10

Bendito celular…

De O EstadoMaranhão, com ilustração do blog

Momento da execução do mecânico: flagrante de celular

Momento da execução do mecânico: flagrante de celular

Depois de uma sucessão de equívocos e divulgação precipitada de notas, somadas à pressão da imprensa e da opinião pública, a Secretaria de Segurança cumpriu seu papel e prendeu o vigilante flagrado em vídeo executando o mecânico Irialdo Batalha, em Vitória do Mearim.

Os policiais envolvidos no crime também estão presos. Mas, apesar da eficiência policial em prender os suspeitos – nada além do dever cumprido – o atabalhoamento que norteia esse caso ainda perturba.

Não fossem vídeos gravados por testemunhas, o desfecho dessa história poderia ser outro. Sem as imagens, não se sabe – e nunca se saberá – se as providências no caso seriam as mesmas.

Ao saber do ocorrido, a SSP se precipitou em emitir nota recheada de inverdades. Afirmou que policiais trocaram tiros com dois homens suspeitos de praticarem assalto a um comércio; eles fugiam em uma moto quando um deles foi baleado e caiu; um vigilante se aproximou e atirou contra a cabeça do homem caído; os policiais não presenciaram a execução, pois estavam em perseguição ao segundo suspeito, que acabou preso.

Após vídeo exibido pela TV Mirante, a SSP emitiu uma segunda nota, reconhecendo que os policiais haviam presenciado a execução e que tomaria providências. Mas, a versão de que as vítimas seriam assaltantes armados não foi retirada.

Na quinta-feira, a verdade veio à tona.

O secretário de Segurança, Jefferson Portela, se viu obrigado a reconhecer que os homens não eram criminosos e que a versão de que houve troca de tiros foi desmentida por testemunhas dos fatos.

Conclusão(?) da história: um homem inocente morto e outro (a segunda vítima da lambança policial) com um trauma a ser superado. Diego Geane Ferreira Fernandes, amigo de Irialdo Batalha, levou um tiro de fuzil no pé e foi autuado em flagrante por desacato a autoridade, resistência à prisão e porte ilegal de arma de fogo.

Ficou preso por dias e chegou a passar um fim de semana algemado a uma cama de hospital, até ser solto, após constatado o equívoco.

Pergunta que não quer calar: e se aquelas testemunhas não tivessem sacado os seus celulares para registrar os fatos?

Publicado na coluna Estado Maior, de 06/06/2015
8

César Pires tentou avisar Jefferson Portela sobre assaltos em Panaquatira

Deputado democrata revelou na Assembleia que tenta, há mais de dois meses, uma audiência com o secretário de Segurança, para tratar, exatamente, dos assaltos praticados pela quadrilha que matou o policial, sábado

 

César Pires lamentou descaso do secretário de Segurança

César Pires lamentou descaso do secretário de Segurança

O deputado César Pires (DEM) revelou em discurso na tribuna da Assembleia que tenta, há dois meses, marcar audiência com o secretário Jefferson Portela e não consegue. O deputado, que tem casa na região de Panaquatira, queria tratar exatamente da falta de segurança na área.

– Há mais ou menos uns sessenta dias tento marcar uma audiência com o secretario de segurança e não consigo. Queria tratar desses bandidos, do líder morto (Nal) e a quadrilha que mataram o policial – revelou Pires

César Pires diz que tem sido cobrado pela população, sobretudo caseiros e proprietários das casas praianas.

– Talvez tivéssemos evitado essa tragédia – lamentou, referindo-se ao não atendimento de Jefferson Portela.

César Pires se pronunciou logo após o deputado Cabo Campos (PP) ter se emocionado ao falar na tribuna da morte do colega.

Solidário ao colega, Pires indagou: vc sabia que esses bandidos já tinham sido identificados por outros assaltos em Panaquatira e de certa forma ignorados pela policia?

Os assaltos são frequentes não só em Panaquatira mais em Ponta Verde, Caura e Juçatuba.

– A morte do policial mostrou a realidade do medo e da insegurança dos proprietários que tinham Panaquatira como um”paraiso”. E evidenciou um sistema de segurança mais de voz e pirotecnia que de ações – indignou-se Cesar Pires.

O deputado revelou ainda que, diante dos muitos assaltos, os proprietários sequer dormem em suas casas de veraneio.

– Será que vamos assistir calados outros assaltos, sem uma estratégia para fazer o óbvio, ou uma morte pra chamar atenção? – questionou.