27

Assim já é deboche…

Militares desrespeitam a bandeira, amarrando redes em seus mastros

Os policiais militares extrapolaram todos os limites do bom-senso em seu acampamento na Assembléia Legislativa.

As imagens que ilustram estes textos – publicadas originalmente por Matias Marinho e Gilberto Léda – mostram o desrespeito e a falta de valor que os militares dão a símbolos que lhe deveriam ser caros.

Desde ontem, eles agridem a própria imagem da PM com atitudes que nada têm a ver com a greve, que deveria ser levada em clima de serenidade e respeito.

Primeiro, armaram redes nos mastros em frente ao prédio da Assembléia, uma agressão ao principal alvo de respeito na vida militar: a bandeira brasileira.

Como se vê na imagem, a bandeira do Maranhão está a meio-mastro, outra agressão à liturgia institucional, já que não têm autoridade para manipulá-la.

Pela manhã, deixaram indevidamente a bandeira maranhense a meio-mastro

Pior: com a complacência letárgica do comando da Assembléia Legislativa.

Na Assembléia, nenhum cidadão pode entrar se estiver trajando bermudas. Militares circulavam hoje pela manhã – inclusive na área interna da Casa – de bermudas, chinelos e até camisetas.

Na Assembléia, também é proibida a entrada de carros de som. Os seguranças da casa, é bom que se diga, ainda tentaram impedir a circulação deste tipo de carro, mas foram ameaçados pelos grevistas.

Outra demonstração de falta de autoridade do comando da Assembléia.

O hall da Assembléia se transformou em palco para partidas de damas e dominó; bancos e cadeiras são usados como camas e palanques.

Para tentar amenizar a situação, a única ação do comando da Casa foi evacuar o prédio… mas da presença dos funcionários – como se os grevistas precisassem ficar mais à vontade. 

E assim segue o movimento paredista dos bombeiros e policiais militares.

Que eles mesmos vão transformando em deboche…

 

2

“É preciso serenidade”, diz Zé Carlos, sobre greve da PM…

Zé Carlos: diálogo é a melhor solução

O presidente da Comissão de Segurança da Asssembléia Legislativa, deputado Zé Carlos da Caixa (PT), pregou “serenidade de ambos os lados” para a solução do conflito entre o Governo do Estado e os militares em greve.

O deputado petista tem o mesmo entendimento deste blog em relação ao movimento.

– Não há dúvidas de que, como categoria diferenciada, os militares não têm direito à greve. Mas, também por serem diferenciados, eles não podem ser tratados como qualquer funcionário público – declarou Zé Carlos.

A crise entre PM e governo se acirrou por causa da proposta governista de incluir os benefícios reivindicados pela categoria no bojo de um projeto generalista, para todo o funcionalismo.

Este blog já defendeu que os militares não podem ser tratados de forma generalista, apesar de não poderem fazer greve. (Releia aqui)

Para encontrar a solução, segundo Zé Carlos da Caixa, é preciso o equílibiro, tanto do governo quanto dos líderes dos policiais militares.

Sem serenidade, as coisas não se resolverão – pregou o parlamentar…

 

27

Globo chama de “baderna” movimento dos PMs…

Grevistas ocupam Assembléia

O programa “Bom Dia Brasil”, da Rede Globo, classificou hoje de “baderna insuflada por radicalismos” a inusitada greve dos policiais e bombeiros militares, iniciada desde ontem à noite, no Maranhão.

O comentaria de Segurança da emissora, Rodrigo Pimentel, ex-capitão do Bope-RJ, usou o mesmo argumento já usado por este blog para falar sobre a paralisação.

 – É muito justa a reivindicação salarial da PM. Mas os militares não podem se sindicalizar. Sem isso, caem nas mãos de radicais. Lidera o movimento, aquele que grita mais no carro de som. É lamentável a opção pela baderna – afirmou Pimentel.

Ele lembrou que movimentos de intimidação como estes já ocorreram em Minas Gerais, Ceará e Rio de Janeirio, mas todos foram sufocados pelo governo.

Na tentativa de garantir a segurança da população, o governo maranhense convocou a Força Nacional e o Exército, que estão nas ruas desde ontem.

Os grevistas estão desde ontem na área externa da Assembléia Legislativa e ameçam ocupar o plenarinho da Casa.

E ameaçam só sair de lá quando os deputados incluirem suas reivindicações na proposta orçamentária…

 

 

15

Militares decidirão hoje se vão parar amanhã…

Clima entre miltiares ainda é de tensão

As entidades representativas dos policiais e bombeiros militares se reúnem hoje à noite, na sede da Fetiema, para decidir se fazem nova paralisação, amanhã, ou se aguardam pela proposta salarial do governo, a ser encaminhada ainda este ano para a Assembléia Legislativa.

Há militares dispostos a tudo para pressionar o governo, mas as lideranças do movimento já ponderam alguns pontos em comparação com a “greve” do dia 8 de novembro.

1 – Ao contrário do início do mês, a paralisação não teria mais a seu favor o fator surpresa, uma vez que o governo já se preparou para garantir segurança à população;

2 – Apesar de a mídia apoiar a reivindicação salarial dos policiais, a categoria não tem apoio para um movimento paredista, considerado ilegal na vida militar.

Desta vez, deputados cdevem ter mais cautela como interlocutores

3 – um confronto aberto com as forças já acionadas pelo governo – Força Nacional, Exército e Polícia Federal – destruiria completamente a credibilidade dos PMs e bombeiros.

4 – alguns líderes do movimento militar já perceberam que os coronéis Ivaldo Barbosa e Francisco Melo estão sendo insuflados por políticos de oposição – e até alguns governistas – não em favor dos PMs, mas apenas para gerar o caos no governo.

Todos estes pontos devem ser analisados na reunião, hoje à noite.

Só então os PMs e Bombeiros decidirão se páram ou não…

22

Punições devem atingir também os PMs…

Se a exoneração dos dois comandantes do Corpo de Bombeiros tem ligação com a paralisação da última terça-feira – negada pela cúpula da Segurança – foi a medida necessária para que o comando militar do estado retomasse a autoridade.

Os Tenentes-coronéis Bombeiros Manoel Alves da Cunha e Celso de Jesus Moraes Alves eram os chefes dos setores de onde foram retiradas as viaturas que serviram de transporte para os grevistas.

 

Viaturas usadas irregularmente no "movimento" por bombeiros insubordinados

 

As próprias associações militares admitem a relação entre a paralisação e a exoneração, embora ainda finjam não saber que o movimento afronta a Constituição.

A quebra de hierarquia é motivo suficiente para a exoneração dos oficiais, já que perderam o comando sob os subordinados.

Mas as medidas, se relacionadas ao “movimento” como chamam os próprios militares, deve ser estendida também aos chefes policiais para ser mais completa.

PMs também abusaram dos equipamentos pertencentes ao estado

Afinal, os PMs também quebraram a hierarquia, afrontaram a Constituição e desrespeitaram os equipamentos públicos, como mostram as imagens que ilustram este posto.

O comando da Segurança Pública maranhense está no comando certo ao punir insubordinados.

Só assim retomará a autoridade…

3

Acordo com militares gera desgaste entre governo e AL…

O acordo entre os líderes de bancada na Assembléia Legislativa e os militares que reivindicam reajuste salarial gerou um desgaste, hoje, entre alguns secretários do governo Roseana Sarney (PMDB) e os parlamentares.

Deputados, militares, overnador e secretários em reunião no Palácio

Os deputados garantiram aos policiais e bombeiros militares que fariam parte de suas manifestações contra o governo, caso as reivindicações não fossem cumpridas em duas semanas. Em troca, os manifestantes paralisariam a “greve” iniciada hoje pela manhã.

Terminada a sessão, os deputados foam ao Palácio dos Leões, comunicar o que conseguiram com a categoria. Os secretários – e aprte da cúpula da Segurançla – mostraram irritação com as promessas da bancada.

Para eles, os militares estão infringindo a lei e, por isso, não teriam direito à negociação.

O governo já tem articulado, inclusive, um convênio com o Minsitério da Defesa, garantindo a presença do Exercíto nas ruas, caso os Pms insistam na paralisação.

Diante da ponderação de líderes govenistas e oposicionistas, os secretários e comandantes da Segurança Pública aceitaram analisar a pauta dos militares.

O prazo pedido pelos deputados, de duas semanas, termina no dia 23 de novembro…

5

Acaba a “greve” da PM…

Arnaldo Melo comanda negociações com PMs

Os policiais militares foram convencidos pelo presidente da Assembléia, Arnaldo Melo (PMDB), e pelo líder do governo,  Manoel Ribeiro (PTB), e decidiram supender a “vigília” que faziam na Assembléia Legislativa.

A princípio alterados – sobretudo os líderes dos praças – os policiais arrefeceram os ânimos à medida que Arnaldo Melo mostrava autoridade para resolver o problema.

Ribeiro, por sua vez, garantiu que vai brigar pelas suas reivindicações. E se não conseguir, em duas semanas, estará com eles no movimento.

Com postura firme, Ribeiro cobrou dos militares que devolvessem as viaturas aos quartéis, uma vez tratar-se de equipamento público.

Em seguida, tratando diretamente com o coronel Ivaldo, pediu o prazo de duas semanas para conversar com o governo sobre a adequação dos vencimentos da categoria à dos policiais civis.

A negociação entre deputados e policiais evitou uma crise entre Polícia e Polícia. O Batalhão de Choque já estava a postos na Assembléia, para defender o patrimônio público.

Mas o movimento dos PMs e Bombeiros foi pacífico e ordeiro, como deve ser…

5

PMs e Segurança mais uma vez na mesa de negociações…

Zé Carlos, Aluísio Mendes e PMs negociam reajuste

Intermediado pela Comissão de segurança da Assembléia Legislativa, os policiais militares e o secretário de Segurança, Aluísio Mendes, sentam-se hoje à tarde para negociar.

Os militares querem reajsute salarial e condições de trabalho, que a Segup pretede dar em parcelas. Por isso, a categoria ameaça fechar a Avenida dos Franceses, caso não alcance seus objetivos.

– Em toda negociação deve haver prudência e paciência. Os PMs já conseguiram um fato histórico: sentar à mesa de negociação, o que nunca havia ocorrido. Agora, é trabahar com paciência para não perder o fio da meada – explicou o presidente da Comissão de Segurança, deputado José Carlos da Caixa (PT).

Estarão presentes à reunião com o secretário todo os representantes de todas as associações e caixas de assitência da Polícia Militar.

3

Direito de greve e diferenças entre trabalhadores…

O Sindicato dos Motoristas pode levar a categoria a uma demissão em massa.

Com a decretação da ilegalidade da greve pelo TRT, as empresas ficam livres para contratar novos trabalhadores, caso os grevistas não retornem imediatamente aos seus postos.

O risco para os motoristas não é o mesmo que tinham, por exemplo, os professores.

Servidores públicos – boa parte deles com estabilidade garantida – os professores têm a prerrogativa de, exatamente por causa destas garantias,  negociar faltas, discutir punições e exigir posturas dos seus empregadores.

Com os motoristas, não.

Trabalhadores regidos pelo sistema da CLT, eles têm como única garantia de seus direitos exatamente a Justiça do Trabalho.

E é a ela que deveriam recorrer em caso de supressão destes direitos – inclusive a negação de reajustes legais e periódicos.

Mas foi a Justiça do Trabalho que se posicionou em relação a greve.

E não foi a favor dos trabalhadores…