Por Yglésio Moyses*
O Maranhão não é um estado rico. Aceitem…
Aqui não tem ouro, não tem pedras preciosas, não tem nenhuma fonte extraordinária de petróleo e gás sendo explorada, não tem água em abundância, não tem gado de qualidade, não tem agricultura organizada.
Não tem núcleos de inteligência, não tem economia relacionada a inovação, enfim, nada gera riqueza aqui.
O que poderia gerar riqueza seria o turismo: ecoturismo e/ou o turismo relacionado às festividades, mas assassinaram esta atividade no Maranhão de uns anos pra cá.
Agendas negativas no quesito violência, passagens caras e voos com péssima capilaridade, serviços caríssimos e de má qualidade, falta de treinamento dos funcionários, enfim, trazer alguém pra passar uns dias aqui hoje é passar vergonha.
Eu já convidei antes muitos amigos de fora pra virem pra cá. Hoje eu não faço mais. Sinto vergonha…não acho que o arroz de cuxá com camarão ou a carne de sol do sertão vão salvar a imagem do forasteiro sobre o Maranhão.
Lamento muito ser dia 8 de junho e não ter visto uma placa, outdoor, bandeira na ponte, adesivo de carro,moto, nenhuma menção nos portais governamentais da internet, nada disso. O que eu vejo nesses portais é apenas personalismo, culto à personalidade dos dirigentes e bem pouco investimento midiático em turismo.
Os hotéis estão fechando, os restaurantes começam a fazer promoções para poderem vender.
Parece que o “milagre cearense” aqui aconteceu ao contrário: vivemos a derrocada do turismo no Estado e nem as matracas troando e os pandeirões batucando fazem as pessoas acordarem para a morte do São João a sangue frio, em praça pública, menos de 4 meses depois do assassinato do Carnaval.
Até quando tanta negligência com o turismo daqui?
Em breve, assim como no nosso defunto Carnaval, os maranhenses que guardam as economias e vão pro Rio e Salvador irão guardar seus vinténs pra viajar pra passar o São João na Paraíba.
Quem achar um visitante de fora, por favor poste as fotos na minha linha do tempo. Nunca mais vi um forasteiro por estas bandas. Seria legal ver alguém de fora (pelo menos aqui no Facebook) injetando dinheiro na nossa economia a cada dia mais capenga.
Com essa gestão nanica da cultura e do turismo locais, nem uma panela de camarão frito salva.