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Demissão de Kátia Bogéa expõe falta de interlocução nacional do MA pós-Sarney

Nenhuma das atuais lideranças políticas maranhenses tem atuação no cenário nacional com peso suficiente para ocupar espaços de poder no governo Bolsonaro; mesmo os bolsomínions ocupam apenas o 3º e 4º escalões

 

Exoneração de Kátia Bogéa no mesmo dia em que o Bumba-Meu-Boi maranhense foi eleito Patrimônio da Humanidade revela desprezo de Bolsonaro à classe política maranhense

Presidente do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) desde 2016, Kátia Bogéa foi exonerada pelo presidente Jair Bolsonaro (Sem partido) no mesmo dia em que a Unesco elegeu o Bumba-Meu-Boi do Maranhão Patrimônio Cultural da Humanidade.

Mais do que uma perda para a arte e a cultura brasileiras a demissão de Kátia Bogéa expõe dois aspectos da política maranhense neste final de 2019:

1 – nenhuma liderança política do Maranhão conseguiu qualquer interlocução com o presidente Jair Bolsonaro neste primeiro ano de poder da extrema direita brasileira;

2 – mesmo os bolsomínions mais empedernidos conseguiram espaços apenas no terceiro e quarto escalões do governo do capitão.

Logo no início do ano, os deputados federais Hildo Rocha (MDB) e Aluísio Mendes (PTC), assim como o senador Roberto Rocha (PSDB), tentaram vender a ideia de proximidade com Bolsonaro, o que se mostrou uma inverdade ao longo do ano.

Aliás, os três posaram de padrinhos da indicação de Kátia Bogéa, que foi exonerada por questões claramente ideológicas, como revelaram sites nacionais.

Desde a aposentadoria política de José Sarney, ao fim do governo Michel Temer, o Maranhão ficou sem referência na interlocução nacional

Kátia foi nomeada presidente do Iphan em 2016, logo no início do governo Michel Temer, por influencia do ex-presidente José Sarney (MDB) – e logo mostrou-se fundamental para São Luís, viabilizando projetos como o Complexo Deodoro e a batalha pelo Bumba-Meu-Boi.

Nem mesmo os bolsomínions maranhenses – como Allan Garcês, Maura Jorge e Coronel Monteiro – conseguem espaços de poder nacional, ocupando meros cargos de representação estadual ou no quarto escalão em Brasília.

Como a outra banda da política maranhense atual é formada pelo grupo do governador Flávio Dino (PCdoB) – claramente hostil a Bolsonaro – a demissão da presidente do Iphan revela outro aspecto ruim para o estado, qual seja:

O Maranhão está isolado politicamente do Brasil na era pós-Sarney…