Eleito basicamente por um tripé que cresceu na esteira do golpe de 2016 – formado por banqueiros, por militares e por evangélicos – presidente tem agora ao lado apenas a ineficiência já comprovada dos quartéis e o radicalismo tosco dos líderes religiosos, o que demonstra o início do fim de sua era governamental
Editorial
A carta dos “banqueiros e economistas” divulgada neste fim de semana – com ampla repercussão na mídia – é uma espécie de libelo pelo fim do governo Jair Bolsonaro.
Os homens do chamado mercado entendem que Bolsonaro é incorrigível; e representa um risco para a saúde e para a economia brasileiras em plena pandemia de coronavírus.
Sem o apoio deste segmento, a tendência é que ele definhe ao longo de 2021.
Bolsonaro se elegeu fortalecido por um tripé que ganhou corpo a partir do golpe de 2016, que tirou a presidente Dilma Rousseff (PT) do poder.
Mas veio a pandemia, que expôs a incapacidade do “mito”.
Sem o “mercado”, Bolsonaro tende a se apoiar apenas nos colegas de quartel – que já demonstraram incompetência total para o exercício do poder, basta ver o que fazem no Ministério da Saúde – e na sandice alienada de líderes religiosos, muito mais preocupados com a reservas de mercado que o governo garante às suas igrejas do que propriamente com o futuro do país.
Mas nem os evangélicos, muito menos os militares – por absoluta incapacidade de raciocínio político – são capazes de garantir a base necessária para Bolsonaro seguir em frente.
E como o próprio Bolsonaro se monstra incapaz de mudar, sua gestão tresloucada – calçada no negacionismo, na falta de cultura e na incapacidade de raciocínio lógico – tende a diminuí-lo cada vez mais.
Assim, o presidente chegará menor às eleições de 2022.
E o termo menor, para alguém tão diminuto, representa exatamente a insignificância.
De onde ele jamais deveria ter saído…