Gastão Vieira sai em defesa de Hildo Rocha e fala de “união dos retrógrados do Maranhão” contra ele…

Ex-deputado federal classificou de “deselegante e maldosa” a forma como os irmãos Jader e Helder Barbalho perpetraram a exoneração do ex-secretário-executivo do Ministério das Cidades e lembra que ele próprio sofreu este tipo de perseguição quando foi presidente do FNDE

 

O ex-deputado federal Gastão Vieira manifestou-se neste sábado em suas redes sociais em defesa do ex-secretário-executivo do Ministério das Cidades, Hildo Rocha, demitido de surpresa nesta sexta-feira, 12, em ação perpetrada pelo próprio ministro da pasta, Jader Barbalho Filho (MDB).

Para Vieira, a demissão ocorreu de forma “deselegante e maldosa”.

– Vamos Hildo, nós sabemos quem é você, da sua responsabilidade com o dinheiro público; se precisar estou me oferecendo para ajudá-lo nos trabalhos da reforma tributária – disse Gastão Vieira.

Sem citar nomes, o ex-deputado federal – que foi ministro do Turismo – disse que também foi vítima da “união dos retrógados do Maranhão”, quando passou pelo FNDE, ligado ao Ministério da Educação, demitido da mesma forma que o amigo, “contra a possibilidade de eu ficar politicamente muito forte na autarquia.”

– No MTUR, enfrentei Gedel Vieira Lima, passei dois anos e meio – lembrou Gastão Vieira.

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Gastão Vieira reúne lideranças e professores em Codó e Timbiras

O deputado federal Gastão Vieira esteve, nesta sexta-feira (4), em Timbiras, onde participou de inúmeros encontros com professores e lideranças do município, atendendo a convite do vereador e professor Junão que intermediou a conversa com as comunidades rurais.

Gastão Vieira tem extensa lista de benefícios concedidos ao município de Timbiras ao longo dos mandatos na Câmara dos deputados.

O parlamentar recebeu professores e destacou a aprovação na Câmara dos Deputados do novo piso salarial para os professores sancionado pelo presidente da República e garantiu buscar em Brasília novas ações voltadas às redes estadual e municipal de ensino que terão impactos positivos para a educação de Timbiras.

Gastão Vieira também se reuniu com lideranças e moradores dos povoados Arrendamento, Mororó e adjacências, e ouviu as reivindicações das comunidades rurais, como a falta de energia elétrica na região e prometeu lutar para levar a energia à região, além de anunciar a doação de um ônibus escolar para transporte dos alunos nestas comunidades.

Codó – Mais cedo, Gastão Vieira esteve em Codó, onde visitou a faculdade Pitágoras para conhecer as instalações do curso de Medicina.

“Muito feliz em saber que o nosso trabalho ajudou a trazer mais um curso de Medicina para o Maranhão”, destacou.

Gastão Vieira reafirma luta pelo piso para profissionais da Educação

A Comissão de Educação da Câmara dos Deputados, divulgou nota de esclarecimento rebatendo o posicionamento do Ministério da Educação, contrário ao pagamento do piso salarial para os profissionais do magistério público da educação básica.

Segundo o deputado federal Gastão Vieira que é membro da Comissão de Educação, o posicionamento é o resultado do comprometimento da Comissão de Educação que luta pelo cumprimento da lei e, caso baixe uma Medida Provisória, a comissão lutará para que ela seja devolvida pela Mesa da Câmara.

Ainda segundo o deputado Gastão Vieira não existe argumento legal para que a Lei 11.378, que determina o pagamento do Piso, corrigido, pelo reajuste de 33,23%, em conformidade com a ADI 4848 do Supremo Tribunal Federal (STF), não seja cumprida.

“Vamos lutar pelo respeito e compromisso com os profissionais da educação”, garante Gastão Vieira.

Gastão Vieira vai relatar Projeto de Lei do Novo Fundeb

O deputado federal Gastão Vieira foi escolhido pelo presidente da Câmara dos Deputado, Arthur Lira, como relator do PL 3418/21 que regulamenta o FUNDEB.

O Projeto de Lei de autoria da Professora Dorinha Seabra Rezende (DEM-TO) atualiza a regulamentação do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb). O texto está em análise na Câmara dos Deputados, e o Plenário já aprovou a urgência na tramitação.

“Sou relator no plenário desse PL 3.418/21, que estabelece as normas para utilização do novo Fundeb, aprovado em dezembro/20 e até hoje sem normas claras de execução. Dois pontos estão no meu foco: fazer a primeira revisão do Fundeb em 2023, novo governo, economia no rumo, e os estados e municípios já mais familiarizados com a execução; o novo conceito de “profissionais da educação” onde proponho que o conceito também englobe os profissionais que estão trabalhando nas Secretarias de Educação e órgãos de apoio na execução das políticas educacionais. Devemos levar a voto até no início da semana que vem”, explicou

“Reafirmo que estou aberto ao diálogo com todas as instituições que quiserem contribuir com sugestões”, Finalizou Gastão Vieira.

O Fundeb foi tornado permanente no ano passado, com a promulgação da Emenda Constitucional 108. A regulamentação, sancionada sem vetos pelo presidente Jair Bolsonaro, elevará até 2026 a participação da União no financiamento da educação infantil e dos ensinos fundamental e médio.

O Congresso Nacional, ao aprovar a proposta de regulamentação do Fundeb no ano passado, determinou que a cada ano pelo menos 70% dos recursos sejam destinados aos salários de “profissionais da educação básica em efetivo exercício”, remetendo a definição dessas categorias para outras leis.

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Em comunicado, Gastão Vieira anuncia saída do Pros…

Deputado federal foi surpreendido coma  entrevista do presidente nacional do partido, que, em entrevista à TV Mirante, anunciou o comando da legenda para om vereador  Chico Carvalho

 

O deputado federal Gastão Vieira, presidente do Pros, no Maranhão se mostrou surpreso com o anúncio feito pelo presidente nacional do PROS, Eurípedes Júnior, em entrevista ao Bom Dia Mirante, na TV Mirante.

– Surpreendido com a entrevista do presidente do Pros, na TV Mirante. Aviso que minha maneira de fazer política, não comporta esse tipo de comportamento. Estou de saída do Pros – afirmou Gastão.

Abaixo, o seu comunicado:

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Gastão Vieira defende mudanças na PEC da Reforma Administrativa

O deputado federal Gastão Vieira, esclareceu, nas redes sociais, o seu posicionamento em relação à PEC 32 que trata da Reforma Administrativa.

Gastão deixou claro que não votou a favor da PEC, mas sim no parecer do relator da PEC. Ele destacou que seu voto foi importante para que a votação da PEC fosse suspensa, assim os parlamentares terão mais tempo para debater a proposta que tramita na Câmara dos Deputados.

“Meus amigos, como imaginei muitos de vocês não entenderam o meu perecer favorável, na Comissão Especial, ao parecer do relator da PEC 32. Eu não votei a favor da PEC, mas sim do parecer. Ele tem pontos falhos, óbvio, tem retrocessos sim, mas também tem propostas boas, inclusive propostas da oposição. Fui um dos 19 parlamentares que votou pra que a pauta de votação da PEC 32 fosse suspensa e assim, tivéssemos mais tempo pra novas discussões sobre os itens polêmicos da proposta.

Gastão disse que a PEC da Reforma Administrativa será discutida no plenário e defendeu mudanças no texto que será apresentado.

“O que vai acontecer a partir de agora, depende do plenário. Será lá a discussão do mérito sobre a PEC, ou seja, quando serão definidos os votos contra ou a favor. Acredito que há necessidade de mudanças e que elas precisam ser avaliadas, algumas repensadas e isso agora segue pro plenário. O que posso dizer é que nesse assunto não existe lado. Existe sim o que é melhor pro país e pros brasileiros. Muitas vezes os caminhos são tortuosos e custam muito pra gente, mas seguimos com a certeza de que fizemos a nossa parte”, afirmou.

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Gastão Vieira é indicado ao Prêmio Congresso em Foco 2021

O deputado federal Gastão Vieira (PROS) foi indicado mais vez ao Prêmio Congresso em Foco, que tem por objetivo o reconhecimento da atuação dos deputados federais e senadores que se destacam positivamente.

O parlamentar maranhense foi indicado em duas categorias: Melhores da Câmara e Defesa da Educação.  

Para votar, acesse https://premio.congressoemfoco.com.br/cadastro/

A premiação valoriza os bons exemplos políticos e estimula a população a analisar o desempenho individual dos congressistas, formando, assim, eleitores mais conscientes. Para concorrer, o parlamentar tem que ser “ficha limpa”, ou seja, não pode responder a processos criminais.

O parlamentar tem diversos projetos de Lei em tramitação na Câmara dos Deputados, e iniciativas educacionais em tramitação na Casa assinadas pelo parlamentar.

O deputado Gastão Vieira construiu no Legislativo uma trajetória ligada à educação. Foi Secretário de Estado da Educação, presidente do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação e faz parte das Comissões de Educação e de Fiscalização Financeira e Controle na Câmara.

O parlamentar também foi Ministro do Turismo.

Gastão Vieira é conhecido nos corredores da Câmara pelo trabalho em defesa da melhoria da educação, onde participou da comissão especial que analisou a proposta de Emenda à Constituição responsável por tornar a educação básica obrigatória e gratuita dos 4 aos 17 anos de idade.

Outras ações

O parlamentar maranhense envia recursos de suas emendas para todos os municípios maranhenses destinadas para diversas áreas. 

Prêmio Congresso em Foco

Criada em 2006, a premiação tem como objetivos principais valorizar o Poder Legislativo e estimular a sociedade a acompanhar a atuação dos eleitos de forma permanente e ativa.

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Gastão Vieira diz que crise hídrica causará apagão no Brasil

O deputado federal Gastão Vieira, em entrevista nesta quinta-feira (2), no programa Ponto Final, na Rádio Mirante AM, analisou a situação política do Brasil e fez projeções com base nas medidas que estão sendo adotadas.

Uma das propostas que está em tramitação é da reforma do Imposto de Renda. Gastão disse que é preciso taxar as grandes fortunas do país, pois que sofre pagando imposta de renda é a pessoa que ganha até 3 mil de salário.

“A reforma do Imposto de Renda trazia uma velha tese das forças mais progressistas do país de que é um país louco que não taxa dividendos. Você tem de taxar os dividendos. Então essa é uma coisa, você tem que taxar as grandes fortunas, taxar as heranças, ou seja, a lógica que no país rico não paga e pobre que ganha até R$3 mil paga. Então, é um imposto sob consumo. O preço do bujão de gás tá dando quase R$100, leva metade da cesta básica que o governo pretende dar de R$250. Então, o pobre é quem tá pagando”, afirmou Gastão.

O deputado federal também criticou as modificações feitas pelo presidente Bolsonaro, como na Petrobrás, que influenciaram para que o valor do litro da gasolina esteja hoje em R$7.

“A bomba de gasolina tá dando R$7 em vários estados o litro. Aumentos sucessivos. Cada dia que eu paro meu carro e a gasolina eu levo um susto. O presidente fez uma confusão enorme. Demitiu o presidente da Petrobrás porque os preços eram absurdos. Tá lá o general há três meses e em nenhum momento o preço da gasolina diminuiu, pelo contrário, as coisas se agravaram. Então quem tá pagando um preço alto é a classe mais pobre, mais desfavorecida, 14 milhões de desempregados”, disse o parlamentar.

Gastão Vieira também fez uma projeção nada animadora para o Brasil. O deputado criticou também a falta de atitude do governo federal que diante da crise hídrica e elétrica pela qual o país atravessa, não quis falar em racionamento e optou por cobrar mais dos consumidores. Gastão estima que até o final do ano, o país poderá sofrer um apagão.

“Estamos chegando a uma inflação de dois dígitos que provavelmente o banco central só aumentando a taxa de juros vai conseguir controlar. Estamos com uma brutal crise hídrica que o governo não tomou providências porque não quis falar em racionamento. Demorou a tomar e agora está pedindo que quem já consumiu ajude a pagar quem passar a não consumir na diferença da conta de luz. Quer dizer, eu que já fiz meu sacrifício, vou ter que fazer de novo. Eu acho que o governo absolutamente responsável por esse crise hídrica, por essa crise energética e o presidente Bolsonaro vai pagar o preço, porque nós vamos ter um apagão. Se é novembro ou dezembro, os especialistas não podem prever. Além do aumento da bandeira vermelha, que a única coisa que aumentou foi a bandeira vermelha da conta de energia”, estima Gastão Vieira.

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Gastão quer escola própria para alunos de alto talento

Parlamentar aproveita a repercussão da medalha de prata da fadinha Rayssa Leal para destacar uma ideia de reunir alunos com desempenho acima da média em uma rede que fortaleça essas talentos

 

Uma ideia do deputado federal Gastão Vieira (Pros) e que tem como objetivo melhorar o desempenho dos estudantes brasileiros será transformada em Projeto de Lei na Câmara dos Deputados.

Motivado pela conquista da medalha de bronze na Olimpíada de Tóquio, pela garota maranhense de Imperatriz, Rayssa Leal, de apenas 13 anos, Gastão trouxe o assunto à tona e abre uma discussão oportuna e bastante interessante.

“Trabalho, já ha algum tempo, na criação de uma escola para alunos talentosos aqui no nosso Estado. O feito da nossa “Fadinha” Raissa , o apoio de seus pais, levam-me a compartilhar com vocês essa ideia , que é o sonho de um homem maduro, para quem é muito criança”, garante Gastão Vieira.

A ideia é criar uma escola para alunos de alto talento cognitivo, em São Luís. A escola acolherá alunos desde a pré-escola até o final do ensino médio. Inicialmente serão acolhidos alunos de pré, séries iniciais e finais. A longo prazo acolherá alunos o mais cedo possível.

Segundo Gastão Vieira, o desempenho dos melhores alunos brasileiros é muito inferior ao desempenho dos melhores alunos de outros países. Isso é muito mais grave entre as crianças talentosas provenientes de classes mais baixas. Menos de 5% dos 60 % aprovados no ENEM provêm das classes mais pobres.

Há forte correlação entre nível cognitivo dos alunos de um país e o nível de desenvolvimento econômico. Esta correlação é muito mais forte entre o nível atingido pelas elites de um país e a taxa de crescimento econômico: não basta estar na elite, elas precisam ser muito boas.

Mas como isso seria viabilizado? Os governos (estadual ou municipal) deverào aprovar uma lei para autorizar a operação dessa natureza como OS. (ou assemelhado), garantindo repasse dos recursos do FUNDEB.

Gastão Vieira garante que já identificou uma instituição pública estadual para nos auxiliar na seleção dos alunos.

“Estamos buscando um parceiro externo para prover metodologia, tecnologia e operar a escola durante os primeiros cinco anos. Nesse período será criada estrutura gerencial para assegurar a perpetuidade do projeto. Vou procurar a Vale, Grupo Mateus, e outros par atuarem no projeto”, afirmou Gastão que disse estar aberto a sugestões da sociedade.

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Gastão critica PT e MEC e não vê perspectiva de melhoria na educação em curto prazo

Da gazeta do Povo

Com o cerco da comunidade acadêmica e de representantes de esquerda no Legislativo, a alfabetização baseada nos achados da ciência cognitiva da leitura nunca conseguiu prosperar no Brasil. Iniciativas isoladas, que tentavam “avisar” que o país seguia no caminho errado, sofreram boicote.

Como uma de 2003, ocasião em que a Comissão de Educação e Cultura da Câmara dos Deputados, sob a presidência do deputado Gastão Vieira (PROS), produziu um relatório científico com evidências atualizadas sobre o ensino da leitura e da escrita. O deputado conta que o documento foi “ignorado” pelos educadores, por parlamentares e pela academia no país.

Apenas com a nova Política Nacional de Alfabetização (PNA), de 2019, os pressupostos da ciência foram “tirados do poço” e evidenciados – sob resistência. Apesar do avanço, há quem critique a morosidade para que as ações cheguem até as escolas de fato. Para muitos educadores, o MEC dificulta a interlocução com as redes de ensino estaduais e municipais, o que acaba por impedir a consolidação da alfabetização no país.

Para Vieira, há “indiferença” da parte da equipe do ministério a figuras públicas que desejam colaborar com as ações. Na leitura do parlamentar, a pasta quer ditar a maneira como estados e municípios devem tratar a alfabetização. Para ele, portanto, a lógica de “mais Brasil, menos Brasília” não se reflete na prática.

Em 2003, então presidida pelo senhor, a Comissão de Educação e Cultura lança o relatório “Alfabetização Infantil: Os Novos Caminhos”, fruto do seminário “O Poder Legislativo e a Alfabetização Infantil”. Como surge a iniciativa?

Gastão Vieira: A alfabetização de crianças sempre foi minha grande bandeira. O intuito do seminário internacional era alcançar a resposta para uma pergunta muito singela: “o que países que despontam no processo de alfabetização de crianças – como a Coreia do Sul e a Finlândia – estão fazendo e por que o Brasil não consegue avançar?”.

Entre outras coisas, o documento explica quais são os componentes essenciais para que o processo de alfabetização seja bem-sucedido, a exemplo da consciência fonêmica e do conhecimento do princípio alfabético, adotados pela atual Política Nacional de Alfabetização (PNA). Qual foi a recepção dada ao tema e aos pressupostos apresentados na época? Parlamentares se engajaram e demonstraram abertura para adotar evidências?

Gastão Vieira: Quanto aos parlamentares, havia uma indiferença, em especial, por parte dos deputados do Partido dos Trabalhadores (PT), que “comandavam” a educação na época. Havia oposição forte a qualquer referência a “método fônico”. Minha relação com os parlamentares petistas era ótima, e conseguíamos aprovar todas as propostas enviadas pelo governo na Comissão de Educação, uma vez que elas vinham numa direção correta. Mas absolutamente nenhum desses deputados participou do seminário ou se engajou na discussão do tema. Na verdade, nenhum parlamentar ou membro da equipe do MEC leu o relatório, apesar da conclusão importante por ele dada: a de que o Brasil estava pelo menos 30 anos atrasado com relação à alfabetização de crianças. Entre outras coisas, o documento revelou que o país desconhecia a importância da ciência, dos testes, e da neurociência.

O então ministro da Educação, Fernando Haddad (PT), não conseguiu vencer a resistência das universidades, onde o construtivismo [tido como oposto às abordagens fônicas] era incontestável e o método fônico era considerado “atrasado”. Além disso, havia boicote por parte da própria equipe do MEC. Foi assim que a alfabetização baseada em evidência caiu no poço. Apenas em Sobral, no Ceará, isso ressuscitou – município que seguiu todas as recomendações apresentadas pelo relatório e teve o sucesso pelo qual é reconhecido.

A nova Política Nacional de Alfabetização (PNA) tem como inspiração, entre outros, o relatório produzido sob o seu comando na Comissão de Educação e Cultura, em 2003. Há algum tipo de colaboração entre o senhor, os especialistas que o produziram, e o MEC?

Gastão Vieira: Não. Inicialmente, frente ao despreparo do então ministro Ricardo Vélez, eu propus que ele lesse alguns dos relatórios produzidos pela Comissão de Educação e Cultura, que continham experiências bem-sucedidas internacionais. Disse ao Vélez que não era preciso inventar a roda. Tudo que era preciso como ponto de partida para uma discussão estava à disposição dele. Mas o ministro logo caiu. Eu fiz, então, a mesma proposta ao ex-ministro Abraham Weintraub, e pedi uma reunião para apresentar alguns especialistas e falar sobre alfabetização baseada em evidências científicas. Foi uma conversa muito “maluca”.

O que o senhor quer dizer com “muito maluca”, deputado?

Gastão Vieira: O ministro [Weintraub] não falava nada com nada, parecia não entender do que estávamos falando. A proposta era conversar sobre alfabetização, ensino médio e ensino superior. Mas foi um vexame. Ele [Weintraub] não queria ouvir os especialistas.

Mais tarde, no entanto, eu fui convidado a participar do lançamento da Conabe, ocasião na qual fiz um discurso apaixonado e me senti realizado por ver um tema fundamental para o Brasil ser assumido pelo MEC depois de tantos anos.

Apesar disso, no entanto, o senhor se tornou um crítico das ações do MEC, inclusive no âmbito da alfabetização. Por que isso ocorreu?

Gastão Vieira: O MEC discordava ou não considerava propostas levadas por muitos especialistas. Pedimos que, no mínimo, experiências bem-sucedidas que já existiam no Brasil fossem colocadas na mesa, como iniciativas do Todos pela Educação, da Fundação Ayrton Senna e as do município de Sobral.

Mas um dia [em tom de intimidação], perguntaram [equipe do MEC] a mim e aos especialistas “o que é que estávamos querendo”. O episódio me acendeu uma luz vermelha, sinalizando que a equipe não está acostumada a lidar com pessoas de espírito público, as quais, apesar de se tratar de um governo lunático, gostariam de colaborar. Quando o MEC baixou um decreto em que assumia a responsabilidade pela produção de materiais de alfabetização entendemos que o objetivo do governo, na verdade, é controlar o conteúdo.

O senhor é um crítico do conteúdo da Política Nacional de Alfabetização (PNA) em si ou da maneira como as ações que dela decorrem chegam a estados e municípios?

Gastão Vieira: Minha crítica é ao discurso maravilhoso, mas que não reflete na prática. Quem está ajudando crianças e professores a fazer alfabetização a distância, por exemplo? Se tomarmos como base de observação o Maranhão, não está acontecendo absolutamente nada.

Vários levantamentos feitos durante a pandemia revelam que as crianças em fase de alfabetização foram as maiores prejudicadas. Os programas do MEC podem até ser bonitos, mas quem está apoiando o professor? Quem está apoiando a criança, avaliando seu desenvolvimento? Portanto, é um discurso que vai ótimo. Mas lhe garanto, pelo menos aqui no meu estado [Maranhão], nenhum secretário tem notícia dos programas de alfabetização. Há uma desconexão entre as redes. Nunca vi ninguém falar dos programas.

Durante a mais recente participação do ministro da educação, Milton ribeiro, em audiência na Comissão de Educação, o senhor teceu críticas à atual gestão do MEC. Como o senhor avalia a maneira como a pasta vem atuando, especialmente nas questões ligadas à pandemia? O que deveria ser prioridade na Educação em um contexto pós-pandemia?

Gastão Vieira: Trabalhei intensamente com vários ministros de Educação, independentemente de governos. Na época em que Fernando Haddad era ministro, eu era presidente da Comissão de Educação e Cultura, e conseguíamos deliberar por unanimidade a respeito de questões fundamentais relacionadas à educação, mesmo com bastante oposição. O espírito era o seguinte: a educação estava acima das nossas diferenças. No governo Bolsonaro, contudo, isso não tem sido possível, embora eu tenha inclusive me oferecido para tentar fazer essa interlocução.

O presidente Bolsonaro cria seu governo fundamentado em um discurso ideológico, de um lado, e liberal, de outro. Mas não consigo ver o ‘mais Brasil e menos Brasília’ na prática. Na educação, precisamos de políticas focadas e cooperação internacional básica e estupidamente abrangente. Mas não acredito que vá sair alguma coisa desse governo. A pauta não é construir, é apenas priorizar ensino em casa [homeschooling], Escola sem Partido, militarizar escolas.

Para agora, eu lamento, e digo com tristeza, não acredito que se vá para lugar nenhum. Nem o dinheiro que o MEC tem consegue gastar. Infelizmente, meu descrédito é total com relação a qualquer coisa da educação nos próximos dois anos, principalmente nesse ambiente de pandemia. O ministério precisa voltar a se abrir para a sociedade, ouvir especialistas e aumentar a colaboração internacional.

Nesse contexto marcado pela pandemia, as metas do Plano Nacional de Educação (PNE) devem ser um norteador para recuperar a educação?

Gastão Vieira: Um dos grandes problemas nessa discussão é o PIB direcionado à Educação. Na época em que o PNE estava sendo discutido, a proposta inicial era de 7,6%, mas o pessoal do PT junto a outros movimentos forçaram a barra e o valor acabou em 10%. Além disso, em vez de priorizarmos a alfabetização das crianças e o ensino básico, tudo virou prioritário, do jardim de infância ao ensino superior. Levantamentos de hoje indicam que para cumprirmos as metas do PNE precisaríamos de 17% do PIB.

Evidentemente, foram metas esticadas sem segurança financeira de que isso poderia funcionar na prática. Não houve sequer uma solenidade para sancionar o PNE, sancionado de madrugada. Por quê? Muitos adoram controlar e fazer despesa para outros pagarem – esse é problema do PNE. Ele não penetrou na sociedade, não teve força política, não veio do coração da sociedade. Foi uma imposição de parlamentares e vários partidos que compõem o que chamamos de “esquerda”.