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Sem pulso, Brandão enfrenta crises sucessivas entre sua base e secretários

Em menos de 30 dias no posto, governador-tampão viu estourar confusões com secretários e ex-secretários e com os deputados Duarte Junior, Márcio Jerry, Rubens Pereira Junior, Zé Inácio e Dr Yglesio; em todas, um personagem se destaca: o chefe da Comunicação Ricardo Capelli, homem de confiança de Flávio Dino que controla aliados, imprensa e o próprio inquilino do Palácio dos Leões

 

Homem de confiança de Dino, Capelli controla a imprensa alinhada – dinista e sarneysista – enquadra deputados e secretários e tenta se impor sobre o próprio Brandão, gerando crise atrás de crise

Análise da notícia

Em apenas 25 dias de mandato, o governador-tampão Carlos Brandao (PSB) já experimentou crises em sua base envolvendo os deputados Duarte Junior (PSB), Zé Inácio (PT), Rubens Pereira Junior (PT) e Dr. Yglésio (PSB), além da polêmica de supostas demissões em Imperatriz, envolvendo o chefe da Casa Civil, Sebastião Madeira, e aliados do deputado Márcio Jerry (PCdoB).

Duarte encarnou duas crises: a primeira quando chegou a procurar dirigentes partidários para trocar de partido, insatisfeito por não ter sido atendido em seus pleitos; depois, criticou duramente a bancada federal, sendo respondido por Márcio Jerry e obrigado a se retratar publicamente.

Pouco tempo depois surge o petista Zé Inácio anunciando-se pré-candidato a vice pelo PT, desafiando a autoridade do ex-governador Flávio Dino (PSB) – que impôs o nome de Felipe Camarão (PT) – e e abrindo mais um racha na já rachada base petista.

Rubens Júnior foi alvo de desgaste após ter curtido uma ironia contra o governo Dino/Brandão feita pelo oposicionista Edilázio Júnior (PSD) nas redes sociais.

Por último, veio o Dr. Yglésio, que partiu pra cima do governo cobrando recursos do futebol e acusando diretamente secretários por perseguição.

E a lista e tretas governistas no já enfraquecido governo-tampão nem precisa incluir a indireta pública do ex-secretário Rodrigo Lago, que mostrou insatisfação após não ter conseguido emplacar prepostos na Secretária de Agricultura Familiar. 

No meio ou por trás de praticamente todas essas crises uma figura se destaca: o secretário de Comunicação Ricardo Capelli, ele próprio já envolvido em disputa interna com o chefe da comunicação de campanha de tampão, o sarneysista Sérgio Macedo.

Mantido no cargo por imposição do ex-governador Flávio Dino, o carioca Capelli praticamente comanda o governo: mantém com mão de ferro a relação com a imprensa alinhada ao Palácio dos Leões – dinista e sarneysista – enquadra deputados e outros secretários e tenta influenciar na própria comunicação de campanha.

Homem de confiança de Dino, Capelli tenta se impor sobre o próprio governador-tampão, que se sustenta na resistência dos aliados do palácio, gerando mais crises internas.

O resultado de todo esse imbróglio é um governador fraco, sem pulso e sem comando do próprio governo.

E ele só tem mais 65 dias de governo efetivo, até se tornar candidato.

Se é fraco como governador, como será na pele de candidato?!?

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Rubens Júnior é mais um a mostrar insatisfação com o governo Brandão

Ao curtir comentário provocativo do colega de bancada Edilázio júnior sobre a troca de comando no estado, deputado federal ligado ao ex-governador Flávio Dino expõe – ainda que sem querer – o clima da relação dos ex-governistas com o governo-tampão

 

A postagem de Edilázio e a curtida de Rubens Júnior: recalque com Flávio Dino ou com Carlos Brandão?

É impossível que ele não tenha percebido o teor debochado, irônico e provocativo da postagem do colega Edilázio Júnior (PSDB).

Mas ao curtir, na tarde desta segunda-feira, 25, a publicação do colega parlamentar sobre a transição do governo Flávio Dino (PSB) para o tampão Carlos Brandão (PSB), o deputado federal Rubens Pereira Júnior (PSB) foi mais um a expor o clima tenso na relação entre os aliados do ex e do atual governador.

Primeiro, que a postagem de Edilázio – coordenador da candidatura do ex-prefeito Edivaldo Júnior (PSD) – foi extremamente debochada, irônica, e refletiu exatamente o que representa o governo-tampão de Brandão.

– Eu não acompanho muito, mas me falaram que a final desse Big Brother Brasil está fraca e que só perde para o governo Flávio Dino aqui no Maranhão, de tão ruim que foi – provocou Edilázio.

A curtição de Rubens Júnior está longe de ser inadvertida; ele mostrou que concorda com Edilázio.

Só não fica claro se ele concorda que o fim do governo foi fraco pelos resultados medíocres apresentados após oito anos, ou se foi fraco por que Dino foi substituído por Carlos Brandão, visto como um poste até por membros do próprio governo.

De qualquer forma, é mais um que expõe nas redes insatisfação após o ciclo dinista de poder…

Com articulação popular, Weverton mantém-se à frente das pesquisas, mesmo com pressão do Palácio

Governo-tampão de Carlos Brandão cooptou aliados do pedetista, abriu um gigantesco cabide de empregos no Palácio dos Leões, aliciou setores inteiros da mídia e institutos de pesquisas, mas não conseguiu esvaziar a campanha do seu principal adversário

 

Falando a mesma linguagem do povo simples, Weverton avança nas bases mais populares mesmo diante da pressão do governador-tampão e do Palácio dos Leões

Análise de conjuntura

Há uma explicação lógica para a força que o senador Weverton Rocha (PDT) demonstra na disputa pelo governo, mesmo diante de toda pressão exercida pelo Palácio dos Leões contra sua candidatura: o pedetista tem uma ligação direta com a população comum, a classe trabalhadora e a gente do povo mais humilde, fruto de sua luta histórica no campo progressista.

Essa força de Weverton faz com que – mesmo cooptando lideranças políticas em todo o estado, aliciando imprensa e institutos de pesquisas – o governador-tampão Carlos Brandão (PSB) não consiga superá-lo nas intenções de votos.

O resultado é uma candidatura fortemente vinculada às lutas de classes e à população, que incomoda fortemente o Palácio dos Leões e, sobretudo, o ex-governador Flávio Dino (PSB), principal patrono da candidatura-tampão.

Tanto que, passado quase 1 mês da posse de Brandão, Flávio Dino ainda insiste em tentar convencer Weverton a abrir mão da disputa em favor do seu candidato – mesmo diante de toda perseguição que o próprio Dino orquestrou contra o pedetista.

Weverton Rocha enfrentou seu pior momento durante a janela partidária, quando Dino, Brandão e seus auxiliares jogaram todas as fichas no seu esvaziamento; mesmo assim, o senador manteve-se na liderança da corrida, à frente do próprio Brandão.

Calçado em pesquisas qualitativas quase diárias e em levantamentos contínuos sobre o desempenho dos adversários, Weverton constrói uma candidatura sólida, com certeza de que estará em um segundo turno.

Por outro lado, já com suas munições gastas, agora é o próprio Brandão quem já não tem certeza de que estará lá.

Simples assim…

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Brandão demite aliados de Flávio e Jerry em Imperatriz e militância culpa Madeira

Crise nos bastidores do governo-tampão no segundo maior colégio eleitoral do estado se dá pela histórica relação de guerra dos partidos do campo progressista com o ex-prefeito da cidade, tucano que hoje comanda a Casa Civil

 

Madeira é apontado como responsável pelo corte nas posições de Adonilson (sentado à direita do ex-prefeito), aliado de Márcio Jerry

A demissão de gente ligada ao ex-governador Flávio Dino (PSB), ao deputado federal Márcio Jerry (PCdoB), ao PT e outros partidos do campo progressista, tem gerado uma nova crise nos bastidores do governo-tampão de Carlos Brandão (PSB).

Os cortes nas estruturas do estado na região tocantina são apontados como uma ação do chefe da Casa Civil, Sebastião Madeira (PSDB), que sempre sofreu oposição do PT, do PCdoB e do PSB em Imperatriz.

Ex-prefeito da cidade, Madeira é hoje o chefe da Casa Civil do governo Brandão, responsável pelo comando da máquina do estado.

Os cortes teriam atingido diretamente posições do professor Adonilson Lima (PCdoB), ligado diretamente a Márcio Jerry; outros cortes atingiram outros membros do PCdoB e do PT.

As demissões promovidas pelo governo Brandão estão ocorrendo também em diversos municípios, o que acaba sendo usado por adversários locais e criando clima de instabilidade política no Palácio dos Leões.

Brandão tenta se livrar da imagem de “poste” de Flávio Dino, nomeando homens de confiança no governo; mas acaba por chamar gente da antiga elite política tradicional, o que gera insatisfação nos setores do campo progressista.

E ele só tem mais 70 dias para ajustar sua gestão antes da campanha…

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O plano do Palácio dos Leões para inviabilizar a gestão de Braide

Atuando em frentes políticas, administrativas, midiáticas e eleitorais, Governo do Estado quer tornar a vida do prefeito de São Luís cada vez mais difícil, para minimizar sua influência no processo eleitoral de outubro e deixá-lo sem perspectiva de reeleição; discurso do vereador Francisco Chaguinhas revelou parte deste esquema

 

Isolado politicamente, sem base na Câmara e sem força na mídia, Braide torna-se presa fácil para o Palácio dos Leões

O Palácio dos Leões está tentando por em prática um plano que visa desgastar até o limite da inviabilização a gestão do prefeito de São Luís, Eduardo Braide (Sem partido).

O objetivo é tornar o prefeito um pária político, a ponto de não ter sequer influência no processo eleitoral de outubro.

Uma parte deste esquema foi revelada na segunda-feira, 18, pelo vereador Francisco Chaguinhas (Podemos), que anunciou sua volta à base do prefeito “após descobrir a intenção extremista de alguns colegas”.

– Já falam até em cassação do prefeito – revelou Chaguinhas ao blog Marco Aurélio D’Eça.

O Palácio dos Leões trabalha em duas frentes.

Duarte quer Braide fraco a partir de agora, para garantir suas chances em 2024; Brandão quer a mesma coisa, mas para impedir o prefeito de atuar em outubro

A primeira, comandada pelo próprio governador-tampão Carlos Brandão (PSB), visa tirar qualquer influência de Braide nas eleições de outubro; para isso, além de vereadores alinhados, usa também lideranças dos servidores públicos e a parte da mídia que hoje é controlada pelo Palácio dos Leões.

Para desgastar o prefeito ao máximo, Brandão vale-se do controle que o secretário de Comunicação Ricardo Capelli tem hoje nos principais veículos de comunicação; e da falta de acesso de Braide a esses veículos. 

A outra frente é comandada pelo deputado estadual Duarte Júnior (PSB), derrotado por Braide nas eleições de 2020 e que sonha ser o próximo prefeito, já em 2024.

A atuação de Duarte Júnior se dá entre servidores públicos municipais – estimulando movimentos e manifestações – e nas redes sociais e nos blogs, valendo-se da fragilidade do prefeito também nestes dois campos da mídia.

As duas frentes entendem que Eduardo Braide está sem base na Câmara Municipal e terá dificuldades para aprovar projetos de importância para a cidade.

Desgastado política e midiaticamente, entendem os brandonistas, Braide torna-se presa fácil para o projeto de poder do Palácio dos Leões.

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Brandão vai ter que refazer obra entregue há menos de três meses por Flávio Dino

Rodovia MA-315, na região de Paulino Neves, foi feita a toque-de-caixa pelo ex-governador e já gerou um enorme buraco, com riscos de mais buracos ao longo do percurso, num desperdício de dinheiro público que cai no colo do governador-tampão

 

Obra entregue a toque de caixa por Flávio Dino teve que receber intervenção menos de três meses depois para colocação de tubulação

Uma das bombas deixadas pelo ex-governador Flávio Dino (PSB) ao seu sucessor, Carlos Brandão (PSB), vai trazer uma dor de cabeça ao governador-tampão.

A MA-315, entregue por Dino há menos de três meses já tem uma enorme cratera aberta; e outros buracos ameaçam surgir ao longo do percurso.

O ex-governador entregou diversas obras e serviços a toque-de-caixa, deixando diversas bombas com o governador-tampão.

Na MA-315, só agora, depois da erosão causada pelas chuvas, o governo decidiu colocar anilhas de escoamento d’água.

Além de ter que lidar com greves de professores, policiais civis e ameaças de greves de outras categorias, Brandão vai precisar gastar dinheiro público em obras que já foram pagas.

E a população é quem pega conta…

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Brandão quer Weverton fora do páreo por que sabe que não vence segundo turno contra ele

Todas as pesquisas de intenção de votos mostram que o senador derrota o governador-tampão em qualquer cenário de confronto direto; qualitativas também revelam maior identificação do pedetista com o ex-presidente Lula e sua maior penetração em setores sociais mais populares

 

Mais identificado com os setores populares, Weverton tem maior penetração eleitoral que Brandão, o que o torna favorito no segundo turno

O governador-tampão Carlos Brandão e o seu padrinho político Flávio Dino (ambos do PSB) sabem que só existe uma forma de vencer as eleições de outubro no Maranhão: tirando o senador Weverton Rocha (PDT) da disputa.

E para isso, negociarão o que for preciso com aliados do senador, partidos políticos, imprensa e empresários, na tentativa de forçar uma desistência.

De posse de pesquisas qualitativas, o Palácio dos Leões já sabe que não há chances para Brandão em um confronto direto com Weverton.

Mesmo com Brandão sentado na cadeira de governador, mesmo tendo cooptado aliados do senador, mesmo com apoio da mídia tradicional do estado e mesmo com o controle de um orçamento milionário, mesmo assim o governador-tampão não consegue se manter à frente das pesquisas de intenção de votos.

As qualitativas do Palácio dos Leões mostram que Weverton tem mais apelo popular que Brandão, tem mais relação com as lutas sociais e com os movimentos populares e tem mais identificação com o ex-presidente Lula e com o PT, que pesam no eleitorado.

Além disso, num confronto direto com Brandão, Weverton agrega com mais facilidade setores da oposição, inclusive bolsonaristas, que não toleram o projeto de poder capitaneado por Flávio Dino.

Por isso, a ordem no Palácio dos Leões é usar a mídia alinhada para forçar um clima de esvaziamento, cooptar o máximo de aliados possíveis e pressionar o senador a abrir mão da disputa.

Só estão esquecendo de combinar com o povo…

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Rogério Cafeteira, Rodrigo Lago, Clayton Noleto e Carlos Lula perdem espaço com renúncia de Dino…

Ex-secretário de Esportes, Agricultura Familiar, Infraestrutura e Saúde não conseguiram deixar um aliado no comando de suas pastas, negociadas com deputados e lideranças cooptadas do grupo do senador Weverton Rocha

 

Lula, Lago, Cafeteira e Noleto deixaram o governo sem poder de indicação de substitutos em suas pastas

Embora mantenham a postura pública de aliados, os ex-secretários de Esportes, Rogério Cafeteira, de Agricultura Familiar, Rodrigo Lago, de Infraestrutura, Clayton Noleto, e de Saúde, Carlos Lula perderam espaços de poder na formação do novo governo-tampão Carlos Brandão (PSB).

Cafeteira – que já havia enfrentado dificuldades em encontrar partido para a eleição de deputado estadual – perdeu a Sedel para o indicado do deputado Fábio Macedo, um dos mais fortes aliados de Brandão.

O baque para Rodrigo Lago, também candidato a deputado, foi ainda maior: não conseguiu viabilizar o adjunto Ivaldo Rodrigues e nem conseguiu garantir uma indicação pessoal, perdendo a pasta para um aliado do deputado federal André Fufuca (PP).

Curiosamente, há menos de duas semanas, Rodrigo protagonizou em favor de Brandão um episódio vexatório: foi apresentado nas redes sociais como “neto do ex-governador Jackson  Lago”, propaganda bizarra da campanha brandonista, que acabou desmentida categoricamente.

Ele, na verdade, é filho do ex-deputado Aderson Lago, primo distante – em todos os sentidos – do ex-governador pedetista.

Nem o “neto” postiço de Jackson Lago teve espaço para indicar seu substituto na Secretaria de Agricultura Familiar

Outro que ficou sem espaços no governo pós-Dino foi o chefe da Infraestrutura, Clayton Noleto; candidato a deputado federal, ele não terá qualquer ingerência na pasta, agora comandada por Aparício Bandeira, histórico aliado do atual governador.

Também candidato a deputado estadual, o ex-titular da Saúde – e um dos secretários mais destacados do governo Fla´vio Dino (PSB) – o advogado Carlos EWduardo Lula não teve a chacne de indicar o seu substituto no posto.

Essas são algumas das masi públicas insatisfações com a mudança de governo; outros aliados de Dino também ficaram insatisfeitos com as mudanças.

O próprio ex-governador  não conseguiu manter Diego Galdino na Casa Civil – agora ocupada por Sebastião Madeira.

E a busca por espaços continuará, ao menos até junho; por que este é o prazo de validade do governo Brandão.

Que só tem 90 dias para nomear ou demitir auxiliares…