Elaborado por um grupo de petistas mais próximos do vice-governador Felipe Camarão, documento – uma espécie de emparedamento ao governador Carlos Brandão – precisaria ser aprovado por toda executiva e pelo diretório estadual do partido, que não se reúne há cerca de dois anos
Divulgado como uma espécie de documento para emparedar o governador Carlos Brandão (PSB) e tornar irreversível a candidatura do vice-governador Felipe Camarão em 2026, a Resolução do PT divulgada semana passada não tem qualquer validade oficial para o partido.
Para valer oficialmente como diretriz do partido e receber a chancela da militância e das demais instâncias partidárias – diretórios municipal e nacional – a Resolução teria que ser aprovada pelo diretório estadual, que não se reúne há pelo menos dois anos.
Publicada em primeira mão neste blog Maro Aurélio d’Eça, que logo de cara percebeu a tentativa de emparedar Brandão, a Resolução se resume a três pontos principais:
- tornar irreversível a candidatura do vice-governador Felipe Camarão à sucessão de Brandão em 2026;
- exigir dos demais partidos da base governista a devolução do que chamaram de apoio histórico do PT;
- barrar tentativas de entrada de novos filiados, criando uma reserva de mercado para a sucessão estadual.
Não me consta de a executiva ter sido consultada para esta Resolução; até por que, pelo que sei, o diretório não se reúne há cerca de dois anos”, garantiu o deputado estadual petista Zé Inácio Rodrigues, ouvido por este blog Marco Aurélio d’Eça nesta quarta-feira, 30, na Assembleia Legislativa. (Veja aqui a íntegra da Resolução)
Intitulado “O processo eleitoral de 2024 e as perspectivas para o PT no estado do Maranhão”, a resolução petista foi feita a dez mãos, por aliados de Felipe Camarão e do secretário de Representação do governo no Distrito Federal, Washington Oliveira.
São eles:
- o próprio vice-governador Felipe Camarão;
- o deputado federal Rubens Pereira Júnior;
- o presidente estadual Francimar Mello;
- o secretário do Trabalho Henrique Sousa;
- e a diretora do Iema Criciele Muniz.
Ainda segundo apurou este blog Marco Aurélio d’Eça, se esperava um efeito positivo, consolidando a posição do PT e do vice-governador em 2026, o documento teve efeito contrário no Palácio dos Leões, e irritou tanto os auxiliares mais próximos quanto o próprio governador Carlos Brandão.
Mas esta é uma outra história…