Única mulher na disputa pelas duas vagas do Maranhão, deputada federal entra na corrida eleitoral já vitoriosa pela forma como, mesmo em meio a intenso bombardeio, consegue estar em um jogo sabidamente machista, formado por preconceitos e com forte imposição de sobrenomes
A deputada federal Eliziane Gama (PPS) será homologada candidata ao Senado pelo PPS, no próximo sábado, 28, na convenção do governador Flávio Dino (PCdoB), candidato à reeleição.
E a homologação do nome de Eliziane já é, por si só, uma vitória significativa para a parlamentar, que saiu das urnas de 2016, em São Luís, com a aposentadoria praticamente decretada pelos adversários.
Vencer em uma eleição majoritária marcada pelo machismo, suplantar nomes de peso do seu grupo político – como o ex-governador José Reinaldo Tavares (PSDB), o deputado federal Waldir Maranhão (PSDB), ambos já em outros projetos – e queridinhos do próprio governador, como Bira do Pindaré (PSB), Mário Macieira (PT) e Felipe Camarão (DEM) é, sem dúvidas, uma vitória e tanto.
Nascida no empobrecido interior do Maranhão, sem sobrenome político ou parente encastelado no poder, Eliziane representa – ao lado do também candidato a senador Weverton Rocha (PDT) – uma espécie de ascensão das classes populares ao poder maranhense.
É com sua capacidade de reinvenção – que garantiu, inclusive, o apoio do prefeito de São Luís, Edivaldo Júnior (PDT) – que a menina do interior, vista por muitos como confusa, indecisa, individualista, sem capacidade de agregação conseguiu, sozinha, se colocar no patamar das lideranças estaduais.
Disputou com força pessoal e por um partido insignificante, como o PPS, duas eleições de prefeito de São Luís – em 2012 e 2016 – foi cogitada para concorrer ao governo, em 2014, e lidera atualmente – sozinha ou com outros – todas as pesquisas ao Senado já registradas na Justiça Eleitoral.
Por todo este histórico de superação e reinvenção Eliziane Gama chega à campanha propriamente dita como a principal candidata ao Senado.
Tanto do ponto de vista da vitória pessoal quanto pela abordagem eleitoral…