Às voltas com mais uma “sacada” na tentativa de evitar segundo turno entre oposição e governo, atual senador agiu da mesma forma em 2002, renunciando sua candidatura às vésperas do pleito estadual para favorecer Jackson Lago. Resultado: acabou ajudando a vitória do então sarneysista José Reinaldo Tavares
Roberto Rocha em 2006, com Jackson Lago, que ele tentou ajudar, e fracassou, nas eleições de 2002
Impondo intensa pressão pela renúncia do candidato do seu partido a prefeito de São Luís – com intuito de beneficiar Eduardo Braide (Podemos) – o senador Roberto Rocha (PSDB) já foi protagonista de um erro histórico com este mesmo objetivo.
Candidato a governador em 2002, ele renunciou à candidatura às vésperas do pleito, num acordo para viabilizar a vitória do pedetista Jackson Lago.
Na época, Rocha era um dos quatro candidatos principais que disputavam o governo.
Jackson liderou a corrida desde o início, sempre com clara possibilidade de vencer em primeiro turno; José Reinaldo era vice de Roseana Sarney, assumiu o governo e concorreu no cargo com apoio do grupo Sarney, mas começou com apenas 2% das intenções de voto.
O ex-deputado Ricardo Murad concorreu sob ameaça de ter os votos anulados por problemas na filiação partidária; e o próprio Roberto Rocha tentava se consolidar como opção estadual.
Ao longo da campanha, Tavares tirou a diferença de Jackson e encostou no pedetista, ameaçando levar a sucessão para o segundo turno.
Foi então que, faltando cinco dias para o primeiro turno, Rocha anunciou sua renúncia, num acordo com Jackson, para ter seus votos anulados e garantir a vitória do pedetista em primeiro turno. (Entenda a história aqui e aqui)
O problema é que o tucano não contava com dois aspectos alheios à sua vontade:
1 – As pesquisas já apontavam empate técnico entre Jackson e Tavares, ficando impossível saber a quem a renúncia beneficiaria;
2 – A Justiça Eleitoral estava prestes a julgar o processo contra Murad, e a tendência era a de excluí-lo da disputa, levando à anulação dos seus votos.
Acabou que aconteceu exatamente o que Rocha não contava: os números do primeiro turno mostraram José Reinaldo já à frente de Jackson; e o TRE anulou os votos de Murad.
O resultado do estratagema do tucano acabou facilitando a vitória de José Reinaldo Tavares (DEM) em primeiro turno.
Dezoito anos depois, agora senador – após idas e vindas por vários grupos – Rocha aparece com nova estratégia eleitoral, agora envolvendo o candidato Wellington do Curso, do mesmo PSDB.
Ele quer a desistência de Wellington antes mesmo das convenções.
Mas agora, também, há pontos que fogem ao controle do senador.
Em primeiro lugar, ele não tem como garantir que os votos de Wellington migrarão todos para Braide, inflando seus índices;
Em segundo lugar, o tucano não tem nem mesmo a garantia de que Braide manterá seus índices nas alturas, diante do avanço de outros candidatos.
E assim, com seus estratagemas, Roberto Rocha vai se tornando um personagem icônico da política maranhense.
Que pode virar uma lenda ou um folclore…
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