Políticos como Josimar de Maranhãozinho, Duarte Júnior, Yglésio Moyses e mesmo o vice-governador Carlos Brandão – que atuam em agenda independente para 2020 e 2022 – correm sérios riscos de sofrer represálias
Editorial
Alguns aspectos da operação policial na casa do vereador e ex-presidente da Câmara Municipal de São Luís, Astro de Ogum (PL), nesta quinta-feira, 12, apontam claramente para uma ação orquestrada politicamente.
Uma delas é o fato de os dois assessores investigados não morar na casa de Astro o que torna incabível a ação no local.
Outra evidência de que o vereador seria o alvo, ainda que indireto, é o fato de a operação da Seic ser batizada de “Constelação” – numa referência indireta ao nome do parlamentar – mesmo não sendo ele um dos investigados.
Astro de Ogum tem se movimentado independentemente da agenda político-eleitoral do grupo formado por PDT, PCdoB e PSB, que detêm o poder no estado.
E isso tem incomodado esses donos do poder.
Mas não apenas Astro como outros aliados do consórcio PDT/PCdoB/PSB também têm agenda independente; e podem sofrer as mesmas represálias.
Sobretudo porque já vêm recebendo sinais disto.
O controvertido deputado federal Josimar de Maranhãozinho (PL), por exemplo, sonha em ser candidato a governador ou a senador em 2022; e montou uma agenda política e de poder independente da agenda do governo Flávio Dino (PCdoB).]
Mas só para lembrar do delegado Thiago Bardal – que trouxe à tona o escândalo da espionagem na secretária de Segurança – Josimar era um dos alvos do titular da pasta, Jefferson Portela. (Relembre aqui, aqui, aqui e aqui)
Outro que sofre represálias sistemáticas pela sua disposição de concorrer à Prefeitura é o deputado estadual Duarte júnior (PCdoB); o alvo principal contra o parlamentar são seus aliados no governo, sobretudo a ex-presidente do Procon-MA, Karen Duarte, constantemente ameaçada pelas estruturas comunistas no poder.
Quem começou mais recentemente a sofrer ameaças dentro do próprio partido é o também deputado estadual Yglésio Moysés, que teve a intenção de ser candidato a prefeito rechaçada no próprio partido, o PDT.
Setores da imprensa chegaram a noticiar uma proibição explícita do senador Weverton Rocha contra Yglésio; o senador nega, mas o estrago já foi feito e o parlamentar já anunciou que deixará a legenda.
Até mesmo o vice-governador Carlos Brandão (PRB) pode sofrer as ameaças dos que se acham no direito de lotear o Maranhão no tempo ou no espaço.
Candidato-nato a governador em 2022, Brandão tenta construir uma base política passando pelas eleições de 2020, sobretudo em São Luís, incomodando lideranças que têm o mesmos interesses que ele.
Brandão já sofreu, inclusive, censura pública dos aliados de Dino por causa de postagens que o colocam na linha de frente da sucessão de Flávio Dino. (Releia aqui)
A história contada nos dois mandatos mostram que o atual governo maranhense nunca teve limites contra os adversários políticos.
Mas a ação policial contra Astro de Ogum reafirmou que nem mesmo os aliados estão livres do jugo comunista.
É aguardar e conferir…