Candidato a presidente da legenda, parlamentar passou a receber alfinetadas à sua trajetória política, em mais um exemplo de como os espaços políticos ainda são vistos como patrimônio familiar e herança no Maranhão
Editorial
Ex-vereador, ex-prefeito de Cantanhede, ex-presidente da Federação dos Municípios (Famem), ex-secretário de Cidades, o deputado federal Hildo Rocha é, hoje, um dos mais atuantes membros da bancada maranhense no Congresso Nacional.
E com este currículo – que poucos têm na política maranhense – ele resolveu ousar e pleitear o comando do MDB no Maranhão, partido no qual sempre militou.
E parece que agora paga o preço dessa ousadia.
Mesmo diante da renovação por completo dos quadros políticos maranhenses – com surgimento de novas lideranças em todos os partidos, governistas ou oposicionistas – ainda há, no Maranhão, os que pregam a política de castas sociais e o poder como herança familiar.
Hildo Rocha, assim como muitos de sua geração, resolveu ousar ao desafiar esta política que passa de pai para filho – e que privilegia o sobrenome como fator de ascensão ao poder.
Alguns partidos maranhenses são exemplos desta política de concepção hereditária e patrimonialista, em que cargos, espaços de poder e mandatos são passados de pai para filhos e netos
Hildo Rocha paga hoje o preço por tentar quebrar este ciclo no MDB.
Há décadas o comando da legenda não se renova, o partido é gerenciado como se fosse propriedade particular e os diretórios municipais funcionam com registros precários, para evitar a ascensão de novos quadros.
Mesmo diante deste cenário ultrapassado da política, o deputado federal pretende disputar o controle do MDB, enfrentando o bombardeio dos que entendem o partido como herança familiar.
Independentemente do resultado de sua empreitada, o tempo e a história lhe darão razão.
É aguardar e conferir…
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