Vinculados aos comunistas por meros interesses mercantilistas, os setores da mídia que apoiam o Palácio dos Leões – blogs, jornais, e rádios – vivem se agredindo uns aos outros e são obrigados até ao vexame de tirar notícias que não agradem a Flávio Dino e Márcio Jerry
Editorial
O jornalista Cunha Santos, um dos mais belos textos do Maranhão, foi só a última vítima.
Ele foi obrigado, na tarde desta quinta-feira, a retirar do seu próprio blog, vinculado ao Jornal Pequeno, texto que desagradou a cúpula do Palácio dos Leões.
Mas ele não é o único.
No governo comunista de Flávio Dino e Márcio Jerry, aqueles que submetem ao seus interesses são obrigados a seguir à risca as orientações do Palácio, sob pena de ter textos censurados e até se submeter ao vexame de tirar o que escreveu em seu próprio diário pessoal.
Os jornalistas Ricardo Santos e Clodoaldo Corrêa também já foram obrigados a retirar dos blogs textos que não agradaram aos olhos da dupla comunista.
Correa e Santos, inclusive, perderam seus espaços em O Imparcial e no Jornal Pequeno, respectivamente, exatamente por causa da patrulha e da censura dinista.
A pressão do Palácio na mídia governista é tamanha que nem o Jornal Pequeno aguentou; em nota na coluna do seu alter ego, o “Dr. Pêta”, o diretor do JP, Lourival Bogéa, desabafou, domingo passado:
– Quem são os blogueiros que estão fornecendo sua senha para auxiliares de governo acessarem e utilizarem o espaço a seu bel prazer e de acordo com suas conveniências político-administrativas???!!! Marrapá…, a que ponto chegou o Jornalismo do Maranhão!!! – perguntou o provocador colunista. (Leia aqui)
Mas o pior é que os próprios “blogueiros de paletó” – apelido dado pelo blogueiro Robert Lobato, baseado no episódio em que todos foram obrigados a vestir a mesma cor de paletó e gravata na posse de Flávio Dino – se submetem a este tipo de submissão em troca de suposta grana palaciana.
Aliás, grana que Cunha Santos mostrou como é paga no texto censurado por Márcio Jerry.
E se submetem por que iludidos por uma falsa premissa.
Jornalistas experientes como Raimundo Garrone, Jorge Vieira e o próprio Cunha Santos; e, sobretudo, novatos como Clodoaldo Corrêa e Domingos Costa, alimentaram, desde sempre, a falsa ilusão de que os jornalistas alinhados ao então governo Roseana Sarney (PMDB), recebiam rios de dinheiro pelo apoio ao palácio.
Encastelados, esperavam a mesma coisa de Flávio Dino.
Mas, de posse das contas seconianas, secretários dinistas e os próprios blogueiros descobriram que “os rios de dinheiro” não passavam de lenda, de ilusão da própria mente sequiosa de poder dos que sonhavam se beneficiar dos privilégios palacianos.
E foi aí que começou a confusão.
Jornalistas alinhados pelo mero sentimento mercantilista não aceitam um dia sequer de atraso; e cobram publicamente pelo que acham seu de direito.
Aliás, esta falta de identificação ideológica resulta na má qualidade do serviço prestado, como foi demonstrado por Robert Lobato, em brilhante post intitulado “falta qualidade na blogosfera governista”:
– Não há, entre os blogueiros “oficiais”, quem elabore um texto opinativo, analítico e que faça uma defesa, digamos, sofisticada do governo que apoiam. Pelo contrário, ao invés de defenderem o projeto ora em curso no estado, preferem voltar sua artilharia para o passado, principalmente contra os Sarneys, como se esses ainda fossem a principal ameaça para Flávio Dino – definiu Lobato (leia a íntegra aqui)
É com esta qualidade que os “de paletó” exigem; e se exigem, dão aos comunistas encastelados no Palácio dos Leões o direito de também cobrar.
E eles cobram “de com força”.
Para Flávio Dino e Márcio Jerry não existe essa de liberdade de expressão: quem escreve o que eles não querem, é censurado publicamente, ridicularizado até, como foi Cunha Santos, obrigado a tirar um post-desabafo menos de uma hora depois de publicado.
Mas todos estes episódios são importantes para que a opinião pública veja, de uma vez por todas, quem é quem no jornalismo maranhense.
Quem são os que fazem por dever de ofício, mantendo suas posições ao longo de sua trajetória, e os que se submetem ao ridículo por “uns trinta dinheiros” ao final de cada mês – ou com meses de atraso, como confessou o nobre poeta.
E assim segue, também na mídia, o “Maranhão da mudança” de Flávio Dino…