Após um início de ano de mergulho na derrota de 2022, senador pedetista se realinhou ao grupo do ainda ministro da Justiça Flávio Dino, solidificou sua aliança com o presidente Lula, viu o PDT se recolocar no debate eleitoral e chega ao fim de 2023 com cacife para correr em faixa própria, independentemente das escolhas do governador Carlos Brandão para 2026
Ensaio
Se o governador Carlos Brandão (PSB) cumprir o compromisso que tem com o ainda ministro da Justiça Flávio Dino e sair do cargo em 2026 para concorrer ao Senado – abrindo o mandato para o vice-governador Felipe Camarão (PT) – terá, fatalmente, o senador Weverton Rocha (PDT) como companheiro de chapa.
Se, por outro lado, Brandão decidir mandar às favas o acordo com Dino – que já estará no Supremo Tribunal Federal – e deixar Camarão fora do governo para apoiar outro nome à própria sucessão, fatalmente enfrentará uma chapa apoiada pelo presidente Lula (PT), com o próprio Camarão e… Weverton.
Após um ano de mergulho para juntar os cacos de uma derrota fragorosa, que ele próprio reconhece fruto de alguns erros estratégicos de sua campanha, o senador pedetista chega ao final de 2023 com o cacife renovado, força política em franca ascensão e potencial para agregar uma legião de desgarrados na era pós-Dino no Maranhão.
Weverton reconstruiu as condições para voltar a pensar no jogo de poder.
Quando lideranças e jornalistas o apontavam como “morto” no debate político, ele lambeu as feridas de guerra, mergulhou na reconstrução dos laços históricos com a esquerda e com o presidente Lula (PT), refez as pontes com Flávio Dino e foi fundamental na articulação que garantiu ao ministro a vaga no Supremo Tribunal Federal.
Esta movimentação foi registrada neste blog Marco Aurélio d’Eça ainda em setembro, no post “Weverton ganha força de articulador em Brasília…”.
Por outro lado, enquanto se rearticulava em Brasília, o senador viu seu PDT ressurgir das cinzas com uma candidatura a prefeito que – mesmo com toda má-vontade da mídia e dos políticos fecha o ano como uma das remanescentes na disputa pela Prefeitura de São Luís; a candidatura pedetista é uma espécie de terceira via, capaz de mudar o resultado eleitoral de 2024.
É a partir da sucessão municipal – e não apenas na capital, mas em todos os municípios – que Weverton trabalha para reagregar aliados e ex-aliados, desde os dinistas mais empedernidos até os brandonistas decepcionados, além de desgarrados de todos os lados.
Há quem diga no Palácio dos Leões que o governador Carlos Brandão dá de ombros para qualquer tentativa de reaproximação de Weverton, por que já definiu seu projeto eleitoral de 2026.
Mas há também entre os próprios aliados do governador Brandão, quem diga que, para desenhar os cenários de 2026, é preciso olhar com atenção para a atual formação da bancada maranhense no Senado Federal.
Seja por qual aspecto que se queira ver…