Há em curso, nos bastidores partidários maranhenses, um intenso processo de articulação tendo em vista a vinculação das eleições de 2016 às de 2018, com cada liderança buscando se viabilizar em um pleito, já com vistas ao próximo.
De um lado, o governador Flávio Dino, com o PCdoB e, provavelmente, o PDT e o PT. Do outro, PSB, PPS, PSDB e, provavelmente, a Rede Sustentável. E entre os dois, o grupo capitaneado pelo PMDB, que pode reunir PV, DEM, PSD e outras pequenas legendas. Em jogo uma vaga de vice-prefeito em 2016, outra vaga de vice, mas em 2018, e duas vagas de candidato a senador, tudo vinculado uns aos outros.
Tutor do prefeito Edivaldo Júnior (PDT), o governador Flávio Dino trabalha diretamente para reelegê-lo, por que sabe que disto depende a tranquilidade para a montagem de sua própria chapa à reeleição, em 2018. Por isso, tenta vincular o vice do prefeito ao seu próprio, garantindo também duas vagas de senador à mesma articulação. Funciona basicamente assim: o vice de Edivaldo teria dois anos de prefeito garantido, já que Edivaldo deixariaa prefeitura, dois anos depois de reeleito, para ser vice do próprio Flávio – ou candidato a senador. E a outra candidatura de senador, teria mais tranqüilidade, já que um dos potenciais candidatos já estaria contemplado com a prefeitura.
O problema vem exatamente na outra ponta do grupo que hoje gravita em torno do próprio governador. Este grupo tem o PSDB, o PSB e a Rede, por exemplo. E estes partidos também atuam para garantir as mesmas vagas, em 2016 e 2018.
E caso não consigam, marcharão em faixa própria.
E ainda tem o grupo do PMDB, que tem lideranças poderosas, como a ex-governadora Roseana Sarney, o ex-candidato a governador Lobão Filho, o ex-secretário Ricardo Murad, sem falar nos donos das duas vagas no Senado que estarão em disputa em 2018: Edison Lobão e João Alberto.
Difícil, portanto, desvincular 2016 de 2018. E todos os grupos têm consciência disto.