4

Flávio Dino acusa o golpe da perda de apoio dos evangélicos

Ex-governador comunista tenta se reaproximar do segmento que se afastou dele a partir de 2018, sobretudo pelo confronto aberto que resolveu empreender contra o presidente Jair Bolsonaro; ao tentar se explicar ás igrejas, no entanto, acaba por ressaltar assuntos constrangedores, como a “farra dos capelães”

 

Flávio Dino vem usando suas redes sociais para tentar se explicar a evangélicos, diante da onda de críticas ao comunismo no pós-bolsonarismo

Embora exponha quase diariamente uma tal hegemonia na disputa pelo Senado, o ex-governador Flávio Dino (PSB) dá sinais, aqui e ali, de que a coisa não anda tão bem quanto ele esperava.

Uma das preocupações do comunista é com o eleitorado evangélico, que ele perdeu a partir de 2018.

Em sua página no instagram, Dino tem várias postagens referindo-se diretamente às igrejas, tentando se explicar sobre relação da esquerda com o segmento e até pregando sobre santos católicos.

Nesta semana começou a circular uma “Carta ao Povo de Deus” em que Dino se dirige exclusivamente aos evangélicos.

Para tentar cooptar o segmento, o comunista fala de suas ações em favor das igrejas, mas acaba se perdendo, lembrando episódios que os crentes pretendem esquecer, como a famigerada “farra dos capelães”, assunto que se pendura em um último recurso no Supremo Tribunal Federal.

Para os líderes evangélicos, hoje enfileirados quase que em sua totalidade com o projeto de Bolsonaro, Flávio Dino usou os evangélicos para vencer as eleições de 2014 e de 2018; e os expôs vergonhosamente com a farra dos capelães, um dos maiores escândalos de compra de votos já registrados no Maranhão.

A tentativa de reaproximação com os evangélicos tem uma razão política: mais do que vencer as eleições para o Senado, Dino quer superar a marca de 2 milhões de votos alcançada por Weverton Rocha nas eleições de 2018.

Mas, se não alcançar esta marca, ainda que vença, terá uma vitória de pirro.

E para não sofrer essa “derrota”, o comunista faz qualquer negócio…

5

Flávio Dino se afasta de evangélicos..

Comunista que loteou o sistema de Segurança com dezenas de pastores ou indicados de pastores em cargos de capelão nas forças de segurança hoje tem quase nenhuma relação com as igrejas, mais alinhadas ao bolsonarismo

 

Flávio Dino loteou as forças de Segurança com dezenas de postos de capelães, a maioria indicada pela Igreja Assembleia de Deus

A chamada farra dos capelães – hoje já anulada pelo Supremo Tribunal Federal – embalou as campanhas do governador Flávio Dino (PSB) em 2014 e, principalmente, em 2018.

Num claro uso eleitoreiro da estrutura do estado, Dino nomeou dezenas de pastores ou indicados de pastores para postos de capelão na Polícia Militar, no Corpo de Bombeiros e até no sistema penitenciário.

Em troca, recebeu adesão em massa de igrejas evangélicas, sobretudo a Assembleia de Deus.

Mas hoje, Flávio Dino tem pouco ou ne nenhum espaço nas igrejas evangélicas.

A chegada de Jair Bolsonaro (PL) à presidência levou as igrejas em todo o país a um patamar de poder e influência nunca vistos no país; e fez com que lideranças crentes passassem a ver com maus olhos os esquerdistas, sobretudo os comunistas, como Flávio Dino.

Às vésperas de deixar o cargo para concorrer ao Senado, Dino não faz qualquer movimento em direção às igrejas, sobretudo a mesma Assembleia de Deus agraciada com capelanias a toque de caixa.

Cortejado por pastores, houve um tempo em que o governador andava até com Bíblia na mão em cultos da Assembleia de Deus

No Maranhão, a AD tem forte vínculo com o bolsonarismo, e tende a apoiar a candidatura do prefeito Dr. Lahésio Bonfim (PTB).

E Flávio Dino vai ter que usar de outra forma a estrutura do governo para viabilizar sua candidatura ao Senado.

Ministro do STF acaba com a “farra de capelães” no Maranhão

Acatando representação da Procuradoria-Geral da República, Nunes Marques considerou inconstitucional a nomeação de ministros religiosos nas forças policiais por entender que o Estado não deve interferir na liberdade espiritual de suas tropas

 

Alguns dos pastores e padres nomeados sem concurso na Polícia Militar e no Corpo de Bombeiros; decisão põe fim à farra de oficiais sem concurso criada por Flávio Dino

O Ministro Nunes Marques, do Supremo Tribunal Federal, pôs fim à farra dos capelães nas forças policiais do Maranhão, em decisão proferida nesta terça-feira, 23.

A decisão – que deverá agora ser analisada no Pleno do STF – colocará fora da Polícia Militar, do Corpo de Bombeiros, da Polícia Civil e do Sistema Penitenciário dezenas de padres, pastores e parentes de padres e pastores nomeados oficiais dessas instituições sem nenhum concurso público.

O ministro Nunes Marques entendeu que é inconstitucional a nomeação de oficiais para a Polícia Militar e para o Corpo de Bombeiros sem concurso público que habilite os habilite a passar pela formação necessária.

No caso da Polícia Civil e do Sistema Penitenciário, Marques considerou que o estado não pode interferir na liberdade religiosa do cidadão, esteja ele livre ou preso.

Nunes Marques considerou inconstitucional a interferência do estado na liberdade religiosa dos cidadãos maranhenses

O Maranhão é o estado com o maior número de capelães religiosos nas forças policiais, a maioria deles nomeada entre os anos de 2014 e 2018, em períodos de campanha do governador Flávio Dino. (Relembre aqui, aqui, aqui e aqui)

O caso também corre na Justiça Eleitoral; e pode tornar Flávio Dino inelegível por crime eleitoral…

Exoneração de capelães não livra Flávio Dino de crime eleitoral e do risco de cassação…

Após escândalo da farra de nomeações de padres e pastores em troca de apoio eleitoral, líderes religiosos começam a deixar os cargos, pressionados por suas igrejas, numa espécie de confissão e culpa da troca de favores que passou a reinar no segmento evangélico

 

FARRA DE CAPELÃES. Flávio Dino ao lado dos pastores fardados que exercem cargos de oficiais militares sem terem prestado concurso público

Trata-se de uma confissão de culpa a exoneração dos capelães nomeados sem concurso pelo governador Flávio Dino (PCdoB) na estrutura da Segurança Pública.

Após o escândalo dessas nomeações – em troca de apoio político nas igrejas – pastores e padres que haviam negociado a ocupação de postos na Polícia Militar, no Corpo de Bombeiros e na Secretaria Penitenciária resolveram entregar os cargos.

Foram exonerados nos últimos dias os capelães Venino Aragão de Sousa, que past0or evangélico e estava nomeado na Secretaria de Administração Penitenciária, e o padre Moises Pereira Dias.

OCULTAÇÃO DE CRIME. Diário traz a exoneração do pastor Venino, importante líder evangélico

Mas a exoneração não livra Flávio Dino de responder por crime eleitoral e improbidade administrativa, o que pode levá-lo à perda do mandato.

Mesmo porque, as exonerações estão sendo substituídas por outras nomeações, tão criminosas quanto as primeiras.

A farra dos capelães foi denunciada por este blog ainda em 2017, e ganhou corpo na imprensa nos últimos meses, com a nomeação de inúmeros pastores evangélicos em troca de apoio a Dino nas igrejas. (Relembre aqui)

O escândalo manchou a reputação, sobretudo dos líderes da Assembleia de Deus, e foi denunciado à Justiça e ao Ministério Público Eleitoral. (Entenda aqui, aqui e aqui)

E pode levar à cassação do governador…

Farra dos capelães mancha a imagem dos evangélicos, atesta pastor da Igreja Batista…

Elizeu Fernandes, presidente da Ordem dos Pastores Batista, cobra ação enérgica do Ministério Público por entender que a relação das igrejas com o governo mistura interesses religiosos com política

 

Pastor Elizeu Fernandes fez contundente crítica à farra dos capelães promovida por Flávio Dino

O presidente da Ordem dos Pastores Batista do Maranhão (OPB-MA), Elizeu Fernandes, foi um dos entrevistados na ampla reportagem da TV Mirante/Rede Globo que mostrou a farra da nomeação de capelães evangélicos no governo Flávio Dino (PCdoB).

O reverendo batista defendeu a nomeação de capelães apenas por concurso público.

– A nomeação de capelães ou de outro setor da vida pública, o acesso há de ser por concurso. O Ministério Público deve estar atento a essas práticas – ressaltou Fernandes.

O ministro evangélico avalia que as recentes notícias em torno da nomeação dos capelães na PM, no Corpo de Bombeiros e no sistema penitenciário prejudica o próprio segmento religioso.

– [Essa prática] vem trazendo prejuízos a imagem dos evangélicos, porque se entende como uma mistura das práticas religiosas com a política –  criticou o pastor Fernandes.

Nos últimos anos, Flávio Dino aumentou de 14 para 50 o número de capelães na PM e nos Bombeiros; e prevê a criação de mais 10 vagas em 2018.

Todas preenchidas por pastores ou parentes de pastores ligados a lideranças políticas da Assembleia de Deus.

A farra está sendo questionada na Justiça…