Demócrito: doloso ou culposo?
Os três eram Silva.
As vítimas, Edinaldo da Silva Filho e Mairon José da Silva Torres, estavam na casa dos 20 anos, cheio de planos.
O matador era Silva duas vezes – Demócrito Silva e Silva.
Rico e bem relacionado, pagou R$ 10,8 mil pelas vidas dos dois que matou e foi liberado da delegacia onde estava “preso”.
Segundo as notícias, policiais que atenderam a ocorrência relataram sinais de embriaguêz, tentativa de fuga, carteira de motorista vencida e documentos do veículo com pagamento atrasado.
Bebeu muito, Demócrito, constataram os policiais que atenderam ao caso. Gente simples, também, mas com a fé pública que a letra da lei simplesmente ignorou diante do poder econômico.
Como este, há muitos sobrenomes pujantes já envolvidos em crimes de trânsito esquecidos pelos “pauta zero” da vida.
Regadas, Medeiros, Cutrim, Rocha, Noronha…
Frequentadores da velha burguesia quatrocentona e dos novos ricos ludovicenses, protegidos em suas confrarias pela força do dinheiro, pelos amigos ricos e pela morosidade da Justiça que podem pagar.
Pajero, após batida que matou os motociclistas
Pelas mortes, o empresário, especialista em vinhos e reuniões da burguesia – frequentadas por bons vivants, advogados influentes, juízes de peso, políticos conhecidos e chefões da mídia – pagou R$ 10,8 mil, dinheiro levantado em menos de três horas.
É pouco provável que pague mais, se depender da Justiça.
Isto se o inquérito pelos menos chegar a ser concluído.
Se chegar a ser julgado, quem sabe um dia, terá aumentado o valor das vidas que tirou.
Doando umas cestas básicas a entidades preparadas para recebê-las nestas circunstâncias.
É o destino mais comum dos asssassinos de trânsito…
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