Agindo na presidência da República como um batedor de carteira de beira de pista, o ex-presidente é protagonista de ações bizarras no Palácio do Planalto – as mesmas que tinha quando habitava o baixíssimo clero da Câmara Federal – agora coroadas com o escândalo das joias, espécie de ópera-bufa, uma comédia sem precedentes que mostra o nível de corrupção a que o país fora submetido nos últimos quatro anos
Editorial
Eleito como uma espécie de arroto da história, o ex-presidente Jair Bolsonaro nunca teve preparo intelectual, nem jurídico, nem cultural e muito menos estatura moral e envergadura pessoal para assumir o cargo.
Habitante do chamado baixíssimo clero da Câmara Federal – espaço onde ficam deputados inexpressivos, sem importância alguma para o processo político e para o debate de poder em Brasília – ali viveu cometendo trambiques dignos de vigaristas de feiras e mercados; um batedor de carteira de beira de pista.
Segundo revelou o também ex-deputado Ciro Gomes (PDT), “Bolsonaro roubava até combustível do Congresso Nacional”.
E acabou levando suas práticas do mais autêntico 171 para o Palácio do Planalto, mostradas com clareza estarrecedora no já famoso escândalo das joias, em que protagonizou uma trapalhada sem precedentes na tentativa de fazer algum dinheiro – uns milhares de dólares, na verdade – vendendo às escondidas joias pertencentes ao país.
Este blog Marco Aurélio d’Eça sempre considerou Bolsonaro um ladrão de galinhas; expressou esta opinião ainda em 2019, no post que destrincha ele e os rebentos, intitulado “Sobre pais e filhos…”.
Ladrãozinho de feira popular, Jair Bolsonaro age como batedor de carteira das periferias, se apoderando de tudo à sua frente que possa render algum trocado para “comer gente” nos espaços funcionais pagos com dinheiro público.
Ladrão de galinhas alçado ao posto de presidente – como nas comédias mais toscas já vistas no cinema – o Sassá Mutema da vida real surgiu como um subproduto do golpe orquestrado em 2016 pelas elites nacionais.
E deu no que deu…