Zé Inácio quer acesso a laudos sobre incêndio no Rio Anil Shopping…

Deputado estadual apresentou à Assembleia Legislativa requerimentos em que pede envio dos documentos elaborados pelo Instituto de Criminalística e pelo Corpo de Bombeiros, que apresentaram divergências entre si sobre as causas da tragédia que matou duas pessoas em São Luís

 

Zé Inácio quer acesso integral aos laudos sobre o incêndio do Rio Anil Shopping, ainda mantido em sigilo pela polícia

O deputado Zé Inácio (PT) apresentou dois requerimentos solicitando a disponibilização dos laudos da perícia técnica realizada pelo Instituto de Criminalística (Icrim) e pelo Corpo de Bombeiros do Maranhão referentes ao incêndio ocorrido no Shopping Rio Anil, que resultou na morte de duas pessoas.

O primeiro requerimento, de número 242/2023, direcionado à Perita Geral da Perícia Oficial do Maranhão, Anne Kelly Bastos Veiga, solicita que seja enviado à Assembleia Legislativa o laudo da perícia técnica realizada no local do incêndio. O objetivo é obter informações detalhadas sobre as causas e circunstâncias do trágico incidente.

O segundo requerimento, de número 243/2023, é endereçado ao Comandante do Corpo de Bombeiros do Maranhão, coronel Célio Roberto Araújo. O documento solicita que o Corpo de Bombeiros também disponibilize o laudo da perícia técnica realizada no Shopping Rio Anil. Essa solicitação tem como objetivo fornecer informações essenciais para a análise dos procedimentos de segurança adotados pelo estabelecimento.

Os dois requerimentos apontam divergências entre si, segundo revelou com exclusividade o blog Marco Aurélio d’Eça, no post “Icrim e Bomberios divergem sobre causa de incêndio no Rio Anil Shopping…”

O deputado Zé Inácio destaca a importância da transparência e do acesso à informação para a sociedade maranhense. “É fundamental que tenhamos conhecimento sobre as circunstâncias que levaram a esse trágico incêndio e as medidas de prevenção e segurança adotadas no shopping. Isso nos permitirá avaliar as responsabilidades e buscar medidas para evitar que situações semelhantes ocorram no futuro”, afirmou o deputado.

A Assembleia Legislativa do Maranhão aguarda o envio dos laudos solicitados para dar prosseguimento às investigações sobre o incidente no Shopping Rio Anil. A população espera que esse processo contribua para a elucidação dos fatos e a adoção de medidas que garantam a segurança dos cidadãos em estabelecimentos comerciais do estado.

Da assessoria

Corpo de Bombeiros tem trabalho reconhecido em perícia no rio Anil Shopping…

Ao contrário do Instituto de Criminalística – cujo laudo foi denunciado ao Conselho Nacional de Justiça, ao Ministério Público e ao Conselho Nacional do Ministério Público – atuação dos oficiais militares, com relatório circunstanciado sobre o incêndio que matou duas pessoas em 7 de março, foi apontada em documento da Rede Cinesystem como “justa e neutra”

 

Corpo de Bombeiros em atuação no Rio Anil Shopping; blindagem da corporação impediu interferências externas na investigação

Cercados por polêmicas e até hoje estranhamente mantidos em sigilo pela Polícia Civil maranhense, os laudos periciais do Instituto de Criminalística e do Corpo de Bombeiros Militar sobre o incêndio que vitimou duas adolescentes, no Rio Anil Shopping, têm avaliação distintas dos envolvidos.

O laudo do Icrim, que praticamente isenta o Rio Anil Shopping do ocorrido, já foi denunciado  ao Conselho Nacional de Justiça, ao Ministério Público do Maranhão e ao Conselho Nacional do Ministério Público, pela Redecine BRA Cinematográfica S.A., empresa que administra o Cinesystem, cujas salas foram destruídas no incêndio.

A empresa viu parcialidade e uma estranha relação dos peritos e delegados que investigaram o caso com a direção do Rio Anil Shopping, como revelado com exclusividade pelo blog Marco Aurélio d’Eça, no post “Cinesystem denuncia fatos graves e ameaça pedir nulidade de laudo do Icrim…”

Em relação aos Bombeiros, a empresa denunciante tem oura visão; para ela, os oficiais militares fizeram um trabalho integralizado, “ou seja, sem condutas que possam gerar questionamentos de parcialidade, sendo justo e agindo com total neutralidade”, segundo consta do item B.A.A.05. da Terceira Petição Intermediária apresentada pela Cinesystem.

Este blog Marco Aurélio D’Eça também já havia apontado a diferenças entre os laudos, no post “Icrim e Bombeiros divergem sobre incêndio no Rio Anil Shopping…”.

É preciso deixar claro que o relatório dos Bombeiros não apontam A ou B como culpados, mas apenas mostra as possibilidades de causas do incêndio, ao contrário do Icrim, que deixou claro em seu lado a impossibilidade de que o incêndio tenha ocorrido durante a implantação de manta asfáltica na cobertura do shopping.

Entregues desde o final de maio às autoridades policiais responsáveis pelas investigações, tanto o laudo dos Bombeiros quanto o do Icrim são mantidos em sigilo pela Secretaria de Segurança, embora o Ministério Público já tenha derrubado este sigilo, conforme revelado no post “Ministério Público derruba sigilo na investigação do incêndio do Rio Anil Shopping…”.

A pedido do deputado estadual Carlos Lula (PSB), o Corpo de Bombeiros e o Icrim serão chamados para apresentar os laudos na Assembleia Legislativa, em audiência pública.

Ocasião em que deverão ser esclarecidas todas as dúvidas – e suspeitas – do incêndio no Rio Anil Shopping.

Além de evitar o esquecimento temido pelas famílias das vítimas…

Ministério Público derruba sigilo na investigação do incêndio no Rio Anil Shopping…

Promotora de Defesa do Consumidor Litia Teresa Cavalcanti usou os artigos 4º, IV e art. 6º, II e III da Lei nº 8.078/90, para tornar público o inquérito e seus resultados, incluindo laudos do Icrim e dos Bombeiros, “tendo em vista o interesse da coletividade na elucidação dos fatos objeto da apuração”

 

Recorte do Despacho de Litia Cavalcanti sobre o sigilo das investigações do incêndio do Rio Anil Shopping

A promotora de Defesa do Consumidor do Termo Judiciário de São Luís Litia Teresa Cavalcanti, determinou em despacho no último dia 5 de junho, o fim do sigilo nas investigações do incêndio do Rio Anil Shopping, ocorrido no dia 7 de março, com duas vítimas fatais.

No DESPACHO-11ªPJESPSLS – 242023, Litia Cavalcanti argumenta que os laudos do Instituto de Criminalística e do Corpo de Bombeiros Militar indicam responsabilidade do Rio Anil Shopping e da fabricante do projeto utilizado no Cinesystem, reação pela qual tomou as providências.

Independentemente do despacho de Litia Cavalcanti, este blog Marco Aurélio d’Eça já havia divulgado, desde a terça-feira, 13, as conclusões dos laudos do Icrim e dos Bombeiros, apontando divergências entre eles, por entender que a informação – ainda “guardada” pelas autoridades policiais – é de absoluto interesse público.

Em seu despacho, a promotora de Defesa do Consumidor encaminha também à Secretaria Nacional de Defesa do Consumidor a informação do acidente, já que o projetor utilizado no Rio Anil Shopping, fabricado pela Barco LTDA., com sede em São Paulo, pode estar sendo usado em outras salas de cinema pelo Brasil

No post “Icrim e Bombeiros divergem sobre incêndio no Rio Anil Shopping”, o blog Marco Aurélio d’Eça publica trechos do relatório do CBMMA que contesta a afirmação do Icrim, segundo a qual o incêndio teve origem no projetor da sala 3 do Cinesystem. 

A decisão da promotora traz para a investigação também a fabricante do projeto, que precisará se defender das acusações da polícia civil maranhense, já contestadas pelo próprio Cinesystem.

Leia aqui a íntegra do despacho de Litia Cavalcanti

Exclusivo!!! Cinesystem denuncia “fatos graves” e ameaça pedir nulidade do laudo sobre o Rio Anil Shopping

Rede de cinemas cujas salas foram atingidas pelo incêndio do dia 7 de março – resultando na morte de duas pessoas – encaminhou petição administrativa ao CNJ, ao Conselho Nacional do Ministério Público e aos promotores responsáveis pela investigação em que relata – e apresenta provas – de uma série de ações dos delegados Jeffrey Paula Furtado, George Antônio da Silveira Marques e Clarismar de Oliveira Campos Filho e dos peritos do Instituto de Criminalística, reforçando a suspeita de uma rede de proteção pública em favor do shopping, já denunciada neste blog Marco Aurélio d’Eça

 

Peritos oficiais almoçam com funcionários do Rio Anil Shopping numa relação indevida durante uma investigação de um possível crime que resultou em morte

A Redecine BRA Cinematográfica S.A. , dona do Cinesystem São Luís, que teve as salas de exibição destruídas pelo incêndio do dia 7 de março, no Rio Anil Shopping – fato que resultou na morte de duas pessoas – denunciou ao Conselho Nacional de Justiça, ao Conselho Nacional do Ministério Público e aos promotores de Justiça que acompanham às investigações uma série de ações dos delegados da Polícia Civil e dos peritos do Instituto de Criminalística que podem levar à nulidade do laudo e do inquérito que investiga as causas do fatal incidente.

Assinado pelo advogado Alex Ferreira Borralho, a petição Administrativa cita nominalmente os delegados Jeffrey Paula Furtado, George Antônio da Silveira Marques e Clarismar de Oliveira Campos Filho e apresenta imagens, vídeos, trocas de mensagens telefônicas e até almoços conjuntos de peritos com funcionários do Rio Anil Shopping durante os trabalhos realizados no local.

Apresentado às autoridades no dia 11 de maio, antes mesmo do fim das investigações, o documento da Cinesystem reconhece o trabalho realizado pelo Corpo de Bombeiros – que também elaborou laudo sobre o incêndio – mas põe dúvidas no trabalho do Icrim, segundo a Petição, fortemente contaminado por ações de agentes do próprio shopping e até mesmo de autoridades públicas interessadas na proteção da empresa maranhense.

Este blog Marco Aurélio d’Eça publicou, com exclusividade, na última segunda-feira, 12, as claras divergências entre os laudos do Bombeiros e do Icrim, detalhadas no post “Icrim e Bombeiros divergem sobre causa de incêndio no Rio Anil Shopping…”.

Mas essas suspeitas levantadas agora pela rede Cinesystem também já haviam sido levantadas no blog Marco Aurélio d’Eça, ainda em março, no post  “Estranhas ações sugerem rede de proteção ao Rio Anil Shopping no incêndio que matou duas…”.

Conjunto de fotos mostra acesso de funcionários do Rio Anil Shopping liberado em área interditada; e a mensagem do Whatsapp orienta como proceder

Uma das mais graves acusações recaem sobre o perito Cláudio José Sousa da Silva, que, segundo a empresa de cinemas, entregou as chaves da área interditada na investigação a funcionários graduados do Shopping Rio Anil, tornando o local vulnerável.

– Essencial detalhar que as áreas que ficaram acessíveis por força da atitude do perito Cláudio José Sousa da Silva, são as seguintes: sala que os peritos estavam utilizando, o corredor com equipamentos retirados das cabines de projeção, o corredor de acesso as salas e bomboniere, as salas de exibição e a cabine de projeção. Aliás, ratificamos mesmo antes da referida data já existiam facilidades de entrada de funcionários do Rio Anil Shopping, como relatado no item “B.C.A.01 – diz o documento. 

A partir deste episódio, relata o documento encaminhado às autoridades, começaram a sumir objetos alvos de perícia.

Com relação aos delegados, dentre outras coisas, a Cinesystem acusa a todos de agir parcialmente em favor do Rio Anil Shopping, inclusive liberado a e entrada de peritos particulares contratados pela própria empresa maranhense, mas indeferindo pedidos da empresa denunciante.

O fato é que, independente do mérito da empresa de cinemas, a investigação do poder público maranhense resta-se comprometida por influências externas, o que deve levar exatamente às calendas gregas o processo contra o Rio Anil Shopping, como já havia alertado este blog Marco Aurélio d’Eça, no post “Famílias de vítimas de incêndio temem esquecimento após reabertura do Rio Anil Shopping…”.

E só quem perdeu nisso tudo foram exatamente as famílias das vítimas fatais…

Veja aqui a íntegra da denúncia da Cinesystem

Exclusivo!!! Icrim e Bombeiros divergem sobre causa de incêndio no Rio Anil Shopping…

Laudo do Instituto de Criminalística descarta que a colocação de manta asfáltica na cobertura do prédio tenha causado o sinistro e diz que uma explosão no projetor da sala 3 do Cinsystem seria a origem do fogo; CBMMA não descarta o uso do maçarico como causa e põe dúvidas sobre explosão na sala 3, que continuou a exibir filmes mesmo após o início da tragédia, que matou duas jovens e feriu outras 21 pessoas no dia 7 de março

 

Projetor do Cinesystem que o Icrim aponta como causado do Incêndio que resultou na tragédia do Rio Anil Shopping; Bombeiros divergem

O blog Marco Aurélio d’Eça teve acesso neste domingo, 11, com exclusividade, aos laudos do Instituto de Criminalística (Icrim) e do Corpo de Bombeiros Militar do Maranhão sobre o incêndio no Rio Anil Shopping, em 7 de março, que resultou na morte de duas garotas e deixou outras 21 pessoas feridas.

Os laudos são totalmente divergentes entre si.

O Laudo pericial do Icrim, nº 0022097/2023/PO, com 97 páginas – assinado pelos peritos criminais Aristoneide Costa Coelho, Antônio Fernando Barros, Cláudio José Sousa da Silva e Cássio Marques Freitas – aponta como local do início do incêndio a cabine de projeção da sala 3 do Cinesystem, “mais precisamente no projetor de filmes desta sala”.

– A causa foi um fenômemo elétrico na fonte de alimentação da lâmpada do projetor da cabine 3, não sendo possível  identificar o elemento ignitor do evento – determina o laudo do Icrim.

Os peritos do Icrim deixam claro a distância de 34,25 metros entre a área de colocação da manta asfáltica e as salas de cinema.

Já o Laudo Pericial de Incêndio nº 005, de 30 de maio de 2023, do Corpo de Bombeiros, não descarta a origem do incêndio como resultante do que denomina “chama aberta”, oriunda de maçarico, equipamento que estava sendo usado por operários na cobertura do shopping.

– O uso de chama aberta oriunda do maçarico, na presença de um comburente presente no local (dutos elétricos, papel cartão proveniente do gesso acartonado, plástico de revestimento das placas acústicas depositadas sobre o forro e etc…) são elementos capazes de formar a reação em cadeia e iniciar uma combustão. Soma-se a isto um ambiente de alta temperatura devido aos vapores acumulados pelas máquinas de projeção – diz, em sua página 11, o laudo do CBMMA, assinado pelos oficiais-peritos Antonio Eliberto Mendes, João Luís Gonçalves Lima, Leno Romeu Coelho Costa, Paulo Henrique Fernandes Oliveira e Léo Anderson Diniz Pereira.

Estado da sala 3 do Cinesystem após incêndio do Rino Anil Shopping; mas as duas jovens mortas estavam na sala 2, menos atingida pelas chamas

Ao contrário do Icrim, o Corpo de Bombeiros não estabeleceu dado conclusivo para a causa do incêndio na sala 3 do Cinesystem, apesar de reconhecer que foi esta a área mais degradada pelo incêndio.

Os bombeiros estabeleceram uma hipótese de o incêndio ter-se originado no entreforro da sala 3, “onde foi verificado resto de material de impermeabilização semelhante ao utilizado na impermeabilização do telhado metálico, cuja aplicação pode ser feita com colagem de asfalto quente, com ajuda de chama aberta de um maçarico ou por colagem de manta fria.” 

Ainda contrariando o laudo do Icrim, o relatório do CBMMA, diz que há na cabine de projeção da Sala 3 do Cinesystem dispositivos do tipo Sprinkler (espécie de chuveirinhos acionados pelo calor em caso de incêndio).

O laudo deixa claro: o acionamento [do Sprinkler] se inicia a partir de 68° C.

– Sendo assim, é possível e muito provável depreender que, caso o incêndio se iniciasse a partir da máquina de projeção da Sala 3, o acionamento do Sprinkler seria automático e suficiente para conter as chamas, evitando o alastramento do incêndio – diz o laudo, em sua página 14.

Esse acionamento do Sprinkler, explica o documento dos Bombeiros, “seria tardio se o incêndio se iniciasse acima do chuveiro automático, na região do entreforro, por exemplo, avançando, só a posteriori, para a área de projeção da sala 3.

Os dois laudos vinham sendo mantidos restritos pelas autoridades do Governo do Estado – e sobretudo por estranha pressão da chefia do Ministério Público, apesar de ser documento de teor público.

O blog Marco Aurélio d’Eça teve acesso não apenas a estes, mais a todos os documentos envolvidos na investigação, que deverão ser tornados públicos em posts subsequentes a este.

O blog entende que esta publicização da história do incêndio no rio Anil Shopping a fará devidamente esclarecida.

E as vítimas e suas famílias também devidamente honradas…