Adversários tentam rotular um ao outro por atos de ingratidão, mas tucano leva vantagem por acolher exatamente os abandonados após gestos de sacrifício em favor do comunista
Desde o início do mandato do governador Flávio Dino (PCdoB), seus aliados na mídia e na política tentam criar em torno do senador Roberto Rocha uma pecha de traidor.
Ideologicamente inverso ao comunista, o senador tucano deixou claro, logo após as eleições de 2014, que seria candidato a governador em 2018. Para Dino e companhia, isso representa uma traição, já que Rocha foi eleito em sua chapa.
Desde então, os asseclas comunistas rotulam Rocha de traidor, numa tentativa de marcá-lo eleitoralmente.
Mas, pelos fatos recentes, Roberto Rocha tem muito mais motivos para ver em Flávio Dino o vírus da traição, para usar um termo que ficou marcado na voz do ex-governador Jackson Lago (PDT).
Desde que assumiu o mandato de governador, Flávio Dino coleciona ingratidão àqueles que deram muito de seu tempo e de sua saúde para fazê-lo liderança política no Maranhão.
Na lista aparecem desde o próprio Jackson Lago, passando pelo ex-ministro Edison Vidigal, o ex-prefeito Tadeu Palácio (PP), deputado estadual Edivaldo Holanda (PTC), o ex-prefeito Sebastião Madeira (PSDB), o deputado federal Waldir Maranhão (PSDB) e, principalmente, o ex-governador José Reinaldo Tavares (PSDB).
Curiosamente, alguns destes traídos por Flávio Dino foram acolhidos exatamente por Roberto Rocha.
Tanto Waldir Maranhão quanto José Reinaldo, a quem Dino tratou com ingratidão após gestos de sacrifícios públicos dos dois por ele, pleiteiam a vaga de senador na chapa do tucano.