Capitão PM preso em Bom Jardim tem condenação no MS…

Capitão Paulo Xavier, preso em atitude suspeita

Capitão Paulo Xavier, preso em atitude suspeita

O capitão da Polícia Militar do Mato Grosso do Sul, Paulo Roberto Teixeira Xavier, preso em Bom Jardim, na última sexta-feira, 14, já é condenado na Justiça do seu estado.

Ele pegou sete anos de reclusão, após ter sido condenado por falsidade Ideológica, exploração comercial ilegal e corrupção passiva. (Leia aqui)

Paulo Xavier é apontado como integrante de uma quadrilha de exploração de máquinas caça-níqueis e roubo de carros, da qual faz parte também o major Sérgio Roberto de Carvalho, da mesma PMMS, já condenado por tráfico de cocaína e expulso da corporação. (Leia aqui)

O capitão foi abordado por homens da PM do Maranhão, sexta-feira, em Bom Jardim, quando fotografava uma agência bancária. ao verirficar documentos pessoais e da caminhonete usada pelo oficial, os PMs perceberam que a placa do carro havia sido adulterada – um 6 foi modificado para parecer um 8.

Ao ser acionado, o Comando Geral da PM maranhense descobriu tratar-se de um condenado da Justiça do Mato Grosso do Sul…

Paulo Teixeira Xavier já está em São Luís, onde aguardará encaminhamentos da Justiça e da polícia do MS.

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O toque de recolher na Cidade Olímpica…

SL já é grande mercado consumidor de drogas - boa parte a partir da Cidade Olímpica

Ninguém circula na Cidade Olímpica a partir das 22 horas.

Os chefes do tráfico de cocaína e crack impõem toque de recolher a moradores e visitantes.

A partir deste horário, só motos autorizadas pelo tráfico – que deixam e buscam drogas, a serviço de compradores e traficantes – podem circular pela área.

Políciais sabem do controle do tráfico na Cidade Olímpía, hoje a maior favela da América Latina, superando a Rocinha, no Rio de Janeiro. Alguns são até coniventes com o tráfico.

É da Cidade Olímpica que sai a droga que abastece bairros como Barreto, Liberdade e Vila Conceição, no Calhau, considerados pela polícia como antros do tráfico de drogas na capital maranhense.

policial acompanha queima de pés de maconha em São Luís

O controle absoluto da vida de usuários e moradores, nos moldes do Complexo do Alemão, garante a vida boa dos chefes do tráfico e o transporte a droga por toda cidade.

Quando a polícia vai agir é a pergunta…

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Graça Paz e o sonho de ver o país livre do tráfico…

Graça Paz lamenta a força do tráfico no país

A deputada Graça Paz (PDT) revelou hoje na tribuna o sonho de ver o estado brasileiro poder de assumir o controle do patrimônio dos barões do tráfico no Brasil, afim de revertê-los em favor da população..

Lembrando a ação policial no Rio de Janeiro, a parlamentar frisou que muitos destes traficantes possuem patrimônio em nome de laranjas e familiares e que, infelizmente, continuam com eles por que o estado não tem acesso.

Após a sessão, a deputada defendeu a edição de uma lei, na Câmara Federal, garantindo aos governos que possam confiscar os bens de traficantes, familiares e até de advogados do tráfico, a fim de garantir o aniquilamento de suas ações.

– Todo esse patrimônio que a gente sabe que são deles, que estão em nomes de laranjas, principalmente em nome de suas esposas foi conquistado à custa de muitos sofrimentos das famílias brasileiras e podem ser revestidos em favor da própria população – destacou a parlamentar.

Ela frisou ainda que esta situação não é exclusiva do Rio de Janeiro, mas de todo país, inclusive no Maranhão, onde o tráfico mantém estruturas.

Graça Paz lamentou as notícias de que alguns policiais que participaram da operação nas favelas cariocas teriam recebido propina de traficantes para facilitar a fuga. Mas ela vê esperança de recuperação também neste aspecto.

– Com os bens confiscados dos bandidos o estado pode investir na própria polícia, melhorando o salário desses policiais, equipando as secretarias de segurança pública, para que esses policiais pudessem trabalhar com mais dignidade, pudessem trabalhar com salários melhores, para não serem de repente conquistados por esses traficantes – desabafou.

A parlamentar reconheceu ver isso como um sonho, um desejo, mas disse que, sonhado junto, com todos, todo sonho acaba se tornando realidade.

– Todos nós sabemos que o sonho sonhado por uma pessoa só é difícil de ser realizado. Mas o sonho quando se junta, e isso não é pensamento meu, quando é sonhado por muitas pessoas termina se tornando realidade – frisou a deputada.

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Como o Rio caiu nas mãos das facções…

Do blog de Caio Hostílio

Três fatos históricos paralelos, ocorridos entre o fim dos anos 1970 e começo dos anos 1980, foram decisivos para moldar o perfil das facções de drogas no Rio e marcar as diferenças do crime fluminense do existente nos demais Estados brasileiros. O primeiro foi a convivência de presos políticos e bandidos comuns no Presídio de Ilha Grande, relação que ensinou os fundadores da nascente Falange Vermelha a se unirem e a se organizarem em busca de alternativas criminosas lucrativas. 

O sucesso da aposta no tráfico de drogas, feita pela nova facção, só ocorreu porque, nessa época, cartéis bolivianos e colombianos buscavam contatos na América Latina para ampliar a exportação de cocaína e diversificar a venda além dos Estados Unidos. Por fim, a ampliação da rede varejista de drogas nas favelas do Rio, intensificada entre 1981 e 1986, foi favorecida pela política do governador trabalhista Leonel Brizola, que a partir de 1983 suspendeu a ação da polícia nos morros. 

CV e TC. As primeiras ações da Falange foram de roubo a banco. Em 1980, o grupo conseguiu liderar mais de cem fugas que resultaram em pânico na rede bancária a ponto de forças de segurança desconfiarem da reestruturação de grupos guerrilheiros. Os bancos se defenderam com estratégias eficientes, levando os bandidos a se aventurarem no tráfico.

 Com um bom fornecedor de cocaína, entre 1983 e 1986, o agora Comando Vermelho passou a dominar as bocas de fumo tradicionais, tocadas por pequenos traficantes de maconha. Em 1985, já detinha 70% de todos os pontos de venda em um grande e lucrativo mercado.

A concorrência sangrenta por territórios começa também nessa época. Em 1983, ainda no Presídio de Ilha Grande, bandidos que ficavam na terceira galeria, vindos principalmente da zona oeste do Rio, travaram uma guerra violenta com integrantes do CV. Nascia o Terceiro Comando, que optaria pelo tráfico para lucrar, se armar e disputar territórios com o CV.

Apesar das guerras contínuas, no começo dos anos 2000, relatórios do setor de inteligência da Polícia do Rio calculavam que o CV, com contatos no Paraguai, Bolívia e Colômbia, movimentava cerca de 240 milhões de dólares por ano.

ADA. A disputa por territórios ficaria ainda mais acirrada em 1994, quando ocorre aquela que é considerada uma das maiores traições no mundo do crime carioca. Orlando Jogador, líder do CV no Complexo do Alemão, é assassinado por Uê por causa de rixas ligadas a mulheres. Depois do homicídio, Uê cria os Amigos dos Amigos (ADA) no Morro do Adeus, vizinho do Alemão, e inicia uma batalha que vai durar até setembro de 2002. Ele consegue um bom fornecedor de cocaína e apoio de bandidos importantes como Escadinha, do Morro do Livramento.

A honra de Orlando Jogador foi lavada por Marcinho VP, que era seu antigo ‘fiel’, espécie de ajudante de ordens, e foi acusado de assassinar Uê. A força e a mística de VP no Comando Vermelho cresce nessa época. Foi VP que mandou ordens de dentro do Presídio de Catanduvas, orientando FB a iniciar os ataques que deixaram o Rio de Janeiro em pânico.

UPP. As rixas violentas entre o CV e a ADA foram revistas depois que as UPPs se instalaram nos morros do Rio de Janeiro. A queda no movimento no comércio de drogas, acentuada com a chegada da polícia, levou os antigos inimigos a se unirem. O Complexo do Alemão e a Vila Cruzeiro, para onde fugiu grande parte dos traficantes expulsos, são considerados quartel-general do CV. A Rocinha, que até 2003 era dominada pelo Comando, hoje é reduto e principal fonte de lucro da ADA. As facções se juntaram para lutar contra o Estado.

E poucos arriscam a prever os próximos capítulos da história…