O inútil debate sobre balneabilidade das praias…

Governo e oposição usam dados sobre a qualidade da água apenas como arma de propaganda e contrapropaganda, mesmo sabendo da impossibilidade de ter todas as praias próprias para banho o tempo inteiro

 

Os banhos de mar – totais ou parciais – também têm sido usado como propaganda no debate sobre praia boa e praia ruim

Editorial

Desde que o governo Flávio Dino (PCdoB) começou a usar como propaganda política os laudos que atestam a qualidade da água das praias de São Luís, estabeleceu-se um intenso debate sobre que trechos da orla estão – e quando estão – próprios para banho.

Um inútil debate, diga-se de passagem.

As praias, em qualquer lugar do mundo, ficam ou não próprias para banhos de acordo com a época do ano e dos fatores que influenciam diretamente na qualidade de suas águas.

E nem sempre trata-se apenas de questões sanitárias.

As placas que definem trechos impróprios mudam de lugar o tempo todo, todo tempo

Os comunistas que ora comandam o Maranhão sabem disso, mas fazem questão de fazer festa a cada laudo de balneabilidade positivo. E como comemoram quando podem, também dão direito à oposição de comemorar com a mesma intensidade quando aparece um ponto qualquer impróprio.

E ninguém vence neste debate inútil.

E o uso da propaganda em blogs, jornais e TVs, de lado a lado, serve exatamente apenas para isso: propaganda.

Propaganda positiva ou negativa, não importa. Para este debate, o que importa é a repercussão.

Inútil debate, portanto.

O que precisa ser discutido em São Luís é a capacidade utilizada das estações de tratamento de esgoto, a chegada do saneamento aos bairros de São Luís, a exigência e a fiscalização em hotéis e condomínios sobre a destinado de seus esgotos.

Agindo assim, governo estará fazendo a sua parte.

Exigindo que o governo cumpra seu dever, a oposição também estará fazendo sua parte.

E assim, o debate terá, de fato, sua utilidade prática.

É simples assim…

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Sem explicação…

Após dezenas de notas, governo Flávio Dino ainda não conseguiu explicar porque pagou alugueis por prédios fechados; Funac também mentiu ao dizer que Ministério Público e Defensoria Pública já ocupam seu prédio no Centro de São Luís

 

Flávio Dino não explica alugueis antecipados

O governo Flávio Dino já emitiu uma dezena de notas oficiais para tentar justificar, explicar ou esclarecer o escândalo que já ganhou as ruas do Maranhão e ficou conhecido como o “aluguel camarada”.

Mas nenhuma delas foi tão inconsistente quanto a disparada a pedido de O Estado após a revelação de que os comunistas pagaram, desde 2015, R$ 720 mil pelo aluguel de um prédio na Rua das Cajazeiras que passou mais de um ano fechado e só começou a ser utilizado há uma semana.

Em comunicado oficial, a Fundação da Criança e do Adolescente (Funac) mentiu ao dizer que a Delegacia do Adolescente Infrator (DAI) já estava funcionando no local – um funcionário confirmou a nossa reportagem que ela foi instalada há pouco mais de uma semana.

Mas isso não é só: para tentar dar verniz de veracidade a suas alegações o governo ainda envolveu o Ministério Público do Maranhão (MPMA) e a Defensoria Pública do Estado do Maranhão (DPE-MA). Disse que o prédio abrigará setores desses dois órgãos.

É verdade.

O que a Funac não diz – e que O Estado foi checar – é que nem o Ministério Público, nem a Defensoria começaram a funcional no imóvel até agora. O MP ainda está em mudança, porque admite atraso na adequação do prédio. A DPE, nem isso.

Por lá, por enquanto, só mesmo a DAI, desde o início de janeiro.

Embora a Funac jure que é desde setembro do ano passado…

Da coluna Estado Maior, de O EstadoMaranhão, com ilustração do blog