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TSE já iniciou investigação contra Bolsonaro…

Candidato do PSL tem cinco dias para se defender da acusação de que fora bancado por empresas que dispararam fake news contra o adversário do PT, Fernando Haddad; Procuradoria já pediu investigação da Polícia Federal

 

Se eleito, Bolsonaro pode perder o mandato e ser declarado inelegível, por abuso de poder

O ministro do Tribunal Superior Eleitoral, Jorge Mussi, que também é corregedor-geral eleitoral, deu prazo de cinco dias para a defesa do presidenciável Jair Bolsonaro rebater as denúncias de que teve a campanha bancada por empresas, o que é proibido pela Lei Eleitoral.

A denúncia contra Bolsonaro foi feita pelo jornal Folha de S. Paulo. Segundo o jornal, empresas privadas pagaram pelo menos R$ 12 milhões para impulsionar propaganda de Bolsonaro contra o PT nas redes sociais e no WhatsApp.

O crime, se comprovado, caracteriza abuso de poder, e pode gerar, inclusive, a cassação de Bolsonaro.

A Procuradora-geral da República, Raquel Dodge, também já encaminhou à Polícia Federal pedido de investigação contra Bolsonaro e as empresas que teriam bancado as fake news.

Além de Bolsonaro, serão investigados o seu vice, Hamilton Mourão, e 11 empresários denunciados na reportagem da Folha de S. Paulo.

Eles têm até a sexta-feira, 26, para apresentar a defesa…

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Ação contra Bolsonaro é igual a de Flávio Dino; mas vai andar mais rápido…

Denúncia contra o candidato a presidente é de abuso de poder, mesma acusação que já rendeu ao governador maranhense a decretação de sua inelegibilidade. Mas a do candidato do PSL já está no TSE; e é só a primeira

 

O candidato a presidente pelo PSL, Jair Bolsonaro, caso seja eleito no próximo dia 28, deve perder o mandato por abuso do poder.

Uma Ação de Investigação do Mandato Eletivo impetrada pelo PT, denuncia Bolsonaro de ter a campanha na internet financiada por empresários, que pagaram pelo menos R$ 12 milhões por fake news contra seus adversários.

A ação contra o presidenciável é parecida com que foi feita contra o governador Flávio Dino – já tornado inelegível em primeira instância. (Relembre aqui)

A diferença é que a ação de Flávio Dino ainda tramitará em todas as instâncias da Justiça Eleitoral; a de Bolsonaro, não. Esta já está no Tribunal Superior Eleitoral.

E já tem até relator: o ministro Jorge Mussi, corregedor-geral eleitoral.

Mas, assim como Flávio Dino – que enfrenta outras diversas ações – Bolsonaro será processado também pelo PDT, que pretende pedir a anulação do primeiro turno das eleições presidenciais.

E a julgar pelo que disse o ex-presidente do TSE, ministro Luiz Fux, o destino do virtual presidente é incerto.

– Uma propaganda que visa destruir a candidatura alheia pode gerar uma configuração de abuso de poder que pode levar a uma cassação. Se o resultado de uma eleição for fruto de uma fake news capaz de ter essa expressão, anula a eleição – afirmou Fux, durante evento da revista Veja, ainda no mês de abril. (Relembre aqui)

O futuro político de Bolsonaro, portanto, é absolutamente incerto…

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O “Ato Institucional Nº 1” de Temer e Bolsonaro…

Presidente que mantém diálogo de bastidores com o virtual futuro governo, editou decreto que dá às Forças Armadas, ABIN, Gabinete de Segurança Institucional e Polícia Federal poderes para compartilhar dados e ações contra os que “afrontam o Estado Brasileiro e suas instituições”

 

DE UM PARA OUTRO. Equipes de Temer e Bolsonaro já conversam nos bastidores na pré-transição

O Diário Oficial da União publicou nesta quinta-feira, 18, o ato do presidente Michel Temer (MDB) que está sendo classificado pela imprensa e órgãos de Defesa dos Direitos Humanos como o Ato Institucional nº 1 do virtual governo Jair Bolsonaro (PSL).

Os Atos Institucionais eram decretos que norteavam as ações dos governos na Ditadura Militar, implantada no Brasil entre 1964 e 1985. Pelos AI’s foi instaurada a censura à imprensa, cassou-se o Congresso e estabeleceu-se os inimigos do país, na visão dos próprios militares.

O documento de Michel Temer – Decreto nº 9.527, de 15 de outubro de 2018 – cria a “Força Tarefa de Inteligência para enfrentamento ao Crime Organizado no Brasil”.

Veja abaixo a função precípua da Força Tarefa:

“Analisar e compartilhar dados e de produzir relatórios de inteligência com vistas a subsidiar a elaboração de políticas públicas e a ação governamental no enfrentamento a organizações criminosas que afrontam o Estado brasileiro e as suas instituições”. (Leia a íntegra aqui)

Para jornalistas, instituições de imprensa e de Direitos Humanos, trata-se do AI-1 do novo regime, a ser, provavelmente, encabeçado pelo capitão Jair Bolsonaro.

– Ontem, um general eleito deputado pelo estado do Rio Grande do Norte propôs o fechamento do STF e a prisão de todos os Ministros que libertaram acusados de corrupção. Bem vindos de volta ao inferno! – alarmou-se o jornalista Luís Nassif, em sua coluna no jornal GGN. (Leia aqui)

SOB CENSURA. Assim os jornais da época tratavam os decretos do governo no período da Ditadura Militar

As relações entre o governo Temer e a campanha de Bolsonaro começaram a se estreitar depois do primeiro turno. Assessores do alto escalão da campanha do capitão já se reuniram com a equipe do atual governo. E chegam a propor, inclusive, que mudanças no país sejam feitas antes mesmo da eventual posse. (Leia aqui, aqui e aqui)

O Decreto que cria uma espécie de DOI-Codi dos tempos modernos é só o primeiro ato de um governo para o outro.

E como disse Luís Nassif, “bem vindos de volta ao inferno”…

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Aluisio Mendes articula apoio de lideranças a Jair Bolsonaro…

Aluisio entre Eduardo e Jair Bolsonaro: apoio da bancada do Podemos na Câmara Federal

O deputado federal reeleito Aluisio Mendes foi um dos principais articuladores do acordo que consolida o apoio do Podemos à campanha do presidenciável Jair Bolsonaro (PSL), a pedido de Eduardo Bolsonaro (PSL/SP) que fez a proposta por afinidade (já que Mendes e Eduardo são colegas próximos na Câmara e na Polícia Federal) em conjunto com o deputado Onyx Lorenzoni (DEM/RS), também aliado de Mendes no Congresso e compartilhador de lutas comuns, como o combate à corrupção durante a CPI da Petrobras.

Mendes articulou aliança para o apoio ao candidato do PSL após a direção do Podemos (que apresentou candidatura para presidente no primeiro turno, com Álvaro Dias) orientar seus filiados a apoiar qualquer projeto no segundo turno.

Com o apoio, o Podemos representa a primeira bancada na Câmara a declarar apoio de forma explícita a Bolsonaro. Atualmente, o partido é representado por 17 deputados e, na próxima legislatura, terá 11 parlamentares.

A maioria da bancada que assumirá a partir de 2019 já fechou com Bolsonaro e comporá a base do candidato caso eleito no próximo dia 28.

Para Mendes, o apoio ao candidato do PSL é de suma importância para a consolidação do partido como uma das principais forças do país.

“Não estou falando em nome do partido, mas em nome de uma parte significativa de deputados eleitos que resolveram optar pelo apoio a Bolsonaro”, disse Aluisio à Agência Brasil.

Após articular o apoio das lideranças do Podemos ao projeto do PSL ao Planalto, Aluisio Mendes é novamente destaque nacional. Mendes foi na semana passada, de acordo com levantamento do portal de notícias G1, um dos dez parlamentares reeleitos para mais quatro anos de mandato com melhor desempenho em votação nas eleições deste ano no país.

De acordo com a pesquisa, Mendes registrou um acréscimo de 108,8% no percentual de votos, em comparação com o pleito de 2014. Na eleição mais recente, Aluisio obteve expressiva votação (105.778 votos) contra 50.658 votos catalogados há quatro anos.

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Bolsonaro: a ideia e a realidade…

Virtual presidente trata questões como Educação de forma radicalizada, influenciado por militares e religiosos; entorpecida pelo anti-petismo, a população não vê o caminho das trevas diante dos olhos

 

Bolsonaro entre militares: dogmas, crenças e pontos de vista como currículo para o ensino

A menos que ocorra uma virada cada vez mais improvável do PT, o deputado federal Jair Bolsonaro (PSL) deve ser eleito presidente no dia 28 de outubro.

Uma tragédia anunciada que a população entorpecida pelo anti-petismo ainda não percebeu diante dos olhos.

Com a certeza da vitória, assessores do capitão do Exército para as várias áreas da gestão pública começam a despertar interesse da mídia. E o que falam mostra cada vez mais a distância entre o que pensa o bolsonarismo e a realidade concreta.

Para a área da Educação, o consultor de Bolsonaro é um general da Reserva do Exército, Aléssio Ribeiro Souto.

Entre outras sandices, Ribeiro Souto quer reformar o currículo para ensinar Evolucionismo e Criacionismo como alternativas de conhecimento. Não são.

Evolucionismo é Ciência; Criacionismo é crença.

Ciência se ensina na escola; crença, nas igrejas.

– Se a pessoa acredita em Deus e tem o seu posicionamento, não cabe à escola querer alterar esse tipo de coisa, que é o que as escolas orientadas ideologicamente querem fazer, mudar a opinião que a criança traz de casa. Cabe citar o criacionismo, o darwinismo, mas não cabe querer tratar que criacionismo não existe – diz o general, em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo. (Veja a íntegra aqui)

O Supremo Tribunal Federal liberou o Ensino Religioso – desde que respeitando todas as crenças – mas não como matéria do currículo científico.

O currículo escolar do Ministério da Educação estabelece o evolucionismo como matéria científica a ser estudada.

Flagrante do período da Ditadura Militar: o que é a verdade nesta cena para o general Ribeiro Souto?!?

O general Ribeiro Souto quer também fazer uma revisão da matéria História, para que seja ensinado nas escolas o que ele chama de “verdades sobre o regime militar”.

– A única coisa que vou falar sobre 64 é que eu só aceito ler e debater aspectos do regime de 64 à luz da liberdade e de praticar a verdade, a coragem e a ética. Fora disso, sequer aceito a ideia de debater – disse o general.

Mas o que é verdade na Ditadura para um militar que atuou efetivamente neste período?

Para amarrar seus conceitos e encerrar o debate sobre o que vai acontecer, Ribeiro Souto é direto, lacônico e definitivo:

– E aí é a mudança que Bolsonaro ofereceu ao povo brasileiro e foi acolhida majoritariamente.

O que dizer diante de sentença tão cortante?!?

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Maura Jorge é destacada como única representante de Bolsonaro no Maranhão

Ex-candidata a governadora participou de reunião no Rio de Janeiro com os apoiadores oficiais do candidato a presidência em todo o país, e foi destacada pelo presidente do PSL, Luciano Bivar

 

A ex-candidata ao governo, Maura Jorge, participou nesta quinta-feira, 11, no Rio de Janeiro, de reunião com os “representantes de Jair Bolsonaro de todos os estados do Brasil”.

A ex-prefeita foi saudada pelo candidato e pelo presidente nacional da legenda, Luciano Bivar, como o nome credenciado a fazer as articulações neste segundo turno.

– Nós, enquanto sua representante no Maranhão, marcamos presença, tratamos de metas, estratégias e recebemos instruções do nosso capitão Jair Bolsonaro de como conduzir o segundo turno rumo à vitória – disse Maura.

No Maranhão, Maura Jorge prometeu dobrar empenhos para garantir a virada de Bolsonaro no estado. (Veja vídeo)

Estiveram presentes também o senador Magno Malta, articulador do Nordeste Julian Lemos, presidente do PSL em exercício Gustavo Bebianno, deputada Joice Hasselmann e o presidente nacional do PSL Luciano Bivar que também registrou sua mensagem.

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Marcos Lobo compara “Ele não” de Bolsonaro à campanha de Flávio Dino…

Advogado e militante do PT questiona como o movimento de rejeição ao presidenciável cresce pelas agressões às mulheres e o governador maranhense passa incólume, com o mesmo tipo de agressão

 

“ELE NÃO”. As boçalidades de Bolsonaro – e o medo das mulheres, como a deputada Maria do Rosário – serviram de pano de fundo para análise sobre Flávio Dino

O advogado e militante petista Marcos Lobo – um dos maiores especialistas em Direito Eleitoral do Maranhão – publicou em seu blog artigo em que faz uma comparação entre a rejeição feminina ao candidato a presidente Jair Bolsonaro (PSL) e os atos de campanha do governador Flávio Dino (PCdoB).

Ao lembrar que o movimento “Ele não” – de oposição feminina a Bolsonaro – cresceu vertiginosamente na internet, Lobo levanta uma questão relacionada a Fávio Dino.

– A propaganda eleitoral do atual governador do Maranhão veicula uma espécie de novela com o nome “não vale a pena ver de novo” que visa degradar e ridicularizar a candidata a governadora Roseana Sarney. O que se ouve das falas dos personagens é como se Roseana, por ser mulher, fosse incapaz, submissa e, por isso, precisa de um homem para praticar atos simplórios – ponderou Lobo.

ELE TAMBÉM NÃO. Flávio Dino, que já agrediu Maura Jorge em seu próprio palanque, agora agride e desmerece Roseana na propaganda

Ressaltando ser testemunho, ele próprio, da capacidade gerencial de Roseana, Marcos Lobo levanta questão sobre a permissividade do eleitorado maranhense para as agressões do governador comunista.

– Eu cá com meus botões, fico a me indagar: a campanha do “ele não” vale para um candidato que “bate-boca” com mulheres, diz isso e aquilo etc. (sempre às claras e tête-à-tête), mas não vale para outro candidato que, de forma covarde, escondido num programa eleitoral, pratica atos semelhantes e até pior, já que se utiliza do subterfúgio e do submundo de uma propaganda para atacar a condição de mulher de uma adversária? – questiona o advogado.

Classificando o post como “um repúdio veemente” aos ataques de Flávio Dino a Roseana – e uma homenagem a todas as mulheres – Marcos Lobo cobra da Justiça Eleitoral fiscalização veemente da propaganda de Flávio Dino.

– O que é ainda mais grave é que o atual governador do Maranhão, para veicular uma espécie de feminicídio verbal (que uma mulher sempre é depende em tudo de um homem), utiliza dinheiro público, pois o programa eleitoral e os fundos eleitorais que custeiam a produção da novela, que ataque uma candidata pela sua condição de mulher, é tudo proveniente de dinheiro público – frisou.

Leia aqui a íntegra do artigo de Marcos Lobo

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Comunistas partem pra cima de Maura tentando impedir o segundo turno…

Candidata ligada ao presidenciável Jair Bolsonaro começa a experimentar crescimento nas pesquisas e desperta a ira dos aliados de Flávio Dino na imprensa; os ataques, assim como toda a dinâmica da política do Palácio dos Leões, é forçar a vitória em primeiro turno

 

Fortalecida com a aliança bolsonarista, Maura Jorge incomoda Flávio Dino e passa a ser alvo de ataques comunistas

De uma hora para outra, a turba midiática que serve ao Palácio dos Leões passou a ter como alvo a candidata do PSL, Maura Jorge.

Os comunistas já vinham usando a tática dos ataques sistemáticos a Roseana Sarney – como se fossem eles a oposição – mas agora atacam em duas frentes.

Motivo: Maura Jorge apresenta tendência de crescimento, surfando na onda pró-Bolsonaro, que chegou também ao Maranhão.

A candidata tem bom desempenho em entrevistas, é corajosa, parte pra cima e denuncia tanto os governos sarneysistas quanto o próprio Flávio Dino, o que a faz crescer.

Com Roseana e Maura em níveis de intenção de votos consistentes, o comunista vê escapar pelas mãos o sonho de vencer em primeiro turno.

Por isso a ordem é atacar a ex-prefeita de qualquer jeito…

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Bolsonaro pede a Maura Jorge para evitar grupo Sarney e Flávio Dino…

Candidata do PSL ao Governo do Estado revelou durante coletiva de imprensa, em que reafirmou candidatura, a condição para ter o apoio do presidenciável: “caminhar com o Maranhão livre das amarras do passado e dos grilhões da atualidade”

 

Maura Jorge ao lado do seu vice, coronel Roberto, durante coletiva de imprensa

A candidata do PSL ao Governo do Estado, Maura Jorge, revelou, nesta segunda-feira, 23, em sua coletiva de imprensa, convocada para comentar o processo que o Tribunal de Justiça ameaça julgar contra ela, um pedido feito a ela pelo presidenciável Jair Bolsonaro (PSL).

– Uma das condições do Bolsonaro para me dar o apoio do seu PSL – ele que conhece a realidade do nosso estado – foi a garantia de que eu não caminhasse nem com o grupo Sarney, nem com o comunista Flávio Dino, que ele considera reprovável – afirmou Maura.

A candidata disse que a ideia do seu candidato a presidente é que o Maranhão caminhe livre, sem as amarras do passado e sem a falência atual do estado.

– É só perguntar ao maranhense: ele está satisfeito com o que tem hoje? e foi feliz com o passado? O povo quer um Maranhão livre e é isso que vamos dar – afirmou.

Maura Jorge garantiu que não desistirá de sua campanha, afirmou que seria um escândalo nacional o TJ acatar esta denúncia contra ela e disse não saber de quem é a tentativa de tirá-la da disputa.

– Será que é do Flávio Dino, que tentou me calar em minha própria cidade, desrespeitando a mulher e a prefeita do município? Ou será que é uma ação do grupo Sarney, daqueles que comandaram o estado por 40 anos? – frisou a ex-prefeita.

A coletiva de Maura Jorge repercutiu em todo o Maranhão. a entrevista completa está disponível no perfil Maura Jorge Ribeiro, no Facebook…

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FHC prega união de candidatos contra extremos…

Em carta distribuída na internet ex-presidente faz claro posicionamento contra os candidatos Jair Bolsonaro e Fernando Haddad, pregando que o próximo governo tenha serenidade para reconstruir o Brasil

 

FHC mostra preocupação com o futuro do Brasil e prega serenidade

O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) divulgou nota em seu perfil no Twitter, nesta quinta-feira, 20, em que prega a unidade dos candidatos “moderados” para evitar uma “disputa de extremos nestas eleições”.

Mesmo sem citar nomes, FHC indica que a escolha entre Fernando Haddad (PT) e Jair Bolsonaro (PSL) é sombrio.

– Ante a dramaticidade do quadro atual, ou se busca a coesão política, com coragem para falar o que já se sabe e a sensatez para juntar os mais capazes para evitar que o barco naufrague, ou o remendo eleitoral da escolha de um salvador da Pátria ou de um demagogo, mesmo que bem intencionado, nos levará ao aprofundamento da crise econômica, social e política – definiu FHC.

Abaixo, a íntegra da carta de FHC:

Carta aos eleitores e eleitoras

Em poucas semanas escolheremos os candidatos que passarão ao segundo turno. Em minha já longa vida recordo-me de poucos momentos tão decisivos para o futuro do Brasil em que as soluções dos grandes desafios dependeram do povo. Que hoje dependam, é mérito do próprio povo e de dirigentes políticos que lutaram contra o autoritarismo nas ruas e no Congresso e criaram as condições para a promulgação, há trinta anos, da Constituição que nos rege.

Em plena vigência do estado de direito nosso primeiro compromisso há de ser com a continuidade da democracia. Ganhe quem ganhar, o povo terá decidido soberanamente o vencedor e ponto final.

A democracia para mim é um valor pétreo. Mas ela não opera no vazio. Em poucas ocasiões vi condições políticas e sociais tão desafiadoras quanto as atuais. Fui ministro de um governo fruto de outro impeachment, processo sempre traumático. Na época, a inflação beirava 1000 por cento ao ano. O presidente Itamar Franco percebeu que a coesão política era essencial para enfrentar os problemas. Formou um ministério com políticos de vários partidos, incluída a oposição ao seu governo, tal era sua angústia com o possível despedaçamento do país. Com meu apoio e de muitas outras pessoas, lançou-se a estabilizar a economia. Criara as bases políticas para tanto.

Agora, a fragmentação social e política é maior ainda. Tanto porque as economias contemporâneas criam novas ocupações, mas destroem muitas outras, gerando angústia e medo do futuro, como porque as conexões entre as pessoas se multiplicaram. Ao lado das mídias tradicionais, as “mídias sociais” permitem a cada pessoa participar diretamente da rede de informações (verdadeiras e falsas) que formam a opinião pública. Sem mídia livre não há democracia. 

Mudanças bruscas de escolhas eleitorais são possíveis, para o bem ou para o mal, a depender da ação de cada um de nós.

Nas escolhas que faremos o pano de fundo é sombrio. Desatinos de política econômica, herdados pelo atual governo, levaram a uma situação na qual há cerca de treze milhões de desempregados e um déficit público acumulado, sem contar os juros, de quase R$ 400 bilhões só nos últimos quatro anos, aos quais se somarão mais de R$ 100 bilhões em 2018. Essa sequência de déficits primários levou a dívida pública do governo federal a quase R$ 4 trilhões e a dívida pública total a mais de R$ 5 trilhões, cerca de 80% do PIB este ano, a despeito da redução da taxa de juros básica nos últimos dois anos. A situação fiscal da União é precária e a de vários Estados, dramática. 

Como o novo governo terá gastos obrigatórios (principalmente salários do funcionalismo e benefícios da previdência) que já consomem cerca de 80% das receitas da União, além de uma conta de juros estimada em R$ 380 bilhões em 2019, o quadro fiscal da União tende a se agravar. O agravamento colocará em perigo o controle da inflação e forçará a elevação da taxa de juros. Sem a reversão desse círculo vicioso o país, mais cedo que tarde, mergulhará em uma crise econômica ainda mais profunda.

Diante de tão dramática situação, os candidatos à Presidência deveriam se recordar do que prometeu Churchill aos ingleses na guerra: sangue, suor e lágrimas. Poucos têm coragem e condição política para isso. No geral, acenam com promessas que não se realizarão com soluções simplistas, que não resolvem as questões desafiadoras. É necessária uma clara definição de rumo, a começar pelo compromisso com o ajuste inadiável das contas públicas.  São medidas que exigem explicação ao povo e tempo para que seus benefícios sejam sentidos. A primeira dessas medidas é uma lei da Previdência que elimine privilégios e assegure o equilíbrio do sistema em face do envelhecimento da população brasileira. A fixação de idades mínimas para a aposentadoria é inadiável. Ou os homens públicos em geral e os candidatos em particular dizem a verdade e mostram a insensatez das promessas enganadoras ou, ganhe quem ganhar, o pião continuará a girar sem sair do lugar, sobre um terreno que está afundando.

Ante a dramaticidade do quadro atual, ou se busca a coesão política, com coragem para falar o que já se sabe e a sensatez para juntar os mais capazes para evitar que o barco naufrague, ou o remendo eleitoral da escolha de um salvador da Pátria ou de um demagogo, mesmo que bem intencionado, nos levará ao aprofundamento da crise econômica, social e política.

Os partidos têm responsabilidade nessa crise. Nos últimos anos, lançaram-se com voracidade crescente ao butim do Estado, enredando-se na corrupção, não apenas individual, mas institucional: nomeando agentes políticos para, em conivência com chefes de empresas, privadas e públicas, desviarem recursos para os cofres partidários e suas campanhas. É um fato a desmoralização do sistema político inteiro, mesmo que nem todos hajam participado da sanha devastadora de recursos públicos. A proliferação dos partidos (mais de 20 na Câmara Federal e muitos outros na fila para serem registrados) acelerou o “dá-cá, toma-lá” e levou de roldão o sistema eleitoral-partidário que montamos na Constituição de 1988. Ou se restabelece a confiança nos partidos e na política ou nada de duradouro será feito.

É neste quadro preocupante que se vê a radicalização dos sentimentos políticos. A gravidade de uma facada com intenções assassinas haver ferido o candidato que está à frente nas pesquisas eleitorais deveria servir como um grito de alerta: basta de pregar o ódio, tantas vezes estimulado pela própria vítima do atentado. O fato de ser este o candidato à frente das pesquisas e ter ele como principal opositor quem representa um líder preso por acusações de corrupção mostra o ponto a que chegamos.

Ainda há tempo para deter a marcha da insensatez. Como nas Diretas-já, não é o partidarismo, nem muito menos o personalismo, que devolverá rumo ao desenvolvimento social e econômico. É preciso revalorizar a virtude da tolerância à política, requisito para que a democracia funcione. Qualquer dos polos da radicalização atual que seja vencedor terá enormes dificuldades para obter a coesão nacional suficiente e necessária para adoção das medidas que levem à superação da crise. As promessas que têm sido feitas são irrealizáveis. As demandas do povo se transformarão em insatisfação ainda maior, num quadro de violência crescente e expansão do crime organizado.

Sem que haja escolha de uma liderança serena que saiba ouvir, que seja honesto, que tenha experiência e capacidade política para pacificar e governar o país; sem que a sociedade civil volte a atuar como tal e não como massa de manobra de partidos; sem que os candidatos que não apostam em soluções extremas se reúnam e decidam apoiar quem melhores condições de êxito eleitoral tiver, a crise tenderá certamente a se agravar. Os maiores interessados nesse encontro e nessa convergência devem ser os próprios candidatos que não se aliam às visões radicais que opõem “eles” contra ”nós”.

Não é de estagnação econômica, regressão política e social que o Brasil precisa. Somos todos responsáveis para evitar esse descaminho. É hora de juntar forças e escolher bem, antes que os acontecimentos nos levem para uma perigosa radicalização. Pensemos no país e não apenas nos partidos, neste ou naquele candidato. Caso contrário, será impossível mudar para melhor a vida do povo. É isto o que está em jogo: o povo e o país. A Nação é o que importa neste momento decisivo.

Fernando Henrique Cardoso