Projeto de Mical Damasceno contra linguagem neutra vira lei no Maranhão…

Deputados estaduais derrubaram o veto do governador Carlos Brandão e promulgaram a nova lei, que proíbe o uso de expressões como “todes”, “amigues” e “obrigade”; mas o STF já decidiu contra lei com mesmo teor no estado de Rondônia, o que deve ocorrer também com a maranhense

 

Mical postou em suas redes sociais comemoração pela aprovação da lei contra a linguagem neutras nas escolas maranhenses

A Assembleia Legislativa promulgou nesta terça-feira, 8, Lei de autoria da deputada Mical Damasceno (PSD), que proíbe o uso da linguagem neutra ou do dialeto não binário nas escolas do Maranhão; os deputados derrubaram o veto do governador Carlos Brandão, o que levou à validação da nova lei.

A proposta de Mical Damasceno – que é evangélica – já havia sido aprovada pela Assembleia Legislativa em 2022; em dezembro daquele ano, o projeto foi vetado por Brandão, e voltou à Casa.

– Vitória de todos e todas – comemoraram Mical e seu principal aliado na Alema, Dr. Yglésio (PSB), em suas redes socias.

Além de proibir uso de expressões como “todes”, “obrigade” e “amigues” – usadas sobretudo como política de inclusão de grupos LGBTQIAP+ – a nova lei determina “medidas protetivas ao direito dos estudantes do Maranhão ao aprendizado da língua portuguesa de acordo com a norma culta oficial e orientações legais de ensino”.

Uma lei parecida com a de Mical Damasceno, aprovada no estado de Rondônia, foi questionada no Supremo Tribunal Federal, que entendeu, em fevereiro, ser inconstitucional, uma vez que cabe apenas a União legislar sobre normas de ensino, mesmo argumento usado no veto de Brandão.

Se questionada no STF,  mesmo destino deve ter a lei promulgada nesta terça-feira, 8, pela Assembleia Legislativa do Maranhão.

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Brandão garante plena liberdade à identidade de gênero e à orientação sexual no MA

Ao vetar projetos da deputada evangélica ultrarradical Mical Damasceno – claramente preconceituosos, fora do contexto sociológico mundial e com pendão de gerar perseguição – governador aponta para uma gestão de acolhimento das questões identitárias e de proteção às minorias e grupos discriminados, como o LGTBQIA+

 

Com vetos a projetos protoreligiosos da evangélica Mical Damasceno, Brandão garante plena liberdade de expressão da identidade de gênero e da orientação sexual no Maranhão

Análise da notícia

O governador Carlos Brandão (PSB) vetou nesta quarta-feira, 11, dois projetos de autoria da deputada Mical Damasceno (PSD), que tentavam restabelecer uma ordem de preconceito e tenderiam a gerar mais discriminação por identidade de gênero e orientação sexual no Maranhão.

Entenda aqui o que é identidade de gênero;

Entenda aqui o que é orientação sexual.

Ultrarradical evangélica, bolsonarista de extrema direita e intolerante quanto ao debate sociológico, Mical queria impedir o uso de placas em estabelecimentos públicos e privados com alertas sobre o crime de discriminação por orientação sexual e identidade de gênero; também queria proibir a instalação de banheiros multigêneros ou unissex no estado.

Numa postura que tende a impor seus valores como religiosa aos demais conjuntos da sociedade – mesmo àqueles que não seguem sua orientação de fé – Mical Damasceno tentou ainda proibir o uso da linguagem neutra no Maranhão.

O que é linguagem neutra?!?

Todos os projetos da deputada ultrarreligiosa foram vetados por Carlos Brandão.

Os vetos do governador apontam para uma gestão de acolhimento de grupos discriminados, como os LGTBQIA+ e acenam para uma regra que vem ganhando corpo no mundo inteiro, em que é cada vez mais livre a expressão da identidade de gênero e orientação sexual.

A discriminação ainda ocorre apenas em grupos da extrema direita católica-apostólica e radicais evangélicos, do quais faz parte Mical Damasceno; e ela tem todo o direito de exigir cumprimento dos dogmas religiosos a quem aceitar seguir sua profissão de fé.

Só não pode impor seu pensamento ao conjunto da sociedade laica.

É simples assim…