A ascensão de Jair Bolsonaro ao comando do país tirou das cavernas uma infinidade de grosseiros analistas da realidade brasileira, tipos para quem mortes como a da menina Ágatha são apenas consequências naturais das ações contra o crime; mas, infelizmente, essa gente é que está no controle
Editorial
A vitória de Jair Bolsonaro nas urnas de 2018 no Brasil é o triunfo da ignorância.
O pacote anticrime do ex-juiz Sérgio Moro é um tributo à boçalidade.
Nunca antes na história deste país se viu tantos ignorantes discutir a realidade das ruas; e tantos boçais a pregar o ódio, o medo, a violência e a opressão no dia dia, como soldados da ordem unida bolsonarista, que mudou o patamar das ideias no país.
Desde sábado, quando o truculento governador do Rio de Janeiro Wilson Witzel fez vista grossa para o assassinato da menina Ágatha – ao que tudo indica, em uma ação policial – o que se viu de analistas do caos a buscar justificativas fora da realidade não encontra paralelo no Brasil.
Mas os números da realidade só desmentem aqueles que cultuam o triunfo da ignorância e fazem tributos à boçalidade.
Seria coincidência que no Brasil de Bolsonaro os números de assassinatos por agentes públicos tenha aumentado entre janeiro e agosto de 2019?
Nada tem a ver com descontrole da segurança o crescimento dos acidentes nas estradas federais após a posse de Bolsonaro?!?
Na era da ignorância pululam em redes sociais e aplicativos de troca de mensagens justificativas para este estado de coisas só presente com Bolsonaro – por causa dele ou por ação dele.
Eles têm o controle da situação; é deles, ainda, a palavra final sobre tudo. São os boçais que vencem os debates por que em matilhas, atacando em bando e fazendo impor suas ideias – ou a falta delas.
Mas toda história é sempre contada em soluços. E o soluço agora é o do retrocesso – cultural, social, político e de valores.
Felizmente, demore ou não, vai passar.
Como passará também Bolsonaro…