Situação desesperadora da mãe que levou o pai, empurrando a maca de um hospital para outro, expõe a falência do sistema de Saúde não apenas em São Luís, mas em todo Maranhão
Editorial
Houve um tempo, recente, em que o sistema de Saúde do Maranhão operava em situação de excelência em todo o estado, não apenas na capital. (Relembre aqui, aqui, aqui e aqui)
Hoje, o sucateamento é evidente não apenas na capital, mas em todos os municípios.
E a imagem que ganhou o mundo nesta quinta-feira, 24 – de uma mulher desesperada carregando seu pai agonizante pelas ruas do Centro, em uma maca, em busca de socorro – expõe essa falência em todos os níveis.
Não é de hoje que a Santa Casa pede clemência para sobreviver.
E o sucateamento de suas instalações se dá pela má gestão de seus condutores, mas também pelo desprezo dos gestores estaduais com a Saúde.
E o que dizer do fato de a mulher ter vindo de Urbano Santos, onde deveria haver, pelo menos, atendimento básico que evitasse a morte do seu pai por falta de atendimento em São Luís?!?
O fechamento dos hospitais macrorregionais e as unidades de 20 leitos em vários municípios contribuiu para isso. (Saiba mais aqui e aqui)
Mas contribui também o desinteresse dos prefeitos coma coisa pública, gerando situações como esta.
Quando prefeito de São Luís, o ex-governador Jackson Lago (PDT) pregava seu sonho de, um dia, ver as procissões de ambulâncias no Estreito dos Mosquitos terem fim no Maranhão. (Entenda aqui)
Oito anos após sua morte, a procissão de ambulâncias voltaram a se intensificar em São Luís.
Espera-se não precisar ver também procissões de macas no Centro da capital…