Sidarta, Gláucio e Magalhães: grampeados pela PF
Escutas telefônicas autorizadas pela Justiça mostram ligação do juiz Sidarta Gautama, da Comarca de Caxias, com agiotagem no Maranhão, revelou ontem o Jornal Pequeno.
Em matéria assinada pelo jornalista Oswaldo Viviani, o JP conta detalhes da operação Capitanias Hereditárias, da Polícia Federal, realizada em 2010, e que derrubou a cúpula da superintendência do Incra.
Um dos interlocutores do juiz nas gravações da PF é o empresário Eduardo DP, filho da prefeita de Dom Pedro, Arlene Costa.
De acordo com a reportagem, DP, conhecido por “Imperador”, negocia com Sidarta Gautama o pagamento dos juros de uma dívida, uma vez que não teria condições de pagar o principal naquele período. O juiz concorda e orienta “Imperador” a procurar o gerente do Banco do Brasil em Caxias, identificado por Sampaio. (Leia aqui)
Mensagem telefônica
A operação que grampeou o juiz foi coordenada no Maranhão pelo delegado Pedro Meireles, da Polícia Federal.
Meireles é citado em depoimentos do caso Décio como amigo de Júnior Bolinha – um dos acusados também pela morte do empresário Fábio Brasil, em Teresina (PI) – e do advogado Ronaldo Ribeiro, que tem Gláucio Alencar como cliente.
Semana passada, Ribeiro pediu Habeas Corpus preventivo ao Tribunal de Justiça, para evitar ser preso pela polícia. O TJ ainda não se manifestou sobre o mérito do pedido.
De acordo com o depoimento do agiota Gláucio Alencar, a polícia quis saber dele, se Meireles teria pasado informação, via mensagem celular, informando da morte de Décio Sá.
No dia do crime, o delegado acompanhou a movimentação da perícia no bar Estrela do Mar, na avenida Litorânea.
Depoimento
O envolvimento do juiz Sidarta Gautama com a rede de agiotagem liderada por Gláucio Alencar – acusado de ter financiado a morte do jornalista Décio Sá – já havia sido revelada em seu blog pelo jornalista Roberto Kenard.
Kenard revelou ter sido Sidarta Gautama o motivo da presença de Gláucio Alencar no gabinete do corregedor-geral de Justiça, desembargador Cleones Cunha, há duas semanas. (Releia aqui)
O agiota depôs em um processo que apura o envolvimento do juiz com o grupo de agiotas.
Em nota oficial divulgada semana passada – e publicada na coluna do jornalista Jotônio Lima, de Caxias, o juiz frisou que manteve com Gláucio apenas “relações comerciais”.
E confirma que “este episódio” [ a relação comercial] estava sendo analisado em sindicância na Corregedoria-Geral de Justiça.
A resposta do juiz se deu pelo fato de o jornalista fazer ilações sobre o envolvimento do magistrado no caso Décio, o que não foi postado em nenhum blog. O próprio juiz reconhece isso.
– Não há nenhuma menção do meu nome no inquérito que apura o delito, salientando ainda que tampouco há conteúdo dessa natureza nos blogs – rebate o juiz, em sua nota.
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