Enquanto muitos estão preparando barracas de camping, triciclos e outros equipamentos para passar o feriado de Semana Santa na praia ou na montanha – seja lá o que isso signifique no Maranhão – outros esperam apenas uma oportunidade de comer uma torta de sururu com arroz de cuxá na companhia de filhos e netos
Ensaio
Se vê dezenas, centenas, se arrumando para passar o fim de semana de feriado em Barreirinhas; ou quem sabe Rio de Janeiro ou Cancun, para os mais abastados.
Outros só querem uma torta de sururu para dividir com os seus.
No dia que o Maranhão entender que o cara que está na SW4 de quase R$ 500 mil pode viver tão dignamente – se não roubar – quanto o outro que está vivendo do seu salário mínimo, tendo auxílio público se precisar de Saúde ou Educação, aí esse Maranhão será bem melhor.
Há uma multidão lá em baixo esperando para viver.
Esperando para poder preparar sua caminhonete neste feriadão de Semana Santa – quem sabe no próximo, de Tiradentes? – para levar a família a um lugar que tenha sol.
Nunca vai haver esse lugar para todos se o mais importante for o tamanho da caminhonete do cara que divide a bancada lá na Câmara Federal ou na Assembleia Legislativa.
E se a opinião pública perceber – aquela que não se envolve em política – que neste final de semana não tem campanha, não tem ninguém agredindo ninguém ou falando mal de ninguém, por que todos estão no mesmo lugar ao sol?
É um feriadão, todos estão juntos; menos aqueles que não se movem de lugar.
Mas lá na frente, depois do Tiradentes, estão todos eles atrás dos que não se movem.
Depois de passarem pelos feriadões ao sol do Caribe – ou, para os novos ricos, o de Barreirinhas – aí a parte de baixo terá valor.
E quem sabe uma nova sardinha congelada no feriado de Corpus Cristhi?
Já imaginou, arraia miúda?!?