Ao mesmo tempo em que gasta milhões com publicidade internacional – onde tem imagem tosca – presidente elege como inimiga setores da mídia que o ajudaram a se eleger, tentando forçar uma divisão ideológica no Brasil e manter a base de apoio
A “grande imprensa” noticiou na semana que passou uma forte campanha publicitária do governo Bolsonaro, no exterior, para tentar reverter a imagem tosca que o presidente tem no mundo civilizado.
– O esforço começa na semana que vem e será uma campanha permanente, sem data pra acabar. Nossos leads serão meio ambiente e agronegócio. Mapeamos notícias negativas sobre o Brasil no mundo todo, inclusive em redes sociais, continuaremos a monitorar este noticiário que não corresponde à realidade e vamos combatê-lo diretamente – declarou o secretário de publicidade da Presidência da República, Glen Valente. (Leia aqui)
Ao mesmo tempo em que faz esforço milionário para melhorar a imagem no exterior, Bolsonaro elege a “Grande Imprensa” como inimiga o seu governo.
– Nossa inimiga: a Grande Imprensa. Ela não no deixará em paz. Se acreditarmos nela será o fim de todos – afirmou Bolsonaro, em seu perfil no Twitter, num claro esforço de manter o moral da tropa que ainda acredita nele.
Bolsonaro é tosco, ignorante, autoritário, com visão estreita de mundo moderno e com valores medievais em todos os aspectos.
Mas, se deve agradecer pela sua eleição, é exatamente a mesma Grande Imprensa que hoje lhe torce o nariz.
Foi a Grande Imprensa – ao demonizar a esquerda e potencializar o discurso de ódio – a responsável pela ascensão do medíocre deputado de gestos histriônicos ao papel de potencial comandante do país.
Felizmente, essa Grande Imprensa abriu os olhos para o elementar: Bolsonaro é só um boçal despreparado para o cargo que ocupa.
E o estrebucho do agora presidente só reforça a convicção de que ele nunca deveria ter estado onde está.
E nem mesmo uma campanha internacional fará o mundo mudar esta convicção.
Só é lamentável o gasto milionário de dinheiro público com este objetivo…