Relação que vinha tensa antes mesmo da posse do novo mandato do governador – sobretudo por causa dos interesses pela disputa na Assembleia Legislativa – tende a ser amenizada após o Palácio dos Leões deixar claro que o agora ministro terá seus espaços de poder no Maranhão, mas sob a batuta direta do atual chefe do Executivo
Análise da notícia
Pouca gente entendeu a fala do agora ministro da Justiça, Flávio Dino (PSB), em relação ao governador Carlos Brandão (PSB), a quem chamou de “comandante do grupo político no Maranhão” durante sua posse no ministério.
O discurso dinista tem uma razão de ser: Brandão garantiu a ele seus nacos de poder no novo governo, embora tenha deixado claro que o controle total será do Palácio dos Leões.
Nas últimas semanas após a eleição de outubro, Flávio Dino usou aliados políticos e partidários para tentar emparedar Carlos Brandão e garantir controle, senão total, ao menos de setores do poder no novo governo que tomou posse em 1º de janeiro.
Em resposta, o governador deixou claro que já tinha definido diretamente o comando da Famem para o aliado Ivo Rezende (PSB), o da Assembleia Legislativa para a deputada eleita Iracema Vale (PSB) e a indicação do sobrinho, Daniel Brandão, para o Tribunal de Contas do Estado.
A Dino foi garantido o controle da Secretaria de Educação – tendo o vice-governador Felipe Camarão (PT) como titular – e a Secretaria de Cidades, com a mulher do deputado federal Márcio Jerry (PCdoB) no comando.
Embora os próprios aliados tentassem se movimentar numa forçação de barra – o que gerou as especulações sobre estremecimento – o agora ministro preferiu recuar e deixar o governo seguir sob comando do sucessor.
Conciliador, Brandão vem se aproximando de aliados importantes e, sobretudo, de ex-adversários, com o recado de que o governo é de diálogo, não de atropelos.
E esta é uma imensa diferença em relação a Dino…