Em meio ao turbilhão de denúncias e críticas pelo contrato suspeito no Detran, o governador Flávio Dino (PCdoB) passou meio que despercebido em uma outra ação estranha: apenas quatro meses depois de assumir o governo, ele decidiu suplementar a Secretaria de Articulação Política em mais R$ 2 milhões.
A pasta é chefiada por ninguém menos que o presidente do PCdoB local, jornalista Márcio Jerry, tido como lugar-tenente do governador no comando do governo. A pasta de Jerry começou o ano com orçamento de R$ 775,7 mil.
O estranho é que em seu decreto, publicado no dia 8 de abril, Flávio Dino não diz nada sobre a origem do recurso, e informa apenas que serão usados “na gestão do programa”, mas não esclarece que programa é este.
O assunto ganhou repercussão na Assembleia Legislativa ainda na semana passada, por intermédio do deputado Sousa Neto (PTN), que pretende voltar ao tema após o feriado.
Estão cortando da saúde, da educação, estão dizendo que o Detran está fazendo um corte, mas estão suplementando uma secretaria que, até agora, não sabemos para o que serve”, ressaltou Sousa Neto, que pretende pedir informações oficiais do governo sobre o assunto.
O detalhe, que o deputado lembrou na Assembleia, é o fato de que o próprio governador Flávio Dino baixou decreto em que estabelece regras para as suplementações e aditivos de caixa.
As solicitações de créditos adicionais ao orçamento do Estado serão acompanhadas de exposição circunstanciada que as justifiquem e as razões que deram origem à insuficiência de dotação orçamentária ou os motivos pelos quais se pretende suplementar a dotação orçamentária ou alocar recursos em uma nova pasta”, diz o decreto.
E é por isso que os R$ 2 milhões de Jerry precisam ser muito bem explicados.
Da coluna Estado Maior, de O EstadoMaranhão
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