Ao tentar restringir o debate entre ele e a ex-governadora Roseana Sarney, comunista aposta na dicotomia que resultou em sua vitória nas eleições de 2014, oferecendo o eleitor duas faces da mesma moeda
Este blog já havia apontado desde a última quarta-feira, 6, a tentativa do governador Flávio Dino (PCdoB) de polarizar a disputa de 2018 entre ele e a ex-governadora Roseana Sarney (PMDB). (Releia aqui)
O próprio Dino confirmou esta impressão em entrevista à mídia alinhada, durante o feriado; para ele, o pleito será a de disputa “entre a tentativa de voltar ao passado e a continuidade do nosso projeto”. (Leia mais aqui)
Dino tem uma razão pragmática para tentar transformar a eleição em uma espécie de “cara ou coroa” entre ele e Roseana: na sua lógica, ele entende que a guerra “Sarneysistas X Comunistas” ainda está fresca na memória do eleitor, a ponto de beneficiá-lo com esta dicotomia.
A estratégia dinista provocou reação imediata do senador Roberto Rocha (PSB ) outro ator definido para o debate de 2018.
– Na verdade, a tentativa é dele [Flávio Dino], de projetar para o passado o cenário eleitoral, na esperança de que a população do Maranhão não enxergue uma perspectiva de futuro diferente e permaneça intimidada com a falsa opção entre duas formas de atraso: o político e o ideológico – declarou Rocha.
Ele tem razão.
Há pelo menos outros quatro campos de perspectiva de futuro para o Maranhão além do embate Sarney X Sarney.
O próprio Rocha representa um desses campos, mas não o único: o eleitor poderá, em 2018, experimentar projetos como o da ex-prefeita Maura Jorge (Podemos) ou do deputado estadual Eduardo Braide (PMN); ou até mesmo o prefeito de Santa Rita Hilton Gonçalo.
Restringir este debate a um jogo de “cara ou coroa” entre sarneysistas e comunistas interessa ao grupo Sarney, que se mantém vivo no debate político, mesmo fora do poder.
Mas interessa, sobretudo, ao próprio Flávio Dino.
E só a ele e aos seus…