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O BBB pós-ascensão do bolsonarismo no Brasil…

Num país em que ganhou força política a defesa de noções e conceitos abjetos – como racismo, machismo e a homofobia – até a votação do popular reality show da Rede Globo se transforma em um intenso debate ideológico

 

Disputa entre Felipe Prior e Manu Gavassi ganha ares de batalha ideológica entre bolsomínions e militantes de esquerda

Editorial

O programa Big Brother Brasil apresenta nesta terça-feira, 31, mais um paredão entre seus participantes, o que não seria nada demais para quem não é fã da atração da Rede Globo.

Mas, em tempos de ascensão do bolsonarismo, a disputa entre o arquiteto Felipe Prior e a cantora e escritora Manu Gavassi se transformou em mais uma batalha ideológica entre militantes da direita e da esquerda brasileiras.

Tanto que a outra emparedada, a digital influencer Mari Gonzalez, passa praticamente despercebida.

Manu Gavassi é a típica feminista empoderada e de posições sociais estridentes contra posturas consideradas fora da ordem mundial. Seu posicionamento despertou a atenção de militantes de esquerda e artistas, entre elas a atriz Bruna Marquezine.

Tanto que ganhou comentário atribuído à popstar americana Taylor Swift, apontando que o seu adversário não representaria os valores reais do povo brasileiro.

– Eu sou definitivamente #ForaPrior pois não posso apoiar alguém como ele, e acho que os valores dele não refletem os valores brasileiros – diz o texto, em inglês, atribuído a Taylor Swift, depois desmentido pelos próprios fãs de Gavassi.

Típico representante das classes mais caraterísticas da base dos bolsomínions, Prior é apontado pelos próprios bolsonaristas como “politicamente incorreto”.

Seus valores incluem de atitudes abertamente machistas, racistas e homofóbicas até a relativização de práticas bizarras, como a pedofilia e a zoofilia. (Saiba mais aqui)

Ele recebe nas redes sociais apoios igualmente típicos do bolsonarismo, como de jogadores de futebol e de astros sertanejos.

Manifestação de Eduardo Bolsonaro sobre BBB 20: defesa dos valores típicos do bolsonarismo representados em Prior

Mas o que chamou atenção foi o comentário de ninguém menos que Eduardo Bolsonaro – logo ele, que chama a Globo de Lixo?!? – em defesa do arquiteto.

– Tem uma militante de esquerda concorrendo com um cara que é politicamente incorreto e ganhou apoio de quem odeia mimimi, muitos jogadores de futebol, por exemplo – ressaltou o 03 do presidente Jair Bolsonaro, logicamente orgulhoso com mais esta pérola do pensamento bolsomínion.

Prior já havia recebido apoio de figuras como Neymar e Felipe Melo.

Mas a manifestação de um dos Bolsonaro-filhos é que pode ter definido o seu futuro no Big Brother Brasil.

Para o bem ou para o mal…

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“Sei quem não me quer candidato, inclusive as razões políticas”, diz Lula

Em carta encaminhada à presidente do PT, Gleisi Hoffmann, ex-presidente desabafa em relação ao debate sobre sua candidatura a presidente, numa espécie de resposta ao governador Flávio Dino, que pregou a inviabilidade da presença do petista na disputa

 

FOGO AMIGO. Lula desabafou com a companheira Gleisi contra os ataques dos próprios aliados da esquerda

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva encaminhou ontem à presidente do PT, senadora Gleisi Hoffmann, uma carta-desabafo contra os que tentam tirá-lo precocemente da disputa presidencial.

– Quem quer que eu não seja candidato eu sei, inclusive, as razões políticas, pois são concorrentes. Outros acham que fui condenado em 2a. instância, então sou culpado e estou no limbo da Lei da Ficha Suja – desabafou Lula.

A carta a Gleisi Hoffmann – a qual este blog teve acesso com exclusividade no Maranhão – seria uma espécie de resposta de Lula ao governador Flávio Dino (PCdoB), que pregou o abandono de sua candidatura pelo PCdoB, PT e PDT, por suposta inviabilidade legal.

Este blog apontou ontem, em Editorial, as razões de Dino para tirar Lula da disputa. (Releia aqui)

Na carta a Gleisi, a quem o ex-presidente chama de “querida” e diz saber o quanto ela “está sendo atacada”, Lula não cita nomes, mas indica de quem ele fala – muito provavelmente, além de Dino, o ex-ministro Ciro Gomes (PDT), que teve o nome defendido pelo comunista maranhense.

Na verdade, Lula já havia dado a resposta ao PCdoB, a Dino e a Ciro Gomes já na segunda-feira, ao bispo Leonardo Boff, que o visitou com a proposta de um nome para sucedê-lo.

– Os meus acusadores sabem que sou inocente. Procuradores, juiz,TRF-4, sabem que eu sou inocente. Os meus advogados sabem que eu sou inocente. A maioria do povo sabe que eu sou inocente. Se eu aceitar a ideia de não ser candidato, estarei assumindo que cometi um crime. Não cometi nenhum crime – afirmou.

Ao fim do escrito, o ex-presidente diz ainda que sua candidatura é em respeito ao povo, que merece o direito de escolha.

– Por isso sou candidato – disse.

Abaixo, a íntegra da carta de Lula:

Querida Gleisi,

Estou acompanhando na imprensa o debate da minha candidatura, ou Plano B ou apoiar outro candidato.
Sei quanto você está sendo atacada. Por isso resolvi dar uma declaração sobre o assunto.

Quem quer que eu não seja candidato eu sei, inclusive, as razões políticas, pois são concorrentes. Outros acham que fui condenado em 2a. instância, então sou culpado e estou no limbo da Lei da Ficha Suja.

Os meus acusadores sabem que sou inocente. Procuradores, juiz,TRF-4, eu sou inocente. Os meus advogados sabem que eu sou inocente. A maioria do povo sabe que eu sou inocente.

Se eu aceitar a ideia de não ser candidato, estarei assumindo que cometi um crime.

Não cometi nenhum crime.

Por isso sou candidato até que a verdade apareça e que a mídia, juízes e procuradores mostrem o crime que cometi ou parem de mentir.

O povo merece respeito. O povo tem que ter seus direitos e uma vida digna.

Por isso queremos uma sociedade sem privilégios para ninguém, mas com direitos para todos.

Lula

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Esquerda x Direita…

Com a movimentação partidária da pré-campanha, desenha-se três blocos para as eleições maranhenses: um encabeçado pelo PCdoB, tendo PT, PDT e PSB como expoentes, e outros dois com PMDB, PSDB, DEM, PSD, PP e PR, não necessariamente no mesmo palanque

 

Flávio Dino reunirá o grosso da esquerda; Roseana terá PMDB, PV, PSD e expoentes da direita

Desenha-se para 2018 uma disputa mais aberta entre os valores das ideologias de direita e da esquerda política no Brasil. A tendência é que o debate hoje posto encaminhe, para um lado, partidos como PT, PCdoB, PSB e PDT; e para outro PMDB, PSDB, DEM, PSD, PT e PP.

Essa dicotomia ideológica – mesmo que sem o viés programático mais acentuado – também se mostra encaminhada no Maranhão, sobretudo com a indefinição de partidos como PSDB, PSB e DEM.

A tendência é que o governador Flávio Dino (PCdoB), candidato à reeleição, reúna em seu palanque todas as legendas ditas de esquerda, com um ou outro partido mais afastado ideologicamente. Nesse projeto, caberá a legendas de direita, como DEM, PP e PTB, caso permaneçam vinculadas a Dino, o papel de coadjuvante na coligação esquerdista do governador.

Roberto Rocha tem o caminho mais curto para o PSDB, que pode atrair DEM, PSD, PPS, PR e PP

Os partidos da chamada direita se dividirão em dois blocos. Se tiver candidato, o PMDB poderá atrair PSD e o PV. No outro pólo, PSDB – se confirmar a filiação do senador Roberto Rocha – poderá ter condições de atrair PPS, PP, PR e até o DEM.

Sobrariam num terceiro pólo legendas como Podemos, PMN e os chamados partidos de ultraesquerda, formando o desenho final da eleição maranhense.

Da coluna Estado Maior, de O EstadoMaranhão

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Zé Inácio media debates do ciclo “Esquerda Volver”…

Evento organizado pela Fundação Perseu Abramo, realizado na última sexta-feira, e reuniu alguns dos principais pensadores da esquerda política no Brasil

 

Zé Inácio entre os intelectuais de esquerda: em busca de novos rumos

O deputado estadual Zé Inácio (PT) foi um dos mediadores do ciclo de debates “Esquerda Volver”, promovido sexta-feira, 16, pela Fundação Perseu Abramo, em parceira com a Central Única dos Trabalhadores (CUT) do Maranhão e o Partido dos Trabalhadores (PT) do Maranhão.

O evento aconteceu no auditório Neiva Moreira, na Assembleia Legislativa do Maranhão.

Zé Inácio mediou o debate da mesa  formada pelo cientista político e professor Emir Sader, do Programa de Pós-Graduação em Políticas Públicas e Formação Humana da Universidade Federal do Rio de Janeiro (PPFH/UERJ) pelo professor Saulo Pinto, do Departamento de Economia da UFMA; Júlia Nogueira, da Executiva Nacional da CUT, e Ulisses Manassés, coordenador Nacional do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST).

A mesa teve como tema “O Brasil que queremos”, título do livro organizado por Emir Sader.

Foram abordados, ainda, temas como o atual cenário político e a crise que o Brasil vem enfrentando.

A primeira mesa teve como tema “A Democracia, o Impacto do Golpe e o Futuro da Esquerda” e foi composta também pelo professor Emir Sader, pelo secretário de Direitos Humanos e Participação Popular do Maranhão, Francisco Gonçalves, e pela professora do Departamento de Sociologia e Antropologia da UFMA, Ilse Gomes.