Levantamento do Congresso em Foco divulgado nesta quarta-feira, 26, mostra que – apesar de toda a superexposição a que o ministro da Justiça vem se submetendo desde o início do governo – as lideranças do parlamento brasileiro ainda veem o titular da Fazenda, Fernando Haddad, como o melhor auxiliar do presidente Luiz Inácio Lula da Silva
Este blog Marco Aurélio d’Eça vem apontando desde janeiro que a superexposição a que o ministro da Justiça Flávio Dino (PSB) se submete desde o início do governo Lula (PT) é mais prejudicial do que benéfica à sua imagem. (Relembre aqui, aqui, aqui e aqui)
Nesta quarta-feira, 26, o site Congresso em Foco, que acompanha as atividades da Câmara e do Senado Federal, comprovou com dados reais esta advertência: apesar de estar em todos os lugares discutindo todos os assuntos ao mesmo tempo, Flávio Dino não é bem visto pelas lideranças do Parlamento, que elegeram o titular da Fazenda, Fernando Haddad (PT), como o melhor auxiliar do presidente.
O estudo Painel do Poder apontou que Flávio Dino ocupou apenas a 12ª posição entre os preferidos do Congresso, perdendo também para nomes como Wellington Dias (Desenvolvimento Social), Camilo Santana (Educação), Simone Tebet (Planejamento) e Geraldo Alckmin (Indústria e Comércio).
Para se ter ideia do sentimento que Flávio Dino provoca entre os congressistas, das 28 menções ao seu nome no painel, 16 foram positivas e 12 negativas, uma das mais polarizadas do levantamento.
Esse índice de antipatia ao ministro da Justiça já tinha ficado claro em análise da revista Veja, que expôs sua capacidade de fazer inimigos tanto no governo quanto no Congresso, como abordado no blog Marco Aurélio d’Eça em post intitulado “Mídia Nacional vê em Flávio Dino, só agora, o que este blog viu desde janeiro…”.
Já o jornal O Estado de S. Paulo revelou agora em julho, que, além de inimigos poderosos, como o presidente da Câmara Arthur Lira (PP-AL), Dino ganhou antipatia do núcleo mais próximo de Lula, como o ministro da Educação Camilo Santana; e é uma espécie de “espalha roda”, como revelado no post “Flávio Dino absolutista…”.
O Congresso em Foco justifica a má avaliação de Dino exatamente pela superexposição do ministro.
– Flávio Dino é icônico. Talvez ele seja o ministro que teve mais protagonismo com a imprensa, com o 8 de janeiro. Foi o mais convocado para a Câmara. Tem muito protagonismo em rede social também, é um ministro que aparece, põe a cara para bater. Chamou a atenção, bem no sentido de que os que gostam do governo gostam dele. E os que não gostam acham ruim – justifica André Sathler, coordenador do Congresso em Foco.
O curioso é que Haddad, o mais bem avaliado, também tem forte exposição midiática mas com ações efetivamente benéficas para o conjunto da população.
E é o principal nome para a sucessão de Lula, posto com o qual Flávio Dino também sonha.
Quem sabe diminuindo suas aparições com Hulk ou deixando de se autointitular membro dos Vingadores…