Ex-deputado federal analisa que o resultado das eleições municipais fortaleceu o projeto do senador Weverton Rocha, mas garantiu certa ampliação do vice-governador Carlos Brandão, “que imagina poder enfrentar Weverton sentado na cadeira dos Leões com a caneta dos convênios na mão”
Haroldo Sabóia acha que Flávio Dino vai deixar “triste legado” no Maranhão
O ex-deputado federal Haroldo Sabóia ampliou os efeitos da derrota do governador Flávio Dino (PCdoB) para além de 2020; Para Sabóia, a vitória de Eduardo Braide (Poddemos) pode levar o comunista a repensar sua candidatura ao Senado e optar por uma vaga de deputado federal.
– A disputa pelo governo do Estado em 2022, entre o Senador Weverton Rocha (PDT) e o vice governador Carlos Brandão (Republicanos), além de provocar uma grave fissura na base de apoio do governador Flávio Dino pode levá-lo a abandonar sua candidatura ao Senado para concorrer à Câmara Federal – avaliou o ex-deputado, em artigo no Facebook intitulado “Flávio Dino candidato a deputado federal em 2022?”.
Na avaliação de Haroldo Sabóia, a vitória de Eduardo Braide fortaleceu o projeto de Weverton Rocha, sobretudo pela importância do apoio de Neto Evangelista (DEM), lançado pelo senador pedetista.
Mas Sabóia não descarta o peso de Carlos Brandão, que, na avaliação do ex-deputado, ampliou sua base, sobretudo com o apoio do deputado federal Josimar de Maranhãozinho (PL) e da senadora Eliziane Gama (Cidadania).
– Sentado na cadeira dos Leões e com a caneta dos convênios em mãos – [Brandão] imagina reunir forças suficientes para enfrentar o senador Weverton Rocha – avaliou.
Apontando outros grupos com interesse na disputa de governo em 2022, Haroldo Saboia cita o MDB de João Alberto e Roseana Sarney, o PSDB, do senador Roberto Rocha – que ele vê cada vez mais diminuto no estado – e os partidos mais à esquerda, como PSOL e PCB.
Outro imbróglio, segundo o ex-deputado, será a disputa pela única vaga de senador – esta, na avaliação do ex-parlamentar sem a presença de Flávio Dino.
– Por exemplo, na coligação em torno do senador Werverton (PDT), a legenda de apoio mais forte é o DEM, dirigido por Juscelino Filho. Já o partido mais forte na base de sustentação do futuro governador e candidato a reeleição, o atual vice Carlos Brandão, não é nem o PCdoB, de Flavio Dino, nem o CIDADANIA, da senadora Eliziane Gama, e sim o PL do deputado federal Josimar do Maranhãozinho – aponta Haroldo.
E é por causa destes aspectos, que Sabóia afirma a candidatura de Flávio Dino a deputado federal, não a senador.
– Candidato a deputado federal, Dino poderá ter uma imensa votação que viabilize a reeleição dos atuais deputados do PCdoB, Marcio Jerry e Rubem Jr., além de eleger os seus secretários mais próximos, já anunciados candidatos, Carlos Lula, Clayton Noleto e Jeferson Portela – aponta.
Mas o ex-deputado não vê esta articulação de Dino de forma virtuosa, mas com certa crítica ao legado que o comunista pode deixar ao Maranhão.
– Triste legado, após oito anos de mandato, de um governo que se anunciou capaz de iniciar nova era de desenvolvimento econômico e de superar as terríveis desigualdades sociais no pobre Estado do Maranhão – concluiu Haroldo Sabóia.
Veja abaixo a íntegra do comentário:
DINO CANDIDATO A DEPUTADO FEDERAL EM 2022?
(notas sobre o triste quadro político-eleitoral da triste e antiga Província do Maranhão)
A disputa pelo governo do Estado em 2022, entre o Senador Weverton Rocha (PDT) e o vice governador Carlos Brandão (Republicanos), além de provocar uma grave fissura na base de apoio do governador Flávio Dino pode levá-lo a abandonar sua candidatura ao Senado para concorrer à Câmara Federal.
Embora derrotado no primeiro turno nas eleições de São Luís, Weverton sai fortalecido com a vitória de Eduardo Braide (PODEMOS). Todos reconhecem que o apoio de Neto Evangelista (DEM), candidato lançado pelo pedetista, foi decisivo para o resultado do pleito.
Carlos Brandão, por sua vez, apesar da derrota de Duarte, (filiado ao REPUBLICANOS do vice governador) conseguiu ampliar a base de sustentação de sua candidatura ao governo. Com o apoio do PL do deputado Josimar do Maranhãozinho, do CIDADANIA, de Eliziane Gama e do PCdoB de Flavio Dino, Carlos Brandão – sentado na cadeira dos Leões e com a caneta dos convênios em mãos – imagina reunir forças suficientes para enfrentar o senador Weverton Rocha.
É absolutamente improvável, todavia, que o cenário de 2022 fique restrito a essas duas candidaturas.
Duas outras legendas deverão ter candidatos majoritários no primeiro turno: o MDB (de João Alberto, Roseana Sarney, Hildo Rocha e João Marcelo) e o cada vez mais diminuto PSDB (do senador Roberto Rocha).
Bem à esquerda, teremos um nome apoiado pelo PSOL, pelo PCB e pela UP – organizações bem pequenas no Maranhão, mas fortalecidas nacionalmente pelo excelente desempenho de Guilherme Boulos nas eleições paulistanas.
Não podemos esquecer legendas com efetiva presença eleitoral no Estado, detentoras de mandatos na Assembleia e na Câmara Federal, que não deverão lançar candidatos majoritários. À direita, o PTB (Pedro Fernandes), o PP (André Fufuca), o PSC (Aluísio Mendes) PATRIOTA (Marreca Jr) e PSD (Edilázio Jr.). Ao centro-esquerda, também ausentes das disputas majoritárias, o PT (José Carlos da Caixa) e o PSB (Bira do Pindaré).
Essa plêiade, esse punhado de legendas, da direita ao centro esquerda, estarão em busca de acordos com os partidos que se colocarem na disputa para os Leões: PDT (com Weverton), REPUBLICANOS (com Brandão), MDB (com Roseana???) e PSDB (com Roberto Rocha ???).
Composições que – a exemplo daquelas feitas nas eleições municipais de São Luís – não obedecerão a quaisquer critérios políticos ou ideológicos. Nelas, bolsonaristas, sarneysistas, dinistas e outros quejandos, estarão entrelaçados, atados ou desatados sem qualquer pudor, ao sabor das circunstâncias.
Assim, serão alianças feitas com base no mais abjeto pragmatismo, no vale tudo da disputa pelo poder sem qualquer compromisso com os clamores populares por mudanças sociais. Serão balizadas pela corrida em busca de mandatos (federais e estaduais) pelos “donos” das legendas e “gestores” de fundos eleitorais milionários, em um quadro em que as conquistas de mandatos se tornam mais difíceis devido à proibição de coligações partidárias.
Em meio a tamanho imbróglio, outro elemento perturbador será a luta, nas diferentes coligações, pela outra candidatura majoritária : a disputa para única vaga ao Senado. Por exemplo, na coligação em torno do senador Weverton (PDT), a legenda de apoio mais forte é o DEM, dirigido por Juscelino Filho. Já o partido mais forte na base de sustentação do futuro governador e candidato a reeleição, o atual vice Carlos Brandão, não é nem o PCdoB, de Flavio Dino, nem o CIDADANIA, da senadora Eliziane Gama, e sim o PL do deputado federal Josimar do Maranhãozinho.
Nesse cenário, para assegurar a vitória de Carlos Brandão, seu vice e fiel escudeiro, além de contribuir para que o seu PCdoB possa superar a cláusula de barreira (feito que não conseguiu lograr em 2018) é bem provável que o governador Flávio Dino dispute uma vaga de deputado federal e apoie, em 2022, para Senador, o atual deputado do PL, Josimar do Maranhãozinho.
Candidato a deputado federal, Dino poderá ter uma imensa votação que viabilize a reeleição dos atuais deputados do PCdoB, Marcio Jerry e Rubem Jr., além de eleger os seus secretários mais próximos, já anunciados candidatos, Carlos Lula, Clayton Noleto e Jeferson Portela
Triste legado, após oito anos de mandato, de um governo que se anunciou capaz de iniciar nova era de desenvolvimento econômico e de superar as terríveis desigualdades sociais no pobre Estado do Maranhão.
Haroldo Sabóia
Curtir isso:
Curtir Carregando...