20 anos depois, Flávio Dino e Carlos Brandão vivem mesma situação de Roseana e José Reinaldo

Da mesma forma que em 2002, quando a hoje deputada federal deixou o governo, se elegeu senadora com forte influência nacional no primeiro mandato do presidente Lula – fazendo seu sucessor no Maranhão e rompendo com este pouco tempo depois – o hoje ministro da Justiça, também em destaque nacional, enfrenta a mesma situação com seu ex-vice, que era o principal auxiliar de Tavares há duas décadas

 

Flávio Dino vive hoje com Brandão as mesmas circunstâncias pessoais e políticas que Roseana viveu com José Reinaldo há 20 anos

Ensaio

O ministro da Justiça Flávio Dino (PSB) é para a história maranhense, hoje, o que a agora deputada federal Roseana Sarney (MDB) foi há 20 anos.

Assim como Roseana no início do primeiro mandato presidencial de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), em 2003, Dino hoje, em 2023 – quando Lula retorna ao poder – tem forte influência nacional e é cotado como opção presidencial

E assim como a emedebista à época, o socialista enfrenta, atualmente, situação de intenso desgaste com o sucessor eleito em sua chapa.

Liderança política maranhense mais ovacionada no Brasil em 2002, Roseana liderou o início da corrida pela sucessão do então presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB), mas acabou aliando-se a Lula. Tinha como vice no Maranhão o mais radical dos sarneysistas, José Reinaldo Tavares (então no PFL), mas dava mostras de não confiar nele para sua sucessão.

Havia outras opções no governo roseanista, como o então chefe da Casa Civil João Abreu, preferido por ela, e o então Secretário de Desenvolvimento Social, Luiz Fernando Silva, por própria conta e risco.

Liderança política maranhense mais ovacionada no Brasil em 2022, Flávio Dino chegou a ser cotado para a sucessão do presidente Jair Bolsonaro (PL), mas acabou aliando-se a Lula. Tinha como vice no Maranhão um ex-sarneysista histórico, Carlos Brandão (então no PSDB), mas não demonstrava definição em torno do seu nome para a sucessão no estado.

Havia outras opções no governo dinista, como o senador Weverton Rocha (PDT), mais alinhado ideologicamente ao próprio governador, e o secretário de Indústria e Comércio Simplício Araújo, por própria conta e risco.

Neste ponto da linha do tempo, faz-se necessário uma importante referência: vice de Flávio Dino em 2022, Carlos Brandão era o principal auxiliar de José Reinaldo, vice de Roseana em 2002.

Há várias versões para o rompimento de José Reinaldo e Roseana; a mais aceita historicamente diz que a ex-governadora fez questão de diminuir o seu então vice nos oito anos em que esteve no Palácio dos Leões, o que acirrou os ânimos da família Tavares, notadamente o da mulher dele, Alexandra.

Há várias versões para o estremecimento entre Flávio Dino e Carlos Brandão; a mais aceita diz que Dino diminuiu Brandão nos oito anos em que esteve no Palácio dos Leões, o que acirrou os ânimos da família Brandão, notadamente o do irmão caçula, Marcus Brandão.

A grande responsável pelo rompimento entre Tavares e Roseana, já às vésperas das eleições municipais de 2004, foi Alexandra, que decidiu ignorar o candidato sarneysista em São Luís, levando o marido a apoiar o prefeito pedetista Tadeu Palácio.

Nos bastidores da pré-campanha municipal de 2024, aponta-se Marcos Brandão como responsável pela articulação política que formará o palanque do irmão em São Luís, dificilmente o mesmo em que esteja Flávio Dino.

A história política maranhense mostra que Roseana tentou interferir no governo do sucessor, levando-o ao rompimento político e à primeira derrota do grupo Sarney em 40 anos de poder no Maranhão, em 2006.

À época, nem a força de Lula, reeleito em primeiro turno, foi capaz de garantir vitória de Roseana contra a força do Palácio dos Leões, com José Reinaldo à frente do governo e Jackson Lago embalando às forças antisarneysistas.

A história política maranhense se repete vinte anos depois.

Flávio Dino usa a força do cargo de ministro da Justiça para mostrar-se como único acesso a Lula em Brasília, o que tem levado Brandão a buscar nos próprios Sarney’s o caminho para furar o bloqueio dinista.

Versões dos bastidores do poder no Maranhão apontam que o ministro da Justiça – assim como Roseana em 2006 – aposta na força de Lula, em 2026, para voltar ao poder no Maranhão, embalado pelos mesmos garotos que estiveram com ele na reeleição de 2018.

Esta história já foi, inclusive, contada no blog Marco Aurélio d’Eça, no post “a doce ilusão que Flávio Dino cria entre aliados de Weverton e Eliziane…”.

Mas desta vez Lula será suficiente para enfrentar o rugir do Palácio dos Leões?!? E Brandão seguirá o mesmo caminho de José Reinaldo, abrindo mão de um mandato senatorial para derrotar o ex-aliado, repetindo a história de 2006?!?

A história poderá se repetir como farsa para alguns.

E para outros como tragédia…

A história de uma foto: Flávio Dino antes do poder…

Imagem mostra encontro hoje considerado improvável entre o titular deste blog Marco Aurélio d’Eça e o hoje ministro da Justiça Flávio Dino, em 2008, nos tempos em que o então comunista ainda estava fora do poder; é mais um capítulo de uma coluna que resgata fatos históricos marcados por imagens icônicas

 

Marco Aurélio d’Eça conversa amistosamente com Flávio Dino, nos tempos em que o comunista ainda estava fora do poder político

Em outubro de 2019, este blog Marco Aurélio d’Eça lançou a coluna “A história de uma foto”, com o objetivo de mostrar a presença do editor em fatos da história política maranhense por meio de imagens marcantes.

A primeira imagem desta coluna ganhou post com o título “Roseana Sarney pós-cirurgia em 1998”, que conta a história da reeleição da hoje deputada federal do MDB mesmo após passar praticamente toda a campanha internada.

Nesta sexta-feira, 21, o blog traz mais uma destas fotos icônicas.

Nela, aparecem Marco d’Eça e o agora ministro da Justiça, Flávio Dino (PSB), nos tempos em que o ex-comunista ainda estava fora do poder.

A foto foi registrada pelo colunista Felipe Klamt, hoje no jornal O Imparcial; encontro na casa do então deputado estadual Rubens Pereira Jr. (PT).

Era o ano de 2008. Flávio Dino preparava-se para disputar a Prefeitura de São Luís contra o então deputado federal João Castelo (PSDB).

Flávio Dino perdeu aquela eleição em segundo turno, após acirrada disputa – e com o apoio do titular deste blog Marco Aurélio d’Eça.

Mas quatro anos antes, em 2004, o jornalista já havia protagonizado outra ação com Flávio Dino.

Coube a d’Eça a primeira entrevista em que o comunista, ainda juiz federal, falava de suas pretensões em disputar a sucessão municipal dquele ano pelo PT – e com o apoio da então governadora Roseana Sarney.

Esta história foi contada neste blog Marco Aurélio d’Eça em agosto de 2014, no post “Flávio Dino e sua relação histórica com os Sarney…”.

– Naquele dia, uma tarde de fevereiro ou março de 2004, o jornalista, então repórter de Política do jornal O EstadoMaranhão, foi chamado à redação para uma entrevista com Flávio Dino, que iria anunciar ali sua pretensão de disputar a prefeitura naquele ano pelo PT; A entrevista foi feita e publicada na edição de domingo de O Estado – contou o blog, à época.

Flávio Dino não conseguiu viabilizar-se no PT e adiou o sonho de entrar na Política para 2006, quando chegou à Câmara Federal pelas mãos do então governador José Reinaldo Tavares (PSB).

O tempo passou, Flávio Dino virou governador, passou oito anos no poder e ganhou ares autoritários; hoje sequer cumprimenta alguém que não reze em sua cartilha.

Mas tanto o agora ministro da Justiça quanto o jornalista seguem na militância.

O primeiro exercendo o poder da forma que acredita; o outro fazendo o acompanhamento diário deste poder, sentindo-se no direito de criticar quando entender necessário.

E a história segue…

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Dr Hilton Gonçalo discute instalação da ZPE em Santa Rita e Bacabeira

O prefeito de Santa Rita, Dr Hilton Gonçalo, esteve reunido com o secretário de Projetos Especiais, Zé Reinaldo Tavares, para discutir a instalação da Zona de Processamento de Exportações (ZPE). A ideia é instalar no terreno onde seria construída a refinaria de Bacabeira e ter uma abrangência de 30 km, que alcançaria os municípios de Santa Rita e Rosário.

De acordo com Zé Reinaldo Tavares é de total interesse do governador Carlos Brandão, a implantação da ZPE para gerar de forma o mais rápido possível, emprego e renda aos maranhenses.

As empresas que se instalarem na ZPE maranhense, vão ter isenção de impostos e contribuições incidentes sobre a importação ou sobre aquisições no mercado interno de insumos, para que possam produzir mercadorias ou prestar serviços destinados à exportação.

Na conversa com Zé Reinaldo Tavares, Dr Hilton Gonçalo argumentou que a região de Bacabeira e Santa Rita apresentam as características geográficas que a habilitam a constituir uma área de livre comércio, especialmente pelas condições logísticas que favorecem a entrada de insumos e o escoamento da produção para o exterior, pois as cidades estão muito próximas da zona portuária da Ilha de São Luís.  Segundo o prefeito, o projeto vai ajudar a desenvolver o Maranhão e melhorar a vida da população.

As empresas que se instalarem na ZPE têm acesso a tratamentos tributários, cambiais e administrativos especiais. Assim, a ZPE de Bacabeira/Santa Rita deverá ter, por exemplo, condições menos burocráticas relativas ao controle aduaneiro e dispensa da exigência de percentual mínimo de receita bruta relacionada à exportação de bens e serviços.

Ainda de acordo com Zé Reinaldo, outros projetos podem vir a ser desenvolvidos na região de Bacabeira e Santa Rita com a chegada da ZPE.

Participaram do encontro, o vice-presidente do Sebrae/MA, Celso Gonçalo; Pedro Rocha Neto, Secretário Adjunto da Secretaria de Projetos Especiais e Ubiratan, assessor da Secretaria.

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Zé Reinaldo e Luiz Fernando dificultam apoio de Roseana a Brandão

Os dois principais aliados do vice-governador ao Governo do Estado têm histórico de traições à ex-governadora, o que torna difícil uma aproximação, embora buscada intensamente pelo Palácio dos Leões e pelo próprio governador Flávio Dino

 

Tendo Brandão como assessor, Zé Reinaldo foi algoz da maior traição já sofrida pelo grupo do ex-presidente José Sarney, em 2006

 

O grupo mais próximo ao governador Flávio Dino (PSB) tem buscado todas as formas de atrair para o palanque do vice-governador Carlos Brandão a ex-governadora Roseana Sarney (MDB).

Dino entende que os cerca de 30% de intenções de votos manifestados em Roseana seriam suficientes para garantir Brandão em um eventual segundo turno, mesmo levando em conta a rejeição a uma aliança.

Mas Roseana resiste a essa aproximação.

Embora a maior parte do Grupo Sarney já esteja alinhada à candidatura de Brandão, o grupo mais próximo da ex-governadora se incomoda com a onipresença do ex-governador José Reinaldo Tavares e do ex-prefeito de São Jose de Ribamar, Luiz Fernando Silva, na campanha do vice.

Tanto José Reinaldo quanto Luiz Fernando têm histórico de traição à ex-governadora.

O primeiro passou oito anos como vice de Roseana (entre 1995 e 2002) mas rompeu com ela apenas um ano depois de assumir o mandato e se reeleger, sendo o principal responsável pela derrocada do Grupo Sarney, que se iniciou a partir de 2006.

Luiz Fernando, por sua vez, é protagonista do maior “arregão” eleitoral da história política do Maranhão.

Ele passou quatro anos sendo incensado como o sucessor de Roseana, mas, às vésperas do fim do prazo de filiação partidária, em 2014, desistiu da candidatura, deixando o grupo sem rumo na disputa contra Flávio Dino; em seguida, bandeou-se para o próprio Flávio Dino.

Arregão compulsivo, Luiz Fernando foi responsável pela derrota de Roseana em 2014; e depois se bandeou para Flávio Dino

O histórico de traições no palanque de Brandão é um empecilho e tanto na relação do grupo Sarney com Flávio Dino, que vem fazendo gestos de aproximação desde 2018.

E é este histórico que deve fazer Roseana manter-se neutra.

Pelo menos no primeiro turno…

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Weverton é para Flávio Dino o que Lobão sempre foi para Sarney…

Ex-ministro de Minas e Energia sempre se manteve leal ao ex-presidente – mesmo preservando a sua independência política – assim como o atual senador em relação ao atual governador

 

Lobão se manteve leal a Sarney durante toda a sua vida política, mesmo com independência; e se mantém até hoje ao lado do ex-presidente

Ensaio

A reação de aliados do vice-governador Carlos Brandão (PSDB) – e de oposicionistas, tanto sarneysistas quanto bolsonaristas – ao encontro do governador Flávio Dino (PSB) com o ex-ministro Carlos Lupi (PDT), terça-feira, 20, fez lembrar a expectativa que aliados e oposicionistas do sarneysismo tinham na relação do ex-ministro, ex-governador e ex-senador Edison Lobão com o ex-presidente José Sarney. 

Lobão sempre foi leal a Sarney, embora mantivesse por toda a sua trajetória política uma independência clara em relação ao ex-presidente.

Sem precisar bajular Sarney, Lobão elegeu-se deputado federal, senador e governador, foi ministro de Minas e Energia e presidente do Senado, mantendo seu grupo alinhado ao projeto do próprio Sarney, sem dependência.

Oposicionistas à esquerda e à direita do sarneysismo sempre incensaram Lobão a romper com Sarney para liderá-los em um levante pelo poder no Maranhão.

Lobão sempre recusou e se manteve fiel ao grupo. 

A história mostra que o grupo Sarney perdeu força após um racha por traição – não de Lobão – mas de quem sempre se vendeu como “o mais leal entre os leais”.

Weverton tem vida política própria, grupo próprio, mas se mantém leal ao projeto do governador Flávio Dino desde a sua entrada na vida pública

Bolsonaristas, sarneysistas e aliados de Carlos Brandão criaram para o encontro entre Dino e Lupi narrativas distintas, mas com o mesmo objetivo: afastar o senador Weverton Rocha (PDT) do governador  Flávio Dino (PSB).

Os oposicionistas – bolsonaristas e sanreysistas – querem o rompimento, obviamente, por que necessitam de alguém que possa liderá-los em um levante contra o dinismo.

Já os aliados de Brandão querem tirar Weverton do páreo da disputa pelo Governo do Estado dentro da base dinista.

Uma mera repetição da história: Weverton Rocha é hoje para Flávio Dino o que Lobão foi para Sarney ao longo dos últimos 50 anos.

Assim como Lobão em relação a Sarney, o senador pedetista se mantem leal a Flávio Dino, mesmo mantendo uma independência política clara em relação ao governador.

Weverton cumpre as regras estabelecidas pelo próprio Flávio Dino e trabalha para ser candidato a governador, mas respeitando o pacto firmado por toda a base, mantendo-se leal ao projeto dinista.

Lobão sempre teve vida própria em relação a Sarney, mas respeitou sua liderança e se manteve leal por toda vida, inclusive hoje, após aposentadoria política.

Fiador do vice Brandão, José Reinaldo Tavares impôs duro golpe a Sarney, passou por Jackson, juntou-se e afastou-se de Dino e agora está novamente ao lado do governador

Para completar a história: contemporâneo de Lobão, o ex-governador José Reinaldo Tavares era tido por todos como uma espécie de “filho postiço mais velho” de Sarney.

Mas foi Zé Reinaldo – e não Lobão – quem impôs ao ex-presidente a mais violenta traição, logo na primeira oportunidade de poder.

É assim que a história política, como a história do mundo, se repete ao longo dos anos.

Como farsa ou como tragédia…

Zé Reinaldo prega renúncia de Flávio Dino em favor de Brandão

Ex-governador, que coordena grupos favoráveis ao atual vice em grupos de whatsapp – e reúne aliados periodicamente para discutir os cenários eleitorais – esperava “posicionamento mais firme” do governador na reunião com aliados e diz que só o afastamento do titular, já em 2021, garantirá a unidade da base em torno de um candidato único

 

Brandão quer assumir o governo para poder trabalhar sua candidatura; José Reinaldo defende que isso ocorra logo

Quem leu o blog O Informante nesta terça-feira, 6, e conhece o contexto político maranhense, entendeu claramente o recado do post “A ‘Carta’ de Waldick e a missiva da reunião”.

Em seu final, o texto diz, claramente: “Por fim, não custa nada lembrar – apesar de isso não ter nada a ver com o ‘nosso’ cenário – um outro trechinho d’A Carta de Waldick: ‘renunciar/ seria a solução/ mas não apagaria de nossas almas cruel paixão…'”

A pregação subliminar de O Informante, principal blog do Jornal Pequeno – usando a clássica canção braileira -, é a mesma que vem defendendo o ex-governador José Reinaldo Tavares em grupos de Whatsapp alinhados ao vice-governador Carlos Brandão e em reuniões periódicas de aliados seus.

José Reinaldo entende que a unidade da base do governo Flávio Dino só ocorrerá com a sua renúncia do cargo, em favor de Brandão.

O ex-governador ficou, inclsuive, frustrado com a reunião de segunda-feria, em qeu esperava “posicioanemnto mais firme” de Flávio Dino em favor de Brnadão.

Curiosamente, dentre os pré-cadidatos, o próprio Brandão foi o mais insatisfeito com a repgaão do consenso na base.

Há pelo menos quatro semanas, o titular do blog Marco Aurélio D’Eça tem tido acesso a conversas de Tavares com amigos; em todas, ele justifica esta saída como tranquila para Dino por que, segundo o ex-governador, ele já estaria com sua eleição selada para o Senado, “em qualquer circunstância”.

A tese da renúncia de Dino – para que Brandão assuma mais de um ano antes do pleito – tem adeptos, inclusive, no Palácio dos Leões, mas ainda não havia sido publicizada, mesmo que em mensagem cifrada como a d’O Informante.

Este primeiro “toque” público sobre o que quer a dupla Tavares/Brandão seria uma reação ao desdobramento da reunião de segunda-feira, 5, em que nada foi decidido a não ser a garantia de apoio de todos os pré-candidatos e de todos os partidos à candidatura de Dino ao Senado.

Tanto Tavares quanto Brandão esperavam que Flávio Dino impusesse o nome do vice e cobrasse fidelidade dos aliados, o que, aliás, vem sendo pregado por José Reinaldo desde que voltou às boas com Dino.

Pelo andar da carruagem – e pela leitura que se tem da Carta-Compromisso assinada na reunião – a decisão sobre o “candidato único”na base de Dino deve ficar para o ano que vem.

É tudo o que José Reinaldo e Brandão não querem, já que perdem o tempo e a margem de manobra para atrair aliados.

E “A Carta de Waldick…” trazida à tona pelos aliados dos dois na mídia, só reforça o clima nos círculos mais próximos ao governador.  

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Após entrevistas desastradas, Zé Reinaldo submerge no debate de 2022

Chamado por Flávio Dino – a pedido do vice-governador Carlos Brandão – para tentar unir a base governista, o ex-governador provocou ainda mais cisão entre os  partidos, com seu discurso coronelista e desagregador – do tipo “quero, posso e mando” – já ultrapassado na política maranhense

 

Ele veio, falou, não agradou e já está voltando; José Reinaldo submergiu após pregar a Dino o “eu quero, eu posso, eu mando”

Esquecido em um canto da história maranhense desde 2018, quando foi rejeitado por Flávio Dino (PCdoB) em seu projeto de ser senador, o ex-governador José Reinaldo Tavares foi “ressuscitado” em abril, a pedido do vice-governador Carlos Brandão (PSDB), seu eterno chefe de gabinete.

O objetivo era usar o ex-governador para tentar unificar os partidos da base do governo Flávio Dino em torno do nome do próprio Brandão.

Foi um desastre.

Político de uma era em que o autoritarismo dominava o cenário – na base do “eu quero, eu posso, eu mando” – Zé Reinaldo tentou resgatar capítulos já esquecidos da política, ao pregar a imposição pura e simples da candidatura de Brandão; na marra.

O discurso de usar a força do Palácio dos Leões como ameaça aos próprios aliados afastou ainda mais os jovens líderes partidários do projeto de Brandão; e inviabilizou a reunião que Flávio Dino teria com os presidentes de partido no final de maio.

Desde então, o ex-governador parece ter sido aconselhado a calar a boca e readequar seus pensamentos à nova realidade política maranhense.

Mas ele está fora de tempo e de espaço no contexto.

Do alto de seus 82 anos, José Reinaldo é de uma outra época política, em que governadores e prefeitos eram escolhidos em gabinetes e “lideranças” criadas artificialmente eram empurradas ao povo, que se limitava a votar, acossado pela necessidade usada pelo Palácio dos Leões.

Curiosamente, o próprio Zé Reinaldo contribuiu com o fim dessa época, ao patrocinar a ascensão de Flávio Dino;  e o primeiro discurso do governador comunista foi a garantia de que “os leões do Palácio nunca mais iriam rugir contra o seu povo”.

Passados 15 anos da chegada de Dino ao poder, Zé Reinaldo parece ter esquecido que os tempos mudaram, tentando fazer o que fazia no trono do palácio junto com seu chefe de gabinete.

A reação das lideranças do grupo – todas jovens, algumas com idade para ser bisnetos de Tavares – levou Dino a já admitir a possibilidade de palanques múltiplos em sua base de apoio.

Amordaçado pela própria verborragia, José Reinaldo deve se limitar agora a traçar estratégias para seu eterno chefe de gabinete.

Com o risco de que o estrago já esteja feito…

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José Reinaldo quer reaproximar Brandão da velha guarda sarneysista

Ex-governador sabe que não terá a base do governo Flávio Dino na campanha do vice-governador; e tem usado a aproximação com o comunista para acenar a deputados, ex-deputados, prefeitos e ex-prefeitos de sua geração, como João Alberto, Hildo Rocha, Arnaldo Melo, Tatá Milhomem, Aderson Lago e Marcone Farias

 

A missão de José Reinaldo é criar uma base partidária para Brandão; como a de Dino está com a juventude, saída é buscar velha guarda, mas identificada com o vice

O vice-governador Carlos Brandão (PSDB) já sabe que não terá o apoio da base do governador Flávio Dino (PCdoB), formada em sua maioria por jovens deputados, prefeitos e vereadores, com dinâmica política diferente da sua.

Este grupo, que tem hoje o controle dos principais partidos no estado, se alinha ao projeto do senador Weverton Rocha (PDT) ou ao do deputado federal Josimar de Maranhãozinho (PL); e deve influenciar diretamente a decisão de Dino sobre o candidato da base.

Foi o próprio Flávio Dino quem disse que iria ouvir os “14 ou 15 partidos da base” para decidir sobre candidaturas em 2022.

Brandão tem dificuldade de se aproximar da ala mais jovem dos aliados de Dino por que é, ele próprio, um político de outra geração. (Entenda aqui,  aqui e também aqui)

Para tentar fazer contraponto a esta força, o ex-governador José Reinaldo Tavares entrou em cena, para reaproximar antigas lideranças do chamado grupo Sarney – e a velha guarda da política sarneysista ainda em atividade – com os quais o próprio Brandão conviveu durante décadas.

Por isso buscou a reaproximação entre Flávio Dino e o ex-governador José Reinaldo Tavares.

O vice-governador já conversou com o ex-senador João Alberto, com o ex-secretário Ricardo Murad e já tentou, inclusive, aproximação com a ex-governadora Roseana Sarney (MDB).

Ele conta também com políticos da velha guarda sarneysista ainda em atividade, como os deputados Hildo Rocha (MDB), César Pires (PV) e Arnaldo Melo (MDB).

A todos, garante espaço de poder assim que assumir o governo, em abril de 2022.

José Reinaldo trabalha não apenas em aproximar Brandão de sarneysistas, mas busca também seus próprios aliados das antigas, como os ex-deputados Sebastião Madeira, Jaime Santana, Marcone Farias e Aderson Lago.

O próprio Brandão sempre foi mais próximo desses políticos, uma vez que fez parte do grupo Sarney durante anos.

E é com este pessoal que quer governar e viabilizar sua candidatura ao governo…

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A acirrada disputa pelo Senado…

Enquanto a eleição de governador segue polarizada entre Flávio Dino e Roseana Sarney – com Roberto Rocha e Maura Jorge ainda grudados no chão – as duas vaga de senador são disputadas por pelo menos cinco candidatos; e levará vantagem os que tiverem maior estrutura e capilaridade no estado

 

Lobão e Sarney Filho tem estrutura e candidato forte ao governo; Weverton e Eliziane apostam na estrutura do governo e José Reinaldo segue em faixa própria

As duas últimas pesquisas eleitorais divulgadas no Maranhão, a do Ibope e a da Exata – ainda que com absurda divergência nos índices para o governo – apontam para um cenário de indefinição na disputa de senador.

Efetivamente, os números mostraram que Edison Lobão (MDB), Sarney Filho (PV), Eliziane Gama (PPS), José Reinaldo Tavares (PSDB) e Weverton Rocha (PDT), não necessariamente nesta ordem, estão no páreo pelas duas vagas.

Líderes nas pesquisas, Sarney Filho e Lobão têm o aditivo da orça de Roseana

No Ibope, Lobão e Sarney Filho têm ligeira dianteira, com 27% e 26%, respectivamente, e uma espécie de enrosco entre Eliziane (17%), José Reinaldo (13%) e Weverton (11%). (Leia aqui)

A Exata confirma a liderança de Lobão e Sarney Filho (25% e 24%, respectivamente). Mas aponta para um empate técnico múltiplo entre os cinco candidatos: Weverton e José Reinaldo com 20% e Eliziane com 18%. (Veja aqui)

Neste acirramento, vencerá a disputa quem tiver estrutura e capilaridade.

Werverton e Eliziane contam coma estrutura montada em torno de Flávio Dino

Estrutura todos têm, mas é a capilaridade, ou a capacidade de se espalhar pelo estado que fará a diferença para um ou para outro.

Neste ponto, Edison Lobão e José Reinaldo, que já foram governador, levam ligeira vantagem.

Sarney Filho, Weverton Rocha e Eliziane contam com a força de seus candidatos a governador para garantir a capilaridade necessária.

Por ter estrutura própria e apoios individuais espalhados por todo o Maranhão, Weverton acaba ganhando força neste quesito, sobretudo porque a eleição de senador é uma disputa de indicações, em que o eleitor segue a orientação da liderança.

E liderança é o que não falta na campanha do pedetista.

Duas vezes candidata a prefeita de São Luís, Eliziane tem a maior densidade eleitoral dentre todos os candidatos na capital maranhense, por isso aparece entre os três candidatos mais bem posicionados numericamente.

E pode apostar na capilaridade de Flávio Dino no interior do estado.

Na chapa de Roberto Rocha, José Reinaldo corre em faixa própria na disputa pelo Senado

No fim das contas, pesará na eleição de senador também o desempenho de seus candidatos a governador.

Se Flávio Dino disparar a ponto de apontar para uma vitória em primeiro turno, pode puxar com ele Weverton e Eliziane. Se, por outro lado, for Roseana a beneficiária do crescimento na campanha, Lobão e Sarney Filho crescem juntos.

A disputa pelo Senado está, portanto, diretamente vinculada à de governador.

É aguardar e conferir…

1

Zé Reinaldo emite comunicado a Caxias para explicar mudança na suplência…

Candidato a senador pelo PSDB diz que foi obrigado pela legenda a abrir mão das duas suplências, o que sacrificou a candidatura do advogado Catulé Júnior, que já havia sido apresentado em sua chapa

 

O candidato ao Senado em evento que lançou Catulé Júnior de Caxias como suplente

O deputado federal José Reinaldo Tavares, candidato a senador pelo PSDB, divulgou um comunicado dirigido à população de Caxias.

Na nota, com o título “Por respeito a Caxias”, o ex-governador do Maranhão explica como ocorreu, na véspera da convenção do PSDB, foi pego de surpresa com a exigência partidária de que ele teria que abrir mão do primeiro e do segundo suplente.

A decisão sacrificou a candidatura do advogado caxiense Catulé Júnior.

– Fui avisado pelas lideranças locais de que o partido exigia a minha primeira suplência e que isso não era negociável, independente dos meus protestos e da minha indignação. Ou seja, eu teria que desfazer todo o acordo e compromisso firmado com o Catulé Júnior – explicou.

Leia a íntegra da nota:

POR RESPEITO A CAXIAS

Tenho ligações profundas com a cidade de Caxias e sua gente. Ao longo dos anos de experiência pública acumulada, sempre deixei minha contribuição ao município, seja como governador, ministro ou deputado federal.

Foi com muita alegria que participei, no início do mês de junho, de uma grande festa em Caxias para anúncio de Catulé Júnior como o meu primeiro suplente para o Senado Federal. O acordo foi fechado e comunicado oficialmente a toda a população em um evento que marcou a minha trajetória política. Na ocasião, tive o imenso prazer de ver todo o grupo do prefeito Fábio Gentil, os vereadores e muitos secretários presentes, além do próprio Catulé, que é meu amigo de longas datas, além de Paulo Marinho, Zé Gentil, os amigos Luís Fernando, prefeito de São José de Ribamar e Biné Figueiredo, de Codó, muitos aliados que adquiri pelos laços do trabalho sério que sempre dediquei a Caxias, notadamente quando fui governador.

A política é uma atividade extremamente realizadora, sobretudo quando existe reconhecimento público do trabalho em prol de uma vida melhor à população. Mas há muitos dissabores que desafiam a serenidade e grandeza de espírito daqueles que a exercem. Todos acompanharam o que se sucedeu com a minha candidatura. Fui vítima de constantes boatarias de que não sairia candidato, que não teria legenda para concorrer pelo PSDB, partido que me convidou para ser candidato ao Senado. Finalmente minha candidatura foi confirmada, com o apoio total do presidente nacional do PSDB, nosso candidato a presidente da República, Geraldo Alckmin.

Aparentemente, estava tudo resolvido. Mas, na véspera da Convenção do PSDB fui avisado pelas lideranças locais de que o partido exigia a minha primeira suplência e que isso não era negociável, independente dos meus protestos e da minha indignação. Ou seja, eu teria que desfazer todo o acordo e compromisso firmado com o Catulé Júnior. Ainda ofereci a segunda suplência, mas ele, com toda a razão – reconheço – não aceitou.

Tenho uma admiração profunda pelo Catulé Junior, pela sua seriedade e pela firmeza de seu caráter e inteligência.  Essa admiração é permanente e nada mudará isso. Espero que a população de Caxias consiga compreender o que houve, uma imposição partidária que não concordei e que quase me leva desistir de concorrer ao Senado, o que fui aconselhado a prosseguir.

Reafirmo que irei continuar a conseguir benefícios para o Caxias. Com a vontade de Deus e do voto do povo caxiense vou buscar viabilizar os projetos que já tracei para defender no Senado Federal, visando ao desenvolvimento social e econômico de Caxias, Região do Cocais e do Maranhão.

Estou à disposição, amigos.

Conto com o apoio de Caxias para consolidar esta nossa vitória!

Zé Reinaldo Tavares

deputado federal e candidato ao Senado (PSDB)