Seguindo exemplo do antecessor Jair Bolsonaro (PL), presidente já declarou que não pretende seguir a relação encaminhada pela Associação do Ministério Público, o que tem diminuído o número de interessados em concorrer ao cargo do procurador Augusto Aras
O interesse de membros do Ministério Público Federal em concorrer ao cargo de chefe da Procuradoria-Geral da República em substituição ao atual procurador Augusto Aras deve ser esvaziado, diante da declaração do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) de que não respeitará a ordem de votação interna da instituição.
O prazo para inscrição termina nesta segunda-feira, 29, e a votação se dará em 21 de junho.
A escolha da lista tríplice é feita pela Associação Nacional do Ministério Público, mas os presidentes não são obrigados a segui-la.
Um dos que já decidiram não concorrer novamente é o subprocurador-geral Nicolao Dino, irmão do ministro da Justiça Flávio Dino (PSB).
No final de abril, Nicolao Dino encaminhou Carta Aberta aos seus pares anunciando que não concorreria à vaga de Augusto Aras, em texto com fortes críticas ao processo de divisão interna do MPF.
– Retiro-me, pois, do atual processo de escolha para o cargo de Procurador-Geral da República, mas não da trincheira de luta pela realização dos valores do Ministério Público e de seus objetivos institucionais – disse o irmão de Flávio Dino. (Leia aqui)
Faltando poucas horas para o fim do prazo de inscrição, apenas Luiza Frischeisen e Mario Bonsaglia, que foram, respectivamente, primeira e segundo colocados na última lista, preterida pelo então presidente Jari Bolsonaro (PL).
Além deles, inscreveu-se José Adonis Callou, que foi coordenador da Lava Jato na PGR e cujo nome é inédito na disputa.
Pelos nomes interessados em se submeter ao voto dos colegas, fica cada vez mais claro que Lula não vai mesmo levar em consideração a lista indicada pela Associação Nacional do Ministério Público.
E pole escolher qualquer um dos membros do MPF.
Incluindo o próprio Nicolao Dino…