Maracap: empresa opera sem chancela de título de capitalização, diz denúncia…

Dossiê que revela os bastidores da operação da empresa de bingos no Maranhão diz que, desde dezembro, a Invest Participação, que deveria avalizar o sorteio, está fora da operação, o que caracteriza Jogo de azar

 

Resposta da Maracap ao e-meio encaminhado: padrão

Não bastassem as denúncias de fraudes e manipulação nos sorteios semanais transmitidos pela TV, a empresa Maracap, que realiza bingo no Maranhão, estaria operando sem aval de um título de capitalização.

De acordo com o dossiê a que este blog teve acesso – e que revela as entranhas do jogo no Maranhão – “desde o sorteio do dia 4 de dezembro de 2016, a Maracap não tem mais a chancela da Invest Capitalização.”

A Invest Capitalização é um título de capitalização que atua também no chamado mercado “Cap popular”, que utiliza os bingos como estímulo ao comprador. (Veja aqui)

Em sua página na internet, a única referência ao MaraCap é a informação de que o título maranhense é usado para doações à Cruz Vermelha do Rio de Janeiro. (Leia aqui)

Este blog bucou informações tanto da Invest Capitalização quanto com a Maracap, através dos seus canais de contatos. para ambas, o texto encaminha foi o mesmo.

– Bom dia. Sou jornalista titular do blog marcoaureliodeca.com.br. Recebi a informação de que a Invest Capitalização, que deveria chancelar os sorteios do Maracap, não está mais vinculada à empresa. Se não é verdade, solicito documentos que comprovem a vinculação. Já solicitei informações também da própria Invest Capitalização. Estou produzindo matéria para postagem às 14h desta segunda-feira, 6. Aguardo resposta. Marco Aurélio D’Eça.

A resposta da Invest em sua página de contato foi ainda mais seca. Nenhuma resposta

A Maracap ainda encaminhou a informação-padrão “Obrigado, em breve entraremos em contato”; a Invest, por sua vez, apenas informou “mensagem encaminhada com sucesso”. (Veja prints)

Mas nenhuma delas respondeu as perguntas até o fechamento deste post.

O fato é que os documentos estão sendo todos enviados ao Ministério Público e à Polícia Federal, uma vez tratar-se de caracterização de jogo de azar.

Que envolve também várias outras questões…

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Denúncias põem sorteios do Maracap novamente sob suspeita…

Vencedores denunciam que são obrigados a dividir valor dos prêmios com outros supostos ganhadores, que só são apresentados no momento do recebimento; caso será levado ao Ministério Público

 

Propaganda do Maracap com suposto ganhador; participantes denunciam possível fraude nos sorteios

Uma denúncia grave, documentada e registrada põe em xeque a credibilidade dos sorteios do programa Maracap, transmitido semanalmente na televisão.

De acordo com os documentos encaminhados ao ex-vereador Fábio Câmara (PMDB), à Polícia Federal e ao Ministério Público  – são mais de 100 páginas, as quais este blog teve acesso integral – o Maracap pode estar criando ganhadores-fake para forçar os verdadeiros ganhadores a dividir o prêmio.

Ganhador não anunciado

A primeira denúncia diz respeito à 5ª edição do sorteio, realizado no dia 18 de setembro de 2016.

O programa anunciou um vencedor do 4º prêmio (uma S10 Advant), mas não deu o nome, como deveria acontecer obrigatoriamente.

Ocorre que J.R.S.C (o nome está mantido em sigilo, mas o Maracap também tem os dados) estava acompanhando o sorteio e constatou ter batido no mesmo prêmio.  No dia seguinte, em 19 de setembro – mesmo sem ter recebido a ligação da empresa, como ela anuncia que faz – J.R. foi à sede do Maracap, de posse do Certificado nº 064105, comprovando ter batido.

Recibo assinado por J.R., que recebeu em espécie apenas 1/3 do prêmio merecido

Os gerentes identificados por Sidney e Valdemar constataram que o certificado havia batido, de fato, mas comunicaram a ele que outros dois apostadores – G. C. Jr. e R.V.P. –  também haviam batido no mesmo prêmio. Seu J.R. foi obrigado a dividir por três o valor de R$ 82 mil, recebendo em espécie o valor e R$ 27,3 mil, no financeiro da empresa, conforme recibo timbrado pelo Maracap, em poder deste blog.

– Esta é a suspeita de que a empresa pode estar forjando ganhadores para forçar os verdadeiros a ter que dividir o prêmio. Isso é um crime grave – afirmou Fábio Câmara.

E aí surge o mais grave.

Os dois vencedores apresentados pelo Maracap em seu site, em vez de dividir o prêmio por três, dividiram apenas por dois, recebendo cada um R$ 42 mil. O dois nem tomaram conhecimento de que J.R. havia ganhado junto com eles, e receberam o dinheiro em cheque assinado pela Invest Capitalização, segundo Ata do sorteio.

Essa divisão leva à suspeita de que seu J.R.S.C. pode ter sido enganado para receber apenas 1/3 do prêmio que merecia, um excelente lucro para a empresa.

Não é a primeira vez que Fábio Câmara chama atenção para as atividades do Maracap.

Em outubro de 2015, ele denunciou o Título de Capitalização ao Ministério Público por suspeitas de lesão aos ganhadores. A empresa passou quase dois anos fechada até se readequar. (Relembre aqui e aqui)

Sorteio errado

No mesmo sorteio de 18 de setembro, a Maracap anunciou como vencedores do segundo prêmio (uma Moto Honda CG 150 Start) R. N. L. S. e E. N. S. J. Mas, após a documentação dos ganhadores chegar à Invest Capitalização, “constatou-se” que o título de R.N.L.S. (nº 215778) não era o vencedor, mas o título de número 215780, pertencente a J. M. A.

Mesmo assim, o concurso pagou R$ 3.750,00  a R.N.L.S, em um cheque assinado pela F & M Promoções & Serviços, como se dividisse o prêmio. Mas apenas dois dos vencedores apareceram no site da empresa.

O cheque recebido por R.N.L por um prêmio que a Maracap diz que ela não foi sorteada

– Fica evidente que há manipulação nas premiações e algumas pessoas são pagas em espécie para n~çao levantar suspeitas. A Polícia Federal precisa investigar a fundo este dossiê. E é isso que vou encaminhar às instituições responsáveis – afirmou Fábio Câmara.

O ex-vereador cita ainda várias outras irregularidades no funcionamento do Maracap, como favorecimento a regionais, sorteio antecipado de ganhadores da rodada da sorte e até a realização de sorteios sem a chancela de um título de capitalização, o que seria ilegal.

Mas esta é uma outra história…

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Maracap garante regularidade de seu título e mostra ações sociais no MA…

Empresa que vende cartelas para participação popular em sorteios diz que a sua modalidade de atuação, regulamentada pela Susep, prevê a doação do valores do título, pelo comprador, a uma instituição

 

cheque4 cheque cheque2 cheque3A direção da empresa que detém os direitos do sistema de sorteio Maracap encaminhou ao blog esclarecimentos em relação ás acusações que lhe foram feitas pelo vereador Fábio Câmara e pelo Ministério Público Federal.

De acordo com a empresa, a modalidade do título que ela vende é do tipo “Popular”, regulamentada pela Superintendência de Seguros Privados (Susep), que prevê a participação em sorteios, sem que haja devolução integral dos valores pagos.

Ainda de acordo com o Maracap, para que isso ocorra, pode haver a cessão dos direitos do título a uma instituição, o que ocorre neste caso, sendo a beneficiada a Cruz Vermelha do Rio de Janeiro. 

O sorteio foi questionado pelo vereador Fábio Câmara, e representado à Justiça pelo Ministério Público Federal, sob suspeita de não atender às regras. (Veja acima)

Segundo a direção da empresa, todos estes pontos serão esclarecidos à Justiça Federal no momento oportuno.

Trecho da regulamentação da Susep que enqurada o Maracap

Trecho da regulamentação da Susep que enquadra o Maracap

A Maracap também disponibilizou ao blog cópias de cheques de doações que ela faz a entidade e instituições do Maranhão, entre elas o Instituto do Câncer.

São vários cheques, com valores para creches, entidades sociais e hospitais.

Embora tenha sido representada pelo MPF, a Maracap continua realizando os sorteios normalmente, já quem não há qualquer decisão judicial sobre o caso.

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Após denúncia de Fábio Câmara, Ministério Público quer fechar o Maracap…

Vereador levantou suspeitas de que o produto, vendido como Título de Capitalização, se caracterizaria, na verdade, como jogo de azar; três dias depois, a Procuradoria da República pediu a suspensão da venda das cartelas

 

maracapTrês dias depois de o vereador Fábio Câmara (PMDB) chamar a atenção, em seu blog, para as suspeitas de que as cartelas do Maracap, vendidas como títulos de capitalização, serem, na verdade, um jogo de azar, o Ministério Público resolveu entrar no caso.

A Procuradoria Regional da República entrou com Ação Civil Pública  contra a a empresa detentora do Maracap, pedindo a suspensão da venda das cartelas.

Os títulos do Maracap são vendidos sob a alegação de que a renda integral é revertida para a filial da Cruz Vermelha Brasileira no Rio de Janeiro.

Para o MPF, porém, há indícios de tratar-se de mero jogo de azar, ilegal no país.

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Em post no seu perfil do Facebook, Fábio Câmara já fazia, no início da semana, o mesmo alerta encampado pelos procuradores da República.

– O problema é que o título de capitalização Maracap, vendido em todo o Maranhão, proporciona a participação do comprador em sorteios, sem que haja a devolução integral dos valores pagos. Pretendo questionar o Ministério Público com a seguinte pergunta: o Maracap é um título de capitalização ou um jogo de azar? – disse Câmara, em sua página. (Leia a íntegra aqui)

Ainda não há posicionamento da Justiça Federal quanto ao pedido do Ministério Público…

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Fábio Câmara quer “apuração aprofundada” no Maracap…

Vereador diz ter recebido novas denúncias de compradores do “Título de Capitalização” que se sentiram lesados, e já encaminhou aos órgãos responsáveis pedido de informações sobre a empresa. Veja abaixo o pronunciamento de Câmara em seu perfil de rede social:

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