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Ministério Público denuncia capelães militares por filiação partidária

Indicados por lideranças evangélicas – a maior parte da Assembleia de Deus – esses militares sem concurso tiveram que ingressar em agremiações ligadas ao governo Flávio Dino, onde permaneceram mesmo depois de assumir patentes na PMMA e no Corpo de Bombeiros

 

Alguns dos capelães nomeados por Flávio Dino na Polícia Militar e no Corpo de Bombeiros: interesses partidários se confundindo com o evangelho

A promotora de Justiça Militar Márcia Haydée Porto de Carvalho denunciou à Justiça pelo menos nove capelães nomeados para a Polícia Militar e para o Corpo de Bombeiros no governo Flávio Dino (PCdoB).

Eles são acusados de se manter filiado a partidos políticos da base dinista mesmo após receber patentes de oficiais militares, afrontando o Código Militar.

Todos eles vão responder a ação penal pelo crime.

Da PMMA foram denunciados o capitão Francisco Fábio Silva Leite (ex-PSC, hoje Podemos), e os primeiros-tenentes Ernamilson Gomes de Macedo (PL), Pedro de Lima Villela (PDT), Jessé Lemos Coutinho (DEM) e Cícero Batista Martins Guimarães (PSC).

No Corpo de Bombeiros a denúncia do Ministério Público alcançou o major Ailton César Alves de Sousa (PTB), o capitão Paulo Guilherme Fernandes de Oliveira (Patriotas) e o primeiro-tenente Antônio Márcio da Silva (Republicanos).

Esses mesmos, e outros capelães militares – todos nomeados sem concurso público – já respondem a Ação Eleitoral, por abuso de poder e outros crimes eleitorais praticados tanto nas eleições de 2014 quanto nas eleições de 2018.

As ações eleitorais correm no Tribunal Superior Eleitoral.

A promotora chegou a alertar na ação que a filiação dos capelães gerava “especulações na opinião pública de que tinham como objetivo satisfazer seus interesses partidários, diversos da função de ministros de fé”.

Mesmo assim, pela articulação política entre o governo e a Assembleia de Deus, eles permaneceram filiados;

E alguns só pediram desfiliação após tomar conhecimento da investigação do Ministério Público.

Agora vão ter que responder a ação penal…

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“Coronelismo gospel” pode gerar cassação de políticos no TSE…

Justiça Eleitoral iniciou este mês discussão sobre punição ao “Abuso de Poder Religioso” nas eleições, o que gerou reação dura de grupos conservadores; objetivo é frear o uso de igrejas em projetos de poder político, comumente associado ao toma-lá-dá-cá

 

O coronelismo gospel criado nas últimas décadas no Maranhão tem gerado imagens como esta em épocas eleitorais: um comunista com bíblia nas mãos em culto evangélico

O Tribunal Superior Eleitoral iniciou neste mês de julho uma discussão sobre formas de punir o abuso de poder religioso nas eleições.

Até agora, o TSE só punia – inclusive com perda de mandato – políticos flagrados em abuso de poder político ou econômico; mas o ministro Edson Fachin decidiu iniciar o debate sobre o abuso de líderes religiosos para favorecer candidatos.

– A imposição de limites às atividades eclesiásticas representa uma medida necessária à proteção da liberdade de voto e da própria legitimidade do processo eleitoral, dada a ascendência incorporada pelos expoentes das igrejas em setores específicos da comunidade – disse Fachin.

O processo – resultante do pedido de cassação de uma pastora da Assembleia de Deus de Goiás, eleita vereadora sob acusação de usar seu posto na igreja – está suspenso por um pedido de vistas; deve voltar à pauta em agosto. (Saiba mais aqui)

O blog Marco Aurélio D’Eça publicou nesta quarta-feira, 8, o post “Políticos fatiam Assembleia de Deus entre candidatos a prefeito…”.

Trata-se de Editorial crítico sobre o abuso de lideres religiosos em tempos eleitorais, que é recorrente, sobretudo no Maranhão, onde as igrejas se transformaram em um imenso filão eleitoral; e não é de hoje. (Relembre aqui,  aqui e aqui)

É exatamente este abuso e formas de puni-lo, que Fachin e seus colegas começaram a analisar no TSE.

A posição do ministro gerou reações, sobretudo na base do governo Jair Bolsonaro, extremamente vinculado aos movimentos evangélicos.

– Fachin propôs ao TSE a hipótese de cassação de mandato por “abuso de poder religioso”. Problema: a lei fala em abuso de poder econômico ou político. Um tribunal não pode, por ativismo, criar a nova hipótese – provocou a controvertida deputada federal Carla Zambelli (PSL-SP).

Mas há quem veja o início do debate como salutar para a democracia brasileira e para a liberdade de escolha do cidadão.

– Igrejas não podem doar recursos ou usar de sua estrutura e de seus meios de comunicação para beneficiarem candidatos – afirmou o advogado Luiz Eduardo Peccinin, especialista em direito eleitoral.

Ele é autor do livro “Discurso Religioso na Política Brasileira: Democracia e Liberdade Religiosa no Estado Laico”. (Conheça aqui)

Em nenhum estado do Brasil as forças policiais têm tantos capelães como o Maranhão mostra nesta foto, fruto da relação de troca entre as igrejas e o poder político

No Maranhão, é histórico o posicionamento político-religioso, sobretudo na Assembleia de Deus.

Desde a década de 80, a denominação religiosa manteve ao menos um representante na Assembleia Legislativa ou na Câmara Federal; chegou a ter o vice-governador, pastor Luiz Porto (PPS), no governo Jackson Lago (PDT).

Atualmente, conta com uma senadora, um deputado federal e dois estaduais eleitos como “representante oficial” da igreja no pleito de 2018.

A força eleitoral da AD é proporcional ao espaço conquistado por pastores e líderes da igreja nas instâncias de poder, sobretudo no governo Flávio Dino (PCdoB) e na gestão de Edivaldo Júnior (PDT), desde 2012. (Entenda aqui)

E é justamente esta troca que caracteriza abuso, agora julgado no TSE…

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Políticos evangélicos fatiam Assembleia de Deus entre candidatos a prefeito

Os anúncios de apoio de lideranças eleitas pela denominação aos que disputam as eleições de São Luís sugere a existência de currais eleitorais religiosos ainda no século XXI; mas falta combinar com o eleitor crente, agora mais consciente de sua liberdade e responsabilidade para além da igreja

 

O uso da bíblia como arma político-eleitoral torno-se forte a partir dos anos 2000; mas a circulação livre de informações na internet acenderam a rebeldia da membresia

Editorial

Nas últimas semanas, pelo menos três anúncios de apoio de lideranças políticas aos que disputam a Prefeitura de São Luís repercutiram na mídia envolvendo a igreja Assembleia de Deus, maior denominação evangélica da capital maranhense.

Foi assim no apoio da senadora Eliziane Gama (Cidadania) ao deputado federal Rubens Pereira Júnior (PCdoB).

Foi assim no anúncio de que o secretário de Articulação Institucional e pastor, Enos Ferreira, entraria na campanha de Duarte Júnior (Republicanos).

E foi assim também ao se repercutir a aliança da deputada estadual Mical Damasceno (PTB) ao colega de Assembleia Neto Evangelista (DEM).

Em comum, Eliziane Gama, Enos Ferreira e Mical Damasceno têm o fato de ser lideranças políticas vinculadas histórica e organicamente à Assembleia de Deus, com licença para atuar politicamente usando a condição de membro da igreja e com forte influência interna na membresia.

Juntam-se a eles o deputado federal Pastor Gyldenemir (PL) e o ex-candidato a vice-prefeito de São Luís, Pastor Fábio Leite (Podemos), que já haviam declarado apoio ao candidato Eduardo Braide (Podemos).

Obviamente que tanto Braide quanto Rubens Júnior, Duarte Jr. e Neto Evangelista exploraram midiaticamente o fato de que os apoiadores levavam consigo uma fatia da AD, cada um com sua influência em um setor da igreja.

Mas isso significa que a igreja está dividida em quatro partes?

Alguém combinou com o eleitor vinculado à igreja?

Algumas das lideranças políticas da Assembleia de Deus reunidas e seus pastores: espaço de poder a partir do controle eleitoral de membros da igreja

Ao longo dos seus 14 anos de existência – sendo o mais antigo em atividade no Maranhão – o blog Marco Aurélio D’Eça sempre criticou o uso das denominações religiosas e a manipulação de crentes em proveito político. (Relembre aqui, aqui, aqui, aqui, aqui e também aqui)

Mas a despeito das críticas os líderes evangélicos continuara avançando, e perceberam no setor político um filão de troca de favores que levaria ao poder, não apenas institucional, mas também político.

O resultado disto são posts como os que revelaram a profusão de capelães nas forças policiais do Maranhão, algo inédito em toda a história do Brasil – em troca, obviamente, de poder político aos grupos estabelecidos.

Para reforçar esta crítica e pela liberdade de escolha do cristão-evangélico, este blog criou até o termo “coronelismo gospel”, hoje usado com frequência na mídia. (Relembre aqui e aqui)

E agora em 2020, mais uma vez, a religião se envolve na política; e a política usa a religião para angariar votos.

Mas e daí que Eliziane Gama seja a política mais bem sucedida da história da Assembleia, ocupando mandato de senadora da República?

E daí que Pastor Gyldenemir ou pastor Fábio Leite sejam líderes influentes na denominação, com capacidade de liderança da membresia?

E daí que Enos Ferreira seja coordenador da União de Mocidade da Assembleia de Deus em São Luís?

E daí que Mical Damasceno seja filha do presidente estadual das Assembleias de Deus no Maranhão?

Todos eles têm direito de manifestar suas preferências políticas e reivindicar espaço de poder como qualquer cidadão.

O que não pode – e nem deve ser permitido – é que seus lugares-de-fala sejam usados para manipular a consciência dos membros da igreja em proveito próprio ou de outrem, e com anuência dos próprios pastores.

E é por isso que a juventude, os mais esclarecidos e os líderes progressistas dessa denominação precisam se manifestar pela liberdade de escolha do eleitor evangélico. (Entenda aqui e aqui)

Não importando o que pensam o seus líderes…

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Eduardo Braide fará parcerias com as igrejas…

Candidato do PMN posiciona-se contra o “coronelismo gospel” e garante que, em sua gestão, todas as manifestações religiosas serão respeitadas e terão seu espaço, livres e sem manipulação política

 

Ao lado da evangélica Rose Sales, Eduardo Braide dialoga com as religiões

Ao lado da evangélica Rose Sales, Eduardo Braide dialoga com as religiões

O candidato do PMN a prefeito de São Luís, Eduardo Braide, fez um programa específico para falar diretamente com as comunidades religiosas.

– Como cristão, em meu governo, todas as religiões serão livres para suas manifestações. Falo aos evangélicos, católicos, espíritas, umbandistas, que terão sempre o apoio da gestão para suas ações – ressaltou o candidato.

Braide criticou o coronelismo eletrônico e defendeu que o evangélico se sinta livre para escolher seu candidato de acordo com a sua consciência própria, e não por manipulação de líderes envolvido com políticos.

Em seu programa de governo, o candidato destacou que buscará parceria com as igrejas para agir diretamente na recuperação de dependentes químicos e garantir abrigo aos necessitados.

– Na minha vida sempre percebi que as igrejas são os primeiros lugares que as pessoas procuram em busca de abrigo e recuperação. E no meu governo farei parcerias com as igrejas exatamente para garantir mais apoio a estas ações – contou.

Um outro aspecto relacionado aos evangélicos no seu plano de governo, segundo Eduardo Braide, é a criação de um calendário gospel no calendário cultural de São Luís.

– A cultura gospel terá seu calendário justo, assim como o Carnaval, o São João e as festas católicas e populares. O governo será um governo onde as religiões, todas elas, serão livres para suas manifestações – concluiu o parlamentar.

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Coronelismo gospel: Edivaldo se compara a José do Egito para convencer evangélicos…

Prefeito encaminhou a todas as igrejas, de todas as denominações, carta-panfleto em que tenta colocar seu mandato como obra de Deus “que tem sofrido forte oposição”; documento foi entregue pelos pastores durante os cultos de domingo

 

coronelismoO prefeito Edivaldo Júnior (PDT) chegou às raias do absurdo em mais uma tentativa de cooptar o voto dos evangélicos.

Neste domingo, 23, ele encaminhou uma espécie de carta-panfleto a todas as denominações, na qual se compara a ninguém menos que José do Egito.

– O exemplo de José do Egito tem norteado toda a minha vida pública e pessoal. A trajetória da vida deste homem de Deus é fascinante. De escravo a governador do Egito – apelou Edivaldo, logo ao apresentar o documento.

Ora, José do Egito foi um homem simples, que sofreu humilhações familiares, foi vendido como escravo pelos próprios irmãos e sofreu no Egito até se tornar governador.

Edivaldo quer se comparar a este homem?

O prefeito de São Luís sempre teve vida abastada, nunca sofreu as provações de uma vida dura, cresceu e se criou como filhinho de papai rico, ganhou de presente os primeiros mandatos e nunca soube o que é ser escravo.

A comparação do prefeito é um desrespeito à própria Bíblia.

Mas Holandinha não para por aí, e tenta atribuir o seu mandato a uma obra de Deus.

– Tenho sofrido forte oposição ao mandato que Deus me confiou por meio dos votos dos meus amigos e irmãos, mas apesar dos constantes ataques não perdi a visão de Deus para nossa cidade – afirma o prefeito, como uma espécie de herói bíblico da fé.

A apelação de Edivaldo seria perfeita do ponto de vista teológico, se ele, de fato, usasse apenas a fé para alcançar seus objetivos como servo de Deus.

Mas o prefeito, do alto de sua máquina pública, prefere apostar seu quinhão no coro0nelismo gospel de líderes evangélicos corruptos.

Uma verdadeira blasfêmia ao Deus de José e Jacó.

E para isso, os anjos nunca dizem amém…