Nomeado governador do Maranhão, aos 40 anos, pela ditadura militar, o atual prefeito de São Luís, João Castelo, que já se aproxima dos 80, parece
pensar que os tempos são os mesmos.
Segunda-feira, proibiu, de viva-voz, que a Rádio Capital fosse homenageada pelo semanário Itaqui-Bacanga, numa solenidade em que o próprio prefeito, a filha deputada Gardeninha Castelo (PSDB) e outros de sua trupe foram destacados como personalidades do ano pelo jornal, que recebe subvenção publicitária do Município.
A homenagem à Capital AM seria recebida pelo diretor, Ivison Lima.
Castelo não só não deixou que Ivison Lima fosse chamado para receber uma espécie de placa confeccionada em forma de azulejo, como fez um discurso inflamado, virulento, insinuando que o comunicador, que estava ali acompanhado do jornalista e também diretor da Capital, José Machado, faz ácidas críticas à sua administração, “à mando do patrão”, no caso o ex-deputado federal e ex-tucano, Roberto Rocha, um dos sócios da emissora.
Coincidência ou não, o principal assunto da segunda-feira, na esfera política, era uma entrevista de Roberto Rocha, atual presidente do diretório municipal do PSB – publicada no dia anterior neste blog e no jornal O Estado do Maranhão -, na qual afirma que nas alianças que o PSB vai costurar para disputar a eleição municipal de 2012, a união com o PSDB de João Castelo é categoricamente descartada.
Rocha saiu do PSDB, onde era presidente estadual, por não aguentar mais o excesso de egoísmo e o de ingratidão praticado pelo prefeito de São Luís.
Durante a solenidade de entrega das placas, que ocorreu numa casa de recepções do Anjo da Guarda, quando percebeu que os comunicadores da Rádio Capital estavam presentes e soube que um deles estava na lista dos homenageados, Castelo mandou “pedir” à mesa condutora dos trabalhos que Ivison Lima não fosse chamado, no que foi atendido, pelo proprietário do Jornal Itaqui-Bacanga.
– Pedimos desculpas ao Sr. Ivison Lima, por não chamá-lo agora, para receber a sua placa. É que o artista encarregado de confeccioná-la adoeceu e não deu tempo de terminar o serviço. Quando ficar pronta, nós vamos entregá-la – tentou explicar César Cutrim, dono do jornal.