Parlamentar reuniu militares para discutir pontos da Lei de Organização Básica das polícias e foi surpreendido com uma espécie de espião do Palácio dos Leões tomando nota e filmando o encontro
O deputado estadual Sousa Neto (PROS) usou a tribuna da Assembleia Legislativa, durante sessão desta quarta-feira (19), para denunciar e cobrar providências sobre suposta tentativa de espionagem do Governo do Estado a parlamentares e militares maranhenses.
“Foi um acontecido lamentável. Essa é uma grave ingerência do Governo na AL. Não podemos nos acovardar e nos intimidar. Vamos cobrar providências das autoridades competentes. Sou defensor da classe dos militares, e quero conclamar aos policiais que não recuem a esse Governo comunista. Não vamos calar a voz”, declarou Sousa Neto.
O deputado relatou que havia marcado uma reunião com policiais e bombeiros, na Comissão de Segurança, mas que foi cancelada devido ao número insuficiente de pessoas, que por medo de represálias por parte do Alto Comando da PM e da Segurança, desistiram de participar.
“Recebi várias manifestações via whatsapp de militares que, temendo perseguições, deixaram de vir para a audiência”.
Ainda em pronunciamento, o deputado informou que, ao começarem às falas, os presentes foram surpreendidos por um membro do serviço de inteligência do Corpo de Bombeiros infiltrado entre os presentes para filmar e fotografar os militares que participavam das discussões, cujo objetivo era identificar os que criticam o governo, para posterior retaliação.
“Estávamos em uma conversa informal em uma das salas das Comissões, com as associações do interior, discutindo assuntos pertinentes às categorias, como a LOB da PM, melhorias salariais, as condições de trabalho e a forma arbitrária como foi feito o trabalho do Sistema de Segurança nas eleições municipais. O soldado da inteligência agiu de forma precipitada, que sem se identificar, chegou registrando a reunião, e foi surpreendido pelos colegas. Houve um tumulto e chamamos a Segurança da Casa”, finalizou, destacando, ainda, os desmandos registrados em Imperatriz, Mirinzal e Coroatá, durante o pleito eleitoral.