Nelma Sarney e Froz Sobrinho devem disputar comando do TJ-MA…

Com apoio do governador Carlos Brandão, desembargadora chega à sua terceira tentativa de presidir o judiciário maranhense, mas enfrenta resistência do grupo hoje hegemônico no tribunal, que recebe influência direta dos setores jurídicos do estado

 

Brandão quer ver Nelma Sarney, finalmente, no comando do Tribunal de Justiça do Maranhão

O governador Carlos Brandão (PSB) já comunicou à família Sarney que vai trabalhar pela eleição da desembargadora Nelma Sarney ao comando do Tribunal de Justiça.

Mais antiga entre os desembargadores que ainda não foram presidentes – e já na terceira tentativa de chegar ao comando do judiciário maranhense – a desembargadora teria eleição natural, mas há um grupo que resiste ao nome dela e trabalha com a alternativa José de Ribamar Froz Sobrinho, atual corregedor-geral de Justiça.

A eleição de Nelma Sarney interessa a Brandão por que ele ainda não desistiu de nomear o advogado Flávio Costa desembargador, mas já não espera que isso ocorra na gestão do atual presidente Paulo Velten, já em final de mandato.

A eleição para o TJ-MA ocorre em dezembro, e o governador é frio e paciente o suficiente para esperar até lá.

Resta convencer o desembargador Froz Sobrinho a não criar empecilhos ao seu planejamento… 

20 anos depois, Flávio Dino e Carlos Brandão vivem mesma situação de Roseana e José Reinaldo

Da mesma forma que em 2002, quando a hoje deputada federal deixou o governo, se elegeu senadora com forte influência nacional no primeiro mandato do presidente Lula – fazendo seu sucessor no Maranhão e rompendo com este pouco tempo depois – o hoje ministro da Justiça, também em destaque nacional, enfrenta a mesma situação com seu ex-vice, que era o principal auxiliar de Tavares há duas décadas

 

Flávio Dino vive hoje com Brandão as mesmas circunstâncias pessoais e políticas que Roseana viveu com José Reinaldo há 20 anos

Ensaio

O ministro da Justiça Flávio Dino (PSB) é para a história maranhense, hoje, o que a agora deputada federal Roseana Sarney (MDB) foi há 20 anos.

Assim como Roseana no início do primeiro mandato presidencial de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), em 2003, Dino hoje, em 2023 – quando Lula retorna ao poder – tem forte influência nacional e é cotado como opção presidencial

E assim como a emedebista à época, o socialista enfrenta, atualmente, situação de intenso desgaste com o sucessor eleito em sua chapa.

Liderança política maranhense mais ovacionada no Brasil em 2002, Roseana liderou o início da corrida pela sucessão do então presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB), mas acabou aliando-se a Lula. Tinha como vice no Maranhão o mais radical dos sarneysistas, José Reinaldo Tavares (então no PFL), mas dava mostras de não confiar nele para sua sucessão.

Havia outras opções no governo roseanista, como o então chefe da Casa Civil João Abreu, preferido por ela, e o então Secretário de Desenvolvimento Social, Luiz Fernando Silva, por própria conta e risco.

Liderança política maranhense mais ovacionada no Brasil em 2022, Flávio Dino chegou a ser cotado para a sucessão do presidente Jair Bolsonaro (PL), mas acabou aliando-se a Lula. Tinha como vice no Maranhão um ex-sarneysista histórico, Carlos Brandão (então no PSDB), mas não demonstrava definição em torno do seu nome para a sucessão no estado.

Havia outras opções no governo dinista, como o senador Weverton Rocha (PDT), mais alinhado ideologicamente ao próprio governador, e o secretário de Indústria e Comércio Simplício Araújo, por própria conta e risco.

Neste ponto da linha do tempo, faz-se necessário uma importante referência: vice de Flávio Dino em 2022, Carlos Brandão era o principal auxiliar de José Reinaldo, vice de Roseana em 2002.

Há várias versões para o rompimento de José Reinaldo e Roseana; a mais aceita historicamente diz que a ex-governadora fez questão de diminuir o seu então vice nos oito anos em que esteve no Palácio dos Leões, o que acirrou os ânimos da família Tavares, notadamente o da mulher dele, Alexandra.

Há várias versões para o estremecimento entre Flávio Dino e Carlos Brandão; a mais aceita diz que Dino diminuiu Brandão nos oito anos em que esteve no Palácio dos Leões, o que acirrou os ânimos da família Brandão, notadamente o do irmão caçula, Marcus Brandão.

A grande responsável pelo rompimento entre Tavares e Roseana, já às vésperas das eleições municipais de 2004, foi Alexandra, que decidiu ignorar o candidato sarneysista em São Luís, levando o marido a apoiar o prefeito pedetista Tadeu Palácio.

Nos bastidores da pré-campanha municipal de 2024, aponta-se Marcos Brandão como responsável pela articulação política que formará o palanque do irmão em São Luís, dificilmente o mesmo em que esteja Flávio Dino.

A história política maranhense mostra que Roseana tentou interferir no governo do sucessor, levando-o ao rompimento político e à primeira derrota do grupo Sarney em 40 anos de poder no Maranhão, em 2006.

À época, nem a força de Lula, reeleito em primeiro turno, foi capaz de garantir vitória de Roseana contra a força do Palácio dos Leões, com José Reinaldo à frente do governo e Jackson Lago embalando às forças antisarneysistas.

A história política maranhense se repete vinte anos depois.

Flávio Dino usa a força do cargo de ministro da Justiça para mostrar-se como único acesso a Lula em Brasília, o que tem levado Brandão a buscar nos próprios Sarney’s o caminho para furar o bloqueio dinista.

Versões dos bastidores do poder no Maranhão apontam que o ministro da Justiça – assim como Roseana em 2006 – aposta na força de Lula, em 2026, para voltar ao poder no Maranhão, embalado pelos mesmos garotos que estiveram com ele na reeleição de 2018.

Esta história já foi, inclusive, contada no blog Marco Aurélio d’Eça, no post “a doce ilusão que Flávio Dino cria entre aliados de Weverton e Eliziane…”.

Mas desta vez Lula será suficiente para enfrentar o rugir do Palácio dos Leões?!? E Brandão seguirá o mesmo caminho de José Reinaldo, abrindo mão de um mandato senatorial para derrotar o ex-aliado, repetindo a história de 2006?!?

A história poderá se repetir como farsa para alguns.

E para outros como tragédia…

O Globo só disse de Flávio Dino e Brandão o que este blog diz desde o fim da eleição…

Matéria do jornal carioca confirmando o afastamento entre o ministro da Justiça e o governador do Maranhão ganhou interpretação de acordo com a identificação ideológica de cada analista, mas nenhuma delas consegue mais esconder o óbvio, revelado pelo blog Marco Aurélio d’Eça ainda durante a transição: os dois já não são mais aliados nos mesmos níveis de outrora, como mostra a linha do tempo desde a pré-campanha de 2022

 

Visita de Brandão a Sarney em São Luís; ex-presidente é hoje a opção do governador para furar o bloqueio criado por Flávio Dino em torno de Lula

Análise da Notícia

Ganhou uma forte repercussão no Maranhão a matéria do jornal O Globo desta segunda-feira, 14, confirmando o afastamento político entre o ministro da Justiça Flávio Dino e o governador Carlos Brandão (ambos do PSB); a matéria é, na verdade, uma compilação de diversas situações ocorridas ao longo dos últimos dois anos, a maioria delas tratadas pelo blog Marco Aurélio d’Eça.

O fato incontestável confirmado por O Globo, tratado pelos analistas maranhenses que abordaram a matéria do jornal carioca e que já havia sido antecipado nesta página: Flávio Dino e Brandão já não rezam a mesma cartilha.

O afastamento começou a ganhar cores públicas em março, quando Brandão decidiu afastar de sua gestão os principais operadores de Flávio Dino, a exemplo do ex-chefe da Casa Civil, Diego Galdino, do então secretário de Segurança, coronel Sílvio Leite e, principalmente, do presidente da Emap, Ted Lago.

A exoneração de Lago do comando do Porto do Itaqui, aliás, foi destrinchada pelo blog Marco Aurélio d’Eça em post próprio, em janeiro, com o título “Demissão de Ted Lago foi a maior pera de Flávio Dino no governo Brandão…”.

Mas o clima já não vinha bom desde o fim da campanha, com a reaproximação pública do governador, agora reeleito, e o grupo Sarney, relação avalizada no início pelo próprio Dino, que depois passou a reclamar a aliados no Maranhão e em Brasília.

Brandão abraçou os Sarney, levou diversos membros do grupo para o coração do governo e estreitou ainda mais a relação que já era íntima entre Dino e o grupo Mirante, braço de comunicação da família do ex-presidente da República.

Outro golpe do governador nas pretensões de hegemonia do grupo dinista se deu na eleição da Assembleia, novamente antecipada pelo blog Marco Aurélio d’Eça.

Ainda em novembro, quando toda a mídia maranhense reforçava uma possível reeleição do presidente Othelino Neto (PcdoB) – ou, no máximo, uma disputa deste com decanos, tipo Antonio Pereira (PSB) ou Arnaldo Melo (PP) – o blog Marco Aurélio d’Eça trouxe a informação definitiva, no post “Brandão quer homenagear mulheres com Iracema Vale no comando da Assembleia…”.

Iracema foi eleita presidente da Assembleia em fevereiro; e reeleita em junho para um segundo mandato a ser iniciado apenas em 2025, fato contestado no Supremo Tribunal Federal, como uma espécie de troco de Dino, assim como apontado no post “Tese contra reeleição de Iracema foi levandata pelo próprio PSB…”.

Esvaziado no governo, Flávio Dino decidiu dedicar suas atenções para o governo Lula, no qual fora alçado ministro da Justiça.

E desde então criou uma espécie de muro entre Brandão e Lula; para não ficar sem acesso ao presidente em Brasília, o governador procurou quem? Ninguém menos que o próprio Sarney, história também contada no blog Marco Aurélio d’Eça, no post “A guerra entre Flávio Dino e Sarney por Brandão em Brasília…”.

Os Sarney deram a Brandão o comando do MDB maranhense, numa movimentação que passa pelas eleições municipais de 2024, mas tem como pano de fundo a ainda distante sucessão de 2026.

Três dias antes da reportagem de O Globo – e seis dias depois do post do blog Marco Aurélio d’Eça sobre a guerra entre Dino e Sarney por acesso de Brandão a Lula – Brandão gerou a imagem que ilustra este post, com uma visita pessoal ao ex-presidente Sarney, que estava se recuperando de uma queda em sua casa.

Esta é a linha do tempo da relação de Flávio Dino e Carlos Brandão, história que também foi antecipada no blog Marco Aurélio d’Eça, ainda em maio de 2021, no visionário post intitulado “Pauta de centro-esquerda tende a aproximar agendas de Flávio Dino e Weverton Rocha…”.

Mas esta é uma outra história…

Brandão visita Sarney….

Governador vai à casa do ex-presidente, que se recupera de uma queda, gerando um fato político de forte repercussão, seis dias após post do blog Marco Aurélio d’Eça que trata da relação das duas lideranças políticas em Brasília

 

Sarney tem sido forte aliado de Brandão, que o visitou em casa nesta semana, como mostra a foto do blog de John Cutrim

A imprensa digital maranhense divulga nesta quinta-feira, 20, uma visita do governador Carlos Brandão (PSB) ao ex-presidente da República José Sarney, que se recupera de uma queda ocorrida no último domingo, 16.

Embora de caráter pessoal, a visita de Brandão a Sarney reforça os laços que o governador vem estreitando com o ex-presidente – e com seu grupo político – desde a posse, em 1º de janeiro.

O governador tem motivos para ser agradecido e se solidarizar com o ex-presidente.

E o encontro se dá uma semana após post do blog Marco Aurélio d’Eça, intitulado “A guerra entre Flávio Dino e Sarney por Brandão em Brasília…”

É, portanto, uma marcação de posição, seja por qual ponto de vista se interprete…

Edivaldo já se movimenta à vontade entre aliados de Flávio Dino…

Tido como provável candidato da federação partidária formada por PVC, PT e PCdoB, ex-prefeito de São Luís tem aparecido cada vez mais publicamente como opção do grupo do ministro da Justiça, apontado como seu padrinho político

 

Imagem postada por Edivaldo nas redes sociais: à vontade com aliados e Flávio Dino e a um passo do PV sarneysista

O ex-prefeito de São Luís Edivaldo Júnior (ainda sem partido) mostra-se cada vez mais à vontade entre as lideranças políticas ligadas ao ministro da Justiça Flávio Dino (PSB).

Desde o início da semana surgiu a informação de que Edivaldo se filiaria ao PV, controlado pelo ex-deputado Adriano Sarney, para disputar a prefeitura pela federação formada pela sigla sarneysista, pelo PT e pelo PCdoB; seria ele uma opção a mais para Dino na sucessão do prefeito Eduardo Braide (PSD).

Nesta sexta-feira, 7, o ex-prefeito esteve no aniversário do deputado Othelino Neto (PCdoB), ao lado dos também dinistas Rodrigo Lago (PCdoB) e Carlos Lula (PSB).

Edivaldo Júnior seria uma opção a mais para Flávio Dino, que tem como outra opção o deputado federal Duarte Júnior (PSB), rejeitado pela base do governo Carlos Brandão (PSB).

Com Duarte e Holandinha, o ministro represaria em seu grupo os votos da oposição a Braide, impedindo que um candidato mais ligado a Brandão chegasse ao segundo turno.

Na base de Brandão estão Neto Evangelista (União Brasil), Paulo Victor (futuro PSDB) e Dr. Yglésio (PSB).

MDB em São Luís dividido entre Braide e Neto…

Presidente do diretório municipal, deputado federal Cleber Verde demonstra simpatia pela reeleição do atual prefeito, mas enfrenta resistências da ala sarneysista, que pretende se alinhar a um projeto do governador Carlos Brandão na capital maranhense, com o deputado estadual Roberto Costa muito mais próximo do colega Neto Evangelista

 

Roberto Costa e Cléber Verde vão medir forças no MDB – sob observação dos Sarney e dos Brandão – pelo alinhamento do partido com Braide ou com Neto, já descartadas outras opções

Análise de conjuntura

Faltando pouco menos de um ano para as convenções partidárias que definirão as alianças das eleições de 2024, o MDB tem dois rumos mais prováveis na sucessão municipal em São Luís.

Dividido entre o presidente municipal Cleber Verde e o diretório estadual, que é amplamente sarneysista e mais alinhado ao governador Carlos Brandão, o partido deve seguir com o prefeito Eduardo Braide (PSD) ou com o deputado estadual Neto Evangelista (União Brasil).

Com participação direta na gestão de Braide, Verde defende abertamente a aliança do MDB em torno do prefeito; mas o diretório estadual passará a ser comandado em agosto por Marcus Brandão, irmão do governador Carlos Brandão (PSB).

Além de ter o apoio incondicional da ala sarneysista do MDB, os Brandão tem como principal articulador no partido o deputado estadual Roberto Costa, que é amigo pessoal do também deputado estadual Neto Evangelista (União Brasil).

Evangelista teve a pré-candidatura confirmada há duas semanas pelo presidente regional do União Brasil, deputado federal Pedro Lucas Fernandes, que o apresentou ao governador Carlos Brandão como opção da base governista.

Pelo histórico das relações que se desenharam a partir de 2018 entre Roberto Costa e o agora deputado federal Duarte Júnior (PSB) – e sobretudo com a presença da família Brandão no comando – é pouco provável que o MDB se alinhe ao candidato pessoal do ministro da Justiça Flávio Dino (PSB).

Caso vença a disputa interna, Cleber Verde dará um reforço de peso à candidatura de Eduardo Braide, que ainda tem dificuldades para alinhar partidos em sua coligação.

O apoio emedebista a Neto Evangelista, por outro lado, consolidará o deputado estadual como o principal nome da base de apoio do governador  Carlos Brandão.

De uma forma ou de outra, o MDB tornará a disputa mais acirrada na capital maranhense…

Grupo Sarney derrota Flávio Dino e fica com o DNIT no Maranhão…

Ministro da Justiça tentava emplacar no cargo o aliado e ex-secretário de infraestrutura Clayton Noleto, mas o MDB reivindicou ao presidente Lula  a nomeação do ex-deputado federal João Marcelo Souza, filho do ex-senador João Alberto de Souza

 

Unido no MDB, grupo Sarney – com apoio dos Brandão – teve mais força que Dino para ficar com o controle do DNIT no Maranhão

O blog Marco Aurélio d’Eça vem mostrando desde o início do governo Lula (PT) aspectos de uma guerra surda entre o ministro da Justiça Flávio Dino (PSB) e o grupo do ex-presidente José Sarney pelo controle do DNIT no Maranhão.

Ainda me março, o Ensaio “Weverton ocupa espaços no governo Lula enquanto Dino disputa com Brandão e os Sarney…” mostrava que o ministro enfrentava resistência para nomear o ex-secretário de Infraestrutura Clayton Noleto para a superintendência do DNIT.

Em 18 de maio, matéria exclusiva do blog Marco Aurélio d’Eça deixava bem mais clara a “batalha de Dino com os Sarney pelo comando do DNIT no Maranhão”.

– O órgão sempre foi espaço do MDB maranhense, ligado historicamente ao grupo Sarney. Membros do grupo já até indicaram o ex-deputado João Marcelo, filho do ex-senador João Alberto, fiel aliado do ex-presidente José Sarney – dizia o post.

Na semana que passou, o MDB sarneysista ouviu do ministro dos Transportes, Renan Filho, e do próprio presidente Lula (PT) que o DNIT ficará mesmo sob o controle do grupo Sarney.

A Dino coube algumas compensações, como o Ibama, que ele decidiu distribuir entre aliados mais próximos a exemplo do ex-presidente da Assembleia Legislativa Othelino Neto (PCdoB).

E  MDB se mantém poderoso no setor de Transportes…

Embora ainda tímido, Weverton quebra o silêncio…

Exatamente 15 dias depois de este blog Marco Aurélio d’Eça apontar a apatia da oposição maranhense neste início do governo Brandão, senador pedetista vem ao Maranhão e dá entrevista crítica com forte repercussão, sinal de que há um setor da sociedade que grita contra a hegemonia no poder

 

Carla Lima com Weverton: primeira voz dissonante ao absolutismo no Maranhão, ainda que tímida, encontra eco em parte da sociedade

Análise da notícia

No dia 6 de junho, este blog Marco Aurélio d’Eça publicou o Ensaio “O Silêncio da oposição maranhense…”.

Trata-se de uma exortação às lideranças que disputaram o Governo do Estado em 2022 e esão apáticas diante da dominação de espaços de poder pelo governo Carlos Brandão (PSB).

– Teoricamente alçados à condição de contrapontos ao atual governo, os ex-candidatos Dr. Lahésio Bonfim e Weverton Rocha mostram-se alheios ao debate político maranhense, deixando os questionamentos apenas com Simplício Araújo, único que se mantém vigilante em relação ao governador Carlos Brandão – afirmou o post, em seu subtítulo.

Exatamente 15 dias depois, na última quinta-feira, 22, o senador Weverton Rocha (PDT) deu sua primeira entrevista – à jornalista Carla Lima, do portal Imirante.com – assumindo este papel de contraponto.

– O estado está parado! – é o resumo do que disse o senador pedetista.

A declaração de Weverton teve forte repercussão midiática nas horas e dias que se seguiram à entrevista, sinal de que o blog Marco Aurélio d’Eça tinha razão ao alertar para os riscos de uma hegemonia política no estado.

Aliás, esse alerta começou bem antes, ainda em fevereiro, no post “Sem oposição não há democracia…”.

Sem entrar no mérito do certo ou errado na fala do senador, a repercussão de sua entrevista mostra que a sociedade anseia por este contraponto, pela quebra de hegemonia; ou, pelo menos, de esperança que se possa respirar sem os grilhões do absolutismo.

É claro que a postura do senador pedetista ainda é tímida, e se reflete exatamente no momento vivido pelo seu partido, o PDT, cujos parlamentares – deputados e vereadores – não encontraram ainda um caminho que reforce a identidade do partido. 

A oposição maranhense – da qual o PDT é o símbolo maior no estado desde os tempos de Jackson Lago – ressentiu-se por quase 50 anos da hegemonia política do chamado grupo Sarney, que dominava mídia e empresariado; Ministério Público e Poder Judiciário. 

A história da oposição em São Luís também foi retratada no blog Marco Aurélio d’Eça, em 2015, em uma série de posts, republicados todos juntos em 2017 no post “30 anos de oposição em São Luís…”.

Muitos destes oposicionistas estão hoje – ao lado do que restou do próprio grupo Sarney – fortalecendo a hegemonia dos novos inquilinos do Palácio dos Leões.

A grita ainda que claudicante de Weverton Rocha é, sem dúvida, uma luz no fim do túnel para o equilíbrio no debate político no Maranhão.

Por que, como se sabe, é o debate que gera o conhecimento…

Exclusivo!!! Flávio Dino confirma a interlocutores seu afastamento de Brandão…

Ministro da Justiça mostra-se descontente com a entrega do MDB do grupo Sarney para o controle do governador e declara-se “desagradavelmente desconfortável” com a ascensão política do diretor da Assembleia Legislativa Marcus Brandão; a antecipação da reeleição de Iracema Vale na Assembleia também desagradou o ex-comunista, que tentou, sem sucesso, uma “revolta da base” encabeçada pelo agora secretário em Brasília, Othelino Neto

 

Flávio Dino ainda não rompeu com Carlos Brandão, mas demonstra cada vez mais abertamente sua chateação com os rumos políticos do aliado

O ministro da Justiça Flávio Dino tem manifestado cada vez mais abertamente o seu descontentamento com os rumos tomados pelo governo Carlos Brandão (PSB) desde a sua posse, em janeiro.

O ex-comunista não fala diretamente com os membros da bancada maranhense ou com lideranças do estado, mas trata do assunto abertamente com líderes políticos nacionais, que acabam repassando a informação às lideranças locais em Brasília.

– Não rompi, mas me afastei!!! – é a frase mais usada pelo ex-governador nas conversas com ministros, presidentes de partido e lideranças do Congresso Nacional. O problema é que estas lideranças acabam repassando a informação aos políticos maranhenses, que a espalham como rastilho de pólvora.

A mesma frase foi ouvida pelo blog Marco Aurélio d’Eça de pelo menos quatro membros da bancada maranhense ao longo da semana que passou; todos afirmam “um forte descontentamento de Flávio com Brandão”.

O motivo inicial do afastamento do ministro da Justiça foi a ascensão meteórica do irmão do governador, Marcus Brandão, futuro presidente do MDB no Maranhão.

Dino atribui a Marcus a demissão do ex-presidente da Emap, Ted Lago, seu homem de confiança e operador no Porto do Itaqui; esta decepção do ministro foi contada no blog Marco Aurélio d’Eça, no post “Demissão de Ted Lago foi a principal perda de Flávio Dino no governo Brandão”.

A chegada do irmão do governador ao MDB e a tomada de controle do partido ligado ao Grupo Sarney é outro motivo de irritação para o ministro da Justiça, que vê no movimento um “claro recado” de Carlos Brandão sobre o futuro político do seu grupo.

Além das queixas ao alto clero da política nacional em Brasília, Flávio Dino conta com dois disseminadores de suas chateações: o secretário-executivo do seu ministério, Ricardo Capelli, e o coordenador da bancada federal, deputado Márcio Jerry (PCdoB).

Cappeli e Jerry usam com deputados, senadores, secretários e prefeitos maranhenses a mesma frase usada por Dino sobre a relação com Brandão: “rompido não, mas afastado…”.

A reeleição antecipada da presidente da Assembleia Legislativa, Iracema Vale (PSB), foi outro motivo de irritação para o ministro da Justiça, que tentou, inclusive, um fracassado movimento de contraponto, usando o aliado Othelino Neto (PCdoB), hoje secretário de Representação do governo maranhense em Brasília.

O blog Marco Aurélio d’Eça acompanhou esses movimentos ao longo dos últimos 10 dias: com apoio de Dino, Othelino tentou emplacar o próprio nome como candidato a vice-presidente na chapa encabeçada por Iracema para o biênio 2025/2027.

O ex-presidente chegou a vir ao Maranhão, mas não encontrou ambiente para o levante, embarcando de volta a Brasília antes mesmo da votação da última sexta-feira, 16, gerando um fato inédito na história da Assembleia: pela primeira vez um suplente – no caso o petista Zé Inácio – votou na eleição da Mesa Diretora.

Todos esses movimentos são acompanhados à distancia por Flávio Dino, que esforça-se para manter a imagem de lideranças nacional.

Mas não deixa de se incomodar com as questões paroquiais…

O silêncio da oposição maranhense…

Teoricamente alçados à condição de contrapontos ao atual governo, os ex-candidatos Dr. Lahésio Bonfim e Weverton Rocha mostram-se alheios ao debate político maranhense, deixando os questionamentos apenas com Simplício Araújo, único que se mantém vigilante em relação ao governador  Carlos Brandão

 

Brandão ganhou a eleição, está “passando a boiada” diante do silêncio de Weverton e de Dr,. Lahésio, que deveriam ser os líderes da oposição maranhense

Ensaio

Muito se tem falado numa construção de hegemonia política por parte do governador Carlos Brandão (PSB), que extinguiu a oposição na Assembleia Legislativa, atraiu todo o grupo Sarney e vem ocupando todos os espaços de poder no estado.

Muito desta hegemonia, porém, se dá pelo silêncio daqueles que disputaram contra ele o Governo do Estado em 2022.

Teoricamente alçados pela população à condição de contraponto ao que faria Brandão no exercício do poder – espécies de porta-vozes da oposição – o ex-prefeito Dr. Lahésio Bonfim (PSC) e o senador Weverton Rocha (PDT) mergulharam em silêncio político, sem nenhuma participação no debate estadual desde o fim das eleições de 2022.

Controlador de um partido com forte peso político, sobretudo em São Luís, Weverton vive uma espécie de ano sabático, pouco envolvido nas discussões maranhenses e atuando, discretamente, apenas em Brasília, onde tem mais quatro anos de mandato.

Lahésio Bonfim mergulhou ainda mais fundo; abandonou o o discurso bolsonarista e largou a direita maranhense à própria sorte, sem nenhum tipo de manifestação em qualquer espaço público.

Dos três principais candidatos de oposição ao governo em 2022, apenas Simplício Araújo (ex-solidariedade) se mantém ativo nas redes sociais, com críticas à gestão do estado, críticas à organização política e críticas ao próprio governador.

O silêncio de Weverton Rocha e de Dr. Lahésio Bonfim, a capitulação do grupo Sarney e o adesismo de ex-oposicionistas na Assembleia Legislativa já foi, inclusive, tema do blog Marco Aurélio d’Eça, em fevereiro, no post “Sem oposição não há democracia…”.

Na semana passada, o ex-deputado Joaquim Haickel também se manifestou sobre essa hegemonia de Brandão e viu nela riscos para o próprio Maranhão.

Enquanto isso, diante do silêncio oposicionista, Brandão vai aproveitando para “passar a boiada”, usando uma frase muito discutida nas últimas eleições.

E o povo apenas segue o rebanho…