Filmes Bullying e Glamour, além da websérie Eurekas, no Maranhão na Tela

Produções da Palco Centro de Artes participam da rodada de negócios do festival de cinema, que terá a participação de representantes de vários canais de TV, produtores e investidores do audiovisual brasileiro

 

As três produções da Palco Centro de Artes foram selecionadas para o Maranhão Na Tela Lab, com produtores e canais de exibição do país

A Palco Centro de Artes participa na sexta-feira, 6 e sábado, 7, da rodada de negócios do 2º Maranhão na Tela Lab, com três produções locais.

Serão apresentados a investidores, canais de cinema e produtores o premiado curta metragem Bullying – Aconteceu Comigo, além do filme Glamour-Glória e Tragédia e da websérie Eurekas, todos produzidos em São Luís.

Já confirmaram presença na rodada de negócios representantes da BAND, CANAL BRASIL, CURTA!, ELO COMPANY, GNT/MAIS GLOBOSAT, LIRA FILMES, VITRINE FILMES e NBCUNIVERSAL.

Em sua 12ª edição, o Maranhão na Tela é um dos principais festivais de cinema do Norte e Nordeste; a rodada de negócios foi criada em 2018, com objetivo de fomentar o diálogo entre diretores e roteiristas e as grandes redes de distribuição e exibição de filmes.

Premiado pelo site Volts, Bullying-Aconteceu Comigo entra na rodada de negócios do Festival Maranhão na Tela

Recém-agraciado com o título de “Melhor Curta-Metragem” no Prêmio Volts 2019, o filme Bullying-Aconteceu Comigo debate causas e consequências do preconceito e da opressão nas escolas e na relação adolescente.

Lançado em 2017, Glaomour-Glória e Tragédia também aborda o universo adolescente, levando para a tela a pressão sofrida por meninas que se deixam influenciar pelos concursos de Miss.

Já a websérie “Eurekas” é a primeira produção do gênero totalmente maranhense; em 6 capítulos, aborda temas do cotidiano, de forma educativa, com esquetes gravadas em São Luís.

O Festival Maranhão na Tela começou no domingo, 1º e vai até sábado, 7 de dezembro…

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Maranhenses???

Elkeson: sua identificação é com a Bahia

A convocação do meia Elkeson, do Botafogo, para a Seleção Basileira, gerou um certo ufanismo na imprensa esportiva maranhense.

A festa se dá por conta do local de nascimento do jogador, o município de Coelho Neto, no Maranhão.

Nenhum membro da imprensa esportiva do estado viu Elkeson jogar em qualquer time maranhense – mesmo nas bases. Simplesmente porque ele apenas nasceu no Maranhão.

Ele saiu de Coelho neto aos oito anos, para morar na cidade de Marabá.

Nas entrevistas, ele se mostra identificado mesmo é com Salvador, na Bahia, onde surgiu, nas divisões de base do Vitória – e vive desde os 12 anos.

Leia aqui uma biografia de Elkeson – Maranhão não existe em sua história…

O orgulho da imprensa esportiva é o mesmo orgulho ingênuo que se levantou quando França – alguém lembra dele? – sugiu na seleção, no final da década de 90. Atacante do São Paulo, o jogador, nascido em Codó, fazia questão de mostrar não ter qualquer identidade com a terra onde nasceu. Na avaliação de alguns cronistas da época, demonstrava até vergonha de ser maranhense.

Como Elkeson e França, há também Ritchelli, que jogou no Santos no primeiro semestre – outro que tem apenas a certidão de nascimento do Maranhão.

Não se condena aqui a postura destes craques.

Eles sairam do Maranhão muito cedo e é natural que tenham perdido a identidade maranhense. Cresceram em outras plagas e se identificam com elas.

Ufanar-se do sucesso deste pessoal como símbolos da representatividade do Maranhão é que não deixa de ser uma tolice.

O carioca Ferreira Gullar, nascido em SL

Mas do que um registro de nascimento, a maranhensidade é uma questão orgânica, que perpassa o sentimento e influencia no comportamento.

Há, inclusive, maranhenses que se declaram não adequados ao comportamento maranhense. Fazer o quê?

E tem casos também fora do futebol.

O poeta Ferreira Gullar seria maranhense, por exemplo? Ele mesmo acha que não.

Nascido em São Luís, Gullar se mostra carioca em essência e pouco tem a ver com as coisas do Maranhão, apesar do blá-blá-blá dos meios culturais locais, que o incensam como “o maior poeta vivo nascido no Maranhão”.

Para ser maranhense, nem precisa ter nascido no Maranhão.

Há muitos de fora que aqui vivem e que expressam, no seu dia-dia a essência do que é a maranhensidade.

Paulistas, cariocas, mineiros, gaúchos, italianos, franceses, alemães… muitos que aqui chegaram e ficaram por amor à terra, apesar de todas as suas idiossincrasias.

Estes são muito mais maranhenses do que mujitos dos registrados.

Afinal, estão adequados ao comportamento…