STF forma maioria para anular eleição antecipada em Assembleia do Tocantins…

Relator Dias Toffoli foi acompanhado em seu voto pelos ministros Rosa Weber, Cristiano Zanin, André Mendonça, Alexandre de Moraes, Edson Fachin e Luiz Fux, que é relator de processo parecido, relacionado à Assembleia Legislativa do Maranhão

 

A Assembleia Legislativa do Tocantins vai ter que refazer a reeleição da Mesa Diretora, mas só após as eleições municipais, em 2025

O Supremo Tribunal Federal formou maioria, nesta quinta-feira, 7, para anular a realização de eleição antecipada para a Mesa Diretora da Assembleia Legislativa do Tocantins; foram seis votos entendendo que a Casa não poderia ter realizado eleição e reeleição da Mesa no mesmo dia.

O autor da ação que resultou na anulação da eleição no legislativo do Tocantins é o PSB; já a ação contra a Assembleia do Maranhão é assinada pela Procuradoria-Geral da República.

Seis ministros já acompanharam o relator Dias Toffoli no julgamento do processo da Assembleia do Tocantins

O voto que formou maioria dos votos foi dado pelo ministro Luiz Fux, relator de um processo que questiona eleição parecida na Assembleia Legislativa do Maranhão; Além de Fux, votaram pela anulação os ministros Dias Toffoli (Relator), Rosa Weber, André Mendonça, Alexandre de Moraes, Cristiano Zanin e Edson Fachin.

Com a decisão, a eleição na Assembleia tocantina para o segundo biênio só deverá ocorrer após as eleições municipais.

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Tese contra reeleição de Iracema foi levantada pelo próprio PSB…

Partido da própria presidente da Assembleia Legislativa, do governador Carlos Brandão, seu aliado – e do ministro Flávio Dino, que atuava em favor de Othelino Neto – iniciou o movimento no Supremo Tribunal Federal contestando posição do legislativo do Tocantins, que fez a eleição e a reeleição do seu presidente no mesmo dia, ambas suspensas pelo ministro Antonio Dias Toffoli

 

Iracema Vale tem todo o apoio de Brandão, mas enfrenta fogo amigo iniciado pelo seu próprio partido, o PSB, que tem também o ministro Flávio Dino

Análise da Notícia

Pode ser considerada uma espécie de fogo amigo a ação que contesta a reeleição da presidente da Assembleia Legislativa, deputada Iracema Vale (PSB), antecipada de 2025 para o último dia 20 de junho.

A ação que inspirou a do procurador-geral da República Augusto Aras tem assinatura do próprio partido de Iracema, o PSB, que tem em seus quadros o governador Carlos Brandão, articulador da vitória da presidente, e o ministro da Justiça Flávio Dino, que torcia pela manutenção do aliado Othelino Neto (PCdoB) no posto.

Em fevereiro, o PSB acionou o Supremo Tribunal Federal contra decisão da Assembleia Legislativa do Tocantins, que não apenas antecipou em dois anos a eleição do segundo biênio – que deveria ocorrer em 2025 – como realizou no mesmo dia eleição e reeleição do seu presidente. 

O ministro Antonio Dias Toffoli, do STF, determinou a suspensão dos efeitos da Emenda Constitucional do Tocantins por entender que ela feriu o “princípio da contemporaneidade das eleições”.

– O processo eleitoral deve ocorrer no tempo oportuno, para refletir o contexto político-social em cada período e garantir a representatividade do grupo majoritário naquele momento – argumentou a ação acatada por Toffoli.

Alguns blogs maranhenses chegaram a apontar dedo de Othelino nas articulações contra Iracema Vale; ocorre que a ação parte do próprio partido da presidente, que tem como principal liderança no estado o ministro da Justiça Flávio Dino.

Não é segredo para ninguém que Dino é contra a ascensão de Iracema ao poder, que fortalece o projeto de Carlos Brandão; Brandão e Dino vivem uma espécie de “guerra fria” pela hegemonia de poder no Maranhão, conforme revelou em fevereiro o blog Marco Aurélio d’Eça.

O ministro da Justiça pode não ter-se movido em favor da ação mas tem influência direta no supremo, se quiser criar embaraços na Assembleia; e ainda por cima anda ressentido com Brandão, que conseguiu garantir no Conselho Nacional de Justiça os trâmites para tornar seu afilhado Flávio Costa desembargador no TJ-MA.

A ação contra a Mesa da Assembleia se transforma, portanto, em uma espécie de chumbo trocado entre Flávio Dino e Brandão.

Curiosamente, a ação da PGR contra Iracema reflete claramente o pensamento dinista no que se refere a “fortalecimento de grupos políticos”.

– Ao permitir a eleição dos cargos de direção do segundo biênio em um lapso temporal expressivo – em junho do primeiro ano da legislatura – a norma regimental atacada acabou por ensejar a influência do grupo político específico que já se encontra no poder, em evidente afronta aos princípios democrático e republicano, bem como ao interesse público – diz o texto assinado pelo procurador-geral Augusto Aras.

Aliado de Flávio Dino e derrotado por Iracema e Brandão, Othelino Neto também usou do mesmo artifício agora contestado; em junho de 2019, ele foi reeleito presidente da Casa para o mandato que só começaria em fevereiro de 2021.

A ação da PGR inspirada no processo do PSB ficou com o ministro Carlos Fux; ele pode ou não conceder liminar determinando imediatamente a anulação do processo.

Ou pode aguardar para julgar o mérito…

Novo debate sobre divisão do Maranhão começa no Senado…

Desta vez quem incorpora o projeto de criação do Maranhão do sul é o senador do Tocantins, Siqueira Campos

 

Já está novamente em tramitação no Senado Federal a proposta de criação de um novo estado brasileiro, a partir da separação de parte do Maranhão.

O curioso é que a proposta, desta vez, foi apresentada pelo senador do Tocantins, Siqueira Campos (DEM).

O debate sobre a divisão do Maranhão – com a consequente criação do Maranhão do Sul – vem sendo tentado desde o início da década de 90.

E ganhou corpo, sobretudo, na segunda metade dos anos 2000. (Relembre aqui, aqui e aqui)

Vários projetos já foram apresentados na Câmara Federal, mas nenhum deles avançou.

Caso o Senado decida favoravelmente à proposta de Siqueira Campos, a Justiça Eleitoral terá de fazer plebiscito para ouvir a população sobre a divisão.

É aguardar e conferir…

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Empresa investigada no Tocantins recebeu R$ 8,1 milhões do governo maranhense…

 

Empeng Engenharia pertence a empresário maranhense que chegou a ser preso em operação da Polícia Federal

 

Flávio Dino e auxiliares em uma das obras tocadas pela Epeng no Maranhão; pagamentos já efetuados

O governo Flávio Dino (PCdoB) já pagou, por meio da Secretaria de Estado da Infraestrutura (Sinfra), R$ R$ 8,1 milhões a uma empreiteira acusada de desviar – num esquema com outras seis empreiteiras ou consórcios – pelo menos R$ 200 milhões de um empréstimo do internacional de R$ 1,2 bilhão no estado do Tocantins.

Segundo dados do Portal da Transparência do Maranhão, a Empresa de Projetos de Engenharia Ltda. (Epeng), do empresário maranhense Fancisco Antelius Vaz – que chegou a ser preso no estado vizinho durante a Operação Ápia -, faturou R$ 7,6 milhões pela obra de construção e melhoramentos do trecho entre o entroncamento da MA-132 com a MA-034, em Buriti Bravo, e o entroncamento da MA-282 com a MA-034, no povoado Café Buriti.

Em conjunto com a empresa FN Sondagens, a Epeng detém, ainda, outro contrato com a Sinfra: para construção de uma ponte sobre o Rio Pericumã, na MA-211, entre Bequimão e Central do Maranhão, na Baixada Maranhense.

Por esse contrato, chegaram a ser empenhados R$ 2,25 milhões em 2016, mas não houve pagamento naquele ano. Já em 2017 foram quitados R$ 546 mil.

A polícia acredita que os desvios no Tocantins chegam a R$ 200 milhões, dinheiro que teria sido repassado às empresas contratadas – a Epeng, inclusive – mesmo sem a conclusão das obras contratadas pelo Executivo.

Há suspeitas de que parte dos recursos tenham sido desviados para campanhas eleitorais.

de o EstadoMaranhão

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Anunciada com pompa, ponte Pericumã é abandonada por Flávio Dino…

Quase dois anos depois, canteiro de obras está vazio desde o fim das eleições e empreiteiro que compõe consórcio de sondagem foi preso em operação da Polícia Federal no Tocantins

 

Vinte meses depois de anunciada, obra da ponte do Pericumã está assim, completamente abandonada

6 de março de 2015. O governador Flávio Dino (PCdoB) faz uma festa no Palácio dos Leões, para assinatura da Ordem de Serviços para construção da ponte sobre o rio Pericumã, na região da Baixada Maranhense. (Relembre aqui)

Sonho antigo dos moradores da região, o anúncio da obra da ponte levou caravanas de prefeitos e deputados para o início das sondagens no local. E diversas foram as lideranças dinistas que quiseram se aproveitar do “momento histórico”. (Releia aqui, aqui e aqui)

 

Circunstâncias da obra atraíram políticos de todos os matizes para o lançamento da obra

Mas o sonho não deu em nada.

21 de dezembro de 2016. Os serviços praticamente não andaram nesses 20 meses e as máquinas foram recolhidas do canteiro de obras desde o fim das eleições municipais, ainda no final de setembro.

Pior: um dos empreiteiros vencedores do consórcio para realização das sondagens foi preso no mês passado, em uma operação da Polícia Federal no estado do Tocantins. (Saiba mais aqui)

E sonho começa a virar pesadelo…