Flávio Dino se perde, ele próprio, no debate sobre vaga no STF…

Pressionado pelo PT – que quer a indicação do advogado Jorge Messias – e criticado por sua política de segurança pública, ministro começa a dizer “coisa com coisa”, mostra que perdeu o rumo da atuação política em Brasília e revela forte ansiedade pela definição do seu futuro profissional

 

Fortemente pressionado pelas críticas à sua atuação ministério da Justiça e pela disputa para o STF, Flávio Dino revela confusão mental e forte ansiedade

Análise da Notícia

O ministro da Justiça Flávio Dino (PSB) dá claros sinais de que perdeu o rumo de sua atuação política em Brasília.

Fortemente pressionado pelo PT, que não quer sua indicação para o Supremo Tribunal Federal – e acuado pelas duras críticas à sua atuação no setor da segurança Pública – Dino cria ainda mais confusão cada vez que fala sobre a vaga no STF, revelação clara de que descontrole emocional e ansiedade.

Parece ter perdido também a leniência dos setores da imprensa que o incensavam há anos, confiantes de que sua capacidade de raciocínio era solidificada; as críticas da mídia quatrocentona à sua declaração de que não voltaria à política caso fosse para o STF, deixou o maranhense ainda mais tonto, levando-o ao silêncio.

Mas não há dúvidas de que a fala de Dino foi intempestiva e até confusa; numa análise semântica rasa de cada frase já a confusão linguística do ministro da Justiça.

– Se um dia, talvez, eu fosse para o Supremo e pensasse em retornar à política, haveria uma premissa de que eu usaria a toga para ganhar popularidade. Isso eu não farei, ou faria. Jamais – esta foi a primeira parte da declaração de Dino, ainda na sexta-feira, 29.

Os termos “farei”, “ou faria” estão em destaque por que cada um aponta para um caminho.

Quando o ministro afirma “isso eu não farei”, significa dizer que ele já sabe que irá para o STF e prometeu a quem vai indicá-lo não voltar mais à política; quando ele corrige para o “ou faria”, tenta condicionar a frase, revelando um ato falho na primeira oração.

Aí vem a segunda parte da declaração a O Globo:  – Seria uma decisão definitiva. Ou será, sei lá.

Aqui, ele também comete um novo ato falho, mas de forma contrária à primeira oração.

Primeiro diz que [a decisão de ir para o Supremo] “seria definitiva”. Depois, corrige para um “Ou será, sei lá”, em mais uma tentativa de dar o caso como consumado.

Todo esse jogo de palavras pode ser pensado, mas também pode revelar confusão mental ocasionado pela ansiedade da pressão psicológica.

Flávio Dino pode muito bem continuar no Ministério da Justiça, ir para o STF ou mesmo voltar para o Senado, seguindo sua carreira política.

Mas o que ele precisa mesmo é de um bom período de repouso.

Simples assim…

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Fala errado é quem não vive o que diz…

“Pigilógico, tauba, cera lítica, sucritcho,
graxite, vrido, zaluzejo

Pigilógico, tauba, cera lítica, sucritcho,
graxite, vrido, zaluzejo

Pigilógico, tauba, cera lítica, sucritcho,
graxite, vrido, zaluzejo

Tomar banho depois que passar roupa mata
Olhar no espelho depois que almoça entorta a boca
E o rádio diz que vai cair avião do céu
Senhora descasada namorando firme pra poder casar de véu

Pigilógico, tauba, cera lítica, sucritcho,
graxite, vrido, zaluzejo

Quando for fazer compras no Gadefour:
Omovedor ajactu, sucritcho, leite dilatado, leite intregal,
Pra chegar na bioténica, rua de parelepídico
Pra ligar da doroviária, telefone cedular

Pigilógico, tauba, cera lítica, sucritcho,
graxite, vrido, zaluzejo

Quando fizer calor e quiser ir pra praia de Cararatatuba,
cuidado com o carejangrejo
Tem que ta esbeldi, não pode comer pitz, pra tirar mal hálito
toma água do chuveiro
No salão de noite, tem coisa que não sei
Mulé com mulé é lésba e homi com homi é gay
Mas dizem que quem beija os dois é bixcional…
só não pode falar nada,
quando é baile de carnaval

Pra não ficar prenha e ficar passando mal, copo d’água
e pílula de ontemproccional
Homem gosta de mulher que tem fogo o dia inteiro,
cheiro no cangote, creme rinsa no cabelo
Pra segurar namorado morrendo de amor
escreve o nome num pepino e guarda no refrigelador,
na novela das otcho, Torre de papel,
Menina que não é virge, eu vejo casar de véu

Se você se assustar e tiver chilique,cuidado pra não morrer
de palaladi cadique
Tenho medo da geladeira, onde a gente guarda yogute,
porque no frio da tomada se cair água pode dá cicrutche
To comprando um apartamento e o negócio ta quase no fim
O que na verdade preocupa é o preço do condostim
O sinico lá do prédio, certa vez outro dia me disse:
Que o mundo vai se acaba no ano 2000 é o que diz o acalipse

Tenho medo de tudo que vejo e aparece na televisão
Os preju do Carajundu fugiram em buraco cavado no chão
Torrorista, assassino e bandido, gente que já trouxe muita dor
O que na verdade preocupa é a fuga do seucrostador
Seucrosta quem não tem dinheiro, quem não tem emprego
e não tem condução
Documento eu levo na proxeca porque é perigoso carregar na mão

Mas quando alguém te disser tá errado ou errada
Que não vai S na cebola e não vai S em feliz
Que o X pode ter som de Z e o CH pode ter som de X
Acredito que errado é aquele que fala correto e não vive o que diz”

Música: Zaluzejo
Artista: Teatro Mágico
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O importante é fazer-se entender…

Corajosa a decisão do Ministério da Educação de acatar o livro “Por uma Vida Melhor”, que inclui expressões da linguagem popular como formas aceitáveis de comunicação oral.

Entenda aqui a polêmica causada pelo livro…

Corajosa, sobretudo, por que, finalmente, enquadra os gramáticos ortodoxos radicais – aqueles para os quais as regras ortográficas, de sintaxe, morfológicas e de concordância valem mais que a própria vida.

Mas não valem.

Na verdade, a ortodoxia dos gramáticos esconde as relações de poder ocultas no idioma, como já denunciou o linguísta Marcos Bagno.

A serviço dos poderosos, a mídia usa expressões supostamente cultas de forma também ideológica – levando o povo a achar que são as únicas.

Trocam, por exemplo, “ocupações” por “invasões”, ao se referir ao MST. Ou “manifestações” e “protestos” por “distúrbios” quando fala dos palestinos contra Israel.

Tudo para construir ideologicamente a estrutura da língua.

Influenciados por estes conceitos linguísticos da época ditatorial do “Este é um País que vai Pra frente…”, os gramáticos se danam a impor regras, sufocando as expressões populares.   

Para estes escravos gramaticais as regras oficiais do Português – o que chamam de norma culta – devem ser ensinadas a qualquer preço, como regra geral, sendo patrulhada qualquer outra forma de comunicação e expressão.

Para Hadad, o livro é normal...

Erram num quesito básico: como exigir norma culta do Português se a língua de Camões, como todas as línguas latinas, derivam do Latin vulgar e não do erudito?

Aprisionados ao tecnicismo, não levam em conta nem os regionalismos. Pior: justificam a imposição das regras “cultas” como “únicas aceitas nos exames de avaliação”.

Desta forma, mostram apenas que a única utilidade de se saber, por exemplo, a aplicação do que seja “Oração Coordenada Adversativa Sindética ou Assindética” é uma prova de Vestibular ou de concurso público.

Que importa saber a correta aplicação dos “porquês” senão para responder uma prova? 

No dia-dia, saber isso não tem a menor importância – até por que (olha ele aí?) todas as formas têm a mesma função básica: perguntar, questionar, buscar respostas.

Na comunicação, na vida cotidiana, o que importa é fazer-se entender.

E é isto que propõem os linguistas.

É isto que propõe o livro “Por Uma Vida Melhor”, quando mostra que a expressão do garoto pobre ou do trabalhador sem instrução formal pode ser usada no dia-dia, desde que complemente a compreensão.

Os concurseiros de plantão poderão continuar afiados nas normas cultas, prontos para o próximo vestibular ou aquele concurso público sempre indispensável – até que apareça outro mais indispensável ainda.

No dia-dia porém, a fala se sobrepõe à amarração da regra gramatical.

Fazer-se entender é o que importa…