próximos 15 dias…